_ Em que posso ajudar?
_ Não aguento mais o meu marido, ele nunca me houve...
_ Sente-se! Tome um chá conosco. Dois corações que vivem juntos e não se compartilham, não crescem. Acabam ficando pequenos e duros.
A mulher sentou-se e o mestre encheu uma xícara e lhe deu, enquanto continuava suavemente.
_ As pessoas se unem pelas semelhanças que encontraram. Com o tempo descobrem diferenças que estavam lá, mas não haviam percebido.
_ Eu pensei que com o tempo ele mudaria, mas ele não muda. E pra evitar conflitos, me calo.
_ As pessoas só mudam por prazer ou por necessidade. O prazer é quando descobrem que existem caminhos mais fáceis, aprendem com os erros e crescem em seus espíritos. Mudam pela necessidade quando, mesmo não tendo aprendido que há um caminho melhor, são forçados a ele pelas contingências da situação, mesmo lutando contra. Quem determina o que a pessoa se torna é o que já havia dentro dela, as tendências estão lá e sempre que encontram espaço, se libertam.
_ Como assim...?
_ Diz a lenda que um sábio deixou uma semente em um bule de chá. Com o tempo a semente germinou e lançou seus galhos pelo bico do bule. Atingindo o sol, ganhou forças e empurrou a tampa do bule. Depois de algum tempo cresceu tanto que acabou rompendo o bule e tornou-se uma arvore. As pessoas para sobreviver buscam os caminhos mais fáceis, com o tempo ficam mais fortes e criam novos caminhos, através das adversidades. Quando o fazem conseguem se libertar e ser realmente o que eram. A árvore estava na semente desde o princípio, ao sentir-se livre, assumiu o que era.
_ Mas, meu marido já disse que é assim e não muda...
_ Se o sábio podasse o galho que saia pelo bico do bule a semente não se tornaria árvore, morreria. Em um relacionamento é necessário que haja uma troca, as arvores que crescem lado a lado se protegem mutuamente e as folhas que caem alimentam a ambas. Se uma se tornar egoísta e quiser tudo para si acaba destruindo aquela que lhe permitia ser mais forte e morrem as duas.
_ Mas o que eu posso fazer? Ele não me escuta...
O sábio colocou mais chá na xícara, ainda cheia, que acabou transbordando.
_ Um coração cheio é como esta xícara. Nada pode entrar, é necessário que se esvazie a xícara, ou que a mesma se torne maior, caso contrario o chá esfria e fica amargo...
_ Mas o que eu posso fazer?
_ Crescer ou esvaziar! Se as semelhanças forem maiores que as diferenças, ele irá perceber sua necessidade e vai tentar preenche-la novamente, senão as diferenças já estão maiores que as semelhanças e nada mais o irá segurar. Se a distancia já for tão grande que não perceba sua xícara vazia então nada mais há a fazer do que buscar outro caminho.
_ Mas eu gosto dele, não quero brigar...
_ Quando há respeito pelas diferenças, consegue-se dividir o que se tem e o amor cresce, porque ambos se completam e tornam-se melhores. Como somente se pode dar o que se tem, se apenas um se dá chega o momento em tudo acaba e mais nada pode ser dado. Quando se dá amor se demonstra o desejo de receber amor, quando se dá respeito demonstra-se o desejo de receber respeito. Aceitar coisas amargas em troca de coisas doces enche o coração de amargura; até que somente amargura poderá ser dada.
_ Não há outro meio?
_ Esvazie a sua xícara ou cresça, do contrário ninguém vai conseguir preenche-la. Mostre a sua necessidade e o que deseja de compartilhar. Aquele que parece satisfeito não dá oportunidade para que o satisfaçam.
_ Mas, e se nem assim ele quiser mudar...
_ Então haverá o afastamento e, nesse caso, o melhor é que seja rápido, antes que seu chá fique tão frio e ruim que só produza amarguras.
_Gostaria que ele fosse diferente.
_Quando duas arvores crescem juntas elas se sustentam. Quando se distanciam não se reconhecem mais.
_ Mestre, será que ela vai conseguir?
O mestre olhou para a xícara cheia que a mulher havia deixado sobre a mesa.
_ Talvez. Nenhum problema é fácil de resolver quando não estamos dispostos a olhar de frente para ele. Quanto mais fugimos mais espaço deixamos para que cresça. Somente quando a necessidade é maior nos dispomos a lutar e sempre ficam as cicatrizes da batalha como lembrança.
_ Fico pensando porque as pessoas se deixam chegar nessas situações...
_ Quando nos sentimos fracos, buscamos a força que nos proteja. Mas se não nos fortalecemos, nos tornamos prisioneiros desta mesma força.
_ Espero que ela tenha entendido isso.
_ Crescer ou esvaziar! A xícara dela estava cheia, e nos pediu mais chá...E a sua? Já tem mais espaço?
Um comentário:
Estou visitando os seguidores do blog “o diário de uma poetisa”, para lembrar-lhes, que com muito carinho, do sorteio do dia 10/08 via youtube , e gostaria de saber, para facilitar o sorteio, se você for contemplado, com qual desses livros gostaria de sê-lo? Caso seja um dos contemplados, e se no momento, eu não tiver esta informação, darei como livro, o remanescente entre os escolhidos (por favor, por na ordem de três, caso haja empate em escolhas entre os outros seguidores, o que será decidido pela ordem do sorteio).
Lembrando sempre, que esta é uma iniciativa entre nós, os novos escritores, em busca de um espaço em sua estante. Qualquer sugestão, ou interesse de participar com teu livro (se o tiver) nesta promoção, contate-me pelo email: escritoradriana@hotmail.com
Obrigada pela confiança, carinho e respeito. Confira os livros:
• Os Olhos de Thera – Leia Kiuski
(http://www.bookess.com/read/7095-os-olhos-de-thera-revelacoes/)
• Entre a vingança e o futuro – João Bernardo
(http://www.bookess.com/read/8683-entre-a-vinganca-e-o-futuro-/)
• 12 anos...? – Klever Cavalcanti
(http://www.bookess.com/read/7411-12-anos/)
• O diário de Milena Liebe – Denir Pereira
(http://www.bookess.com/profile/denir/messages/ )
• Entre nós dois – Gustavo Silva
(http://www.clubedeautores.com.br/book/48694--Entre_nos_dois)
• O voo da estirpe – Adriana V. de Aguiar
(http://www.bookess.com/read/9059-o-voo-da-estirpe/)
• Poesia das pétalas - Adriana V. de Aguiar
(http://www.bookess.com/read/9056-poesia-das-petalas/)
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