terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Tem alguém tramando a sua felicidade – Danny Marks



          Há tempos que percebi isso, mas é daquelas coisas que se tenta negar veementemente até que não se consegue mais. Não vem como uma epifania, ou uma Gestalt, ou qualquer nome esquisito que queiram dar para aquela compreensão imediata de algo obscuro. Está lá desde sempre, você percebe, mas tenta ignorar até que os fatos se provam irredutíveis e não há o que fazer senão aceitar que a verdade é desse jeito mesmo, não tem significados ocultos que possam mudar os sentidos.
          Fica mais evidente ainda quando ocorre em larga escala, no sentido de que atinge não apenas a você, mas a grupos inteiros dos quais de alguma forma você pertence e que entram em evidência por algum motivo global que o coloque definitivamente no centro das atenções. Sempre tem aqueles momentos em que os olhares ficam mais intensos, então é Natal, e Ano Novo também, um avião que cai com um grupo inteiro reunido, uma guerra, um muro a ser construído, uma lei desleal, um projeto pronto para cair, símbolos e mais símbolos que se alinham a meses e cores, a bandeiras e sabores, qualquer agrupamento que se possa condicionar e lixar as arestas pela habilidade de reducionismo simplista.
          Então, quando menos você espera, naquele momento em que suas defesas estão baixas o suficiente para ser atingido em cheio, vem aquela compreensão de que não dá mais para fugir daquela voz que lhe vaticina sem piedade: Estão tramando a sua felicidade.
          Nesse momento percebe em quantas armadilhas caiu ao longo dos tempos, nos singles que lhe diziam que liberdade era uma calça velha, azul e desbotada, que você poderia usar do jeito que quisesse. E você tinha que ter uma calça assim, ou não seria livre. Tinha que usar o fator de proteção solar 50 para evitar a velhice precoce, comer frutas, tomar três litros de água por dia, fazer esportes, escrever todos os dias, amar ao próximo e ao próximo depois dele, mas com toda a intensidade do presente. Tem que ter uma paz interior, ir visitar o interior, conhecer o campo, a praia, aquele país paradisíaco, fotografar todos os instantes que não voltam mais e divulgar nas redes sociais que está feliz, finalmente, para que lhe deixem em paz.
          Pegue o espelho e sorria, tente de novo, e outra vez, vá treinando a pose que fará no próximo selfie do seu amigo ou amiga que tem que registrar como foi pleno o encontro de vocês, mesmo que não se lembre de nada do que falaram, do momento em si. A imagem vai lhe dizer que deve ter sido muito bom e que devem repetir isso mais vezes. Alie-se a uma causa, seja solidário, viver sozinho é bom quando se sente bem consigo mesmo, não há tristeza quando se tem uma família feliz, mesmo que os laços sanguíneos não definam a sua família e sim a lealdade que sentem. Quer um cachorro ou gato? Não há amigos mais leais que eles, e você deve ter um e ama-lo, sofrer por eles, chorar pela celebridade que morreu, ser humano de alguma forma que deixe marcas. Tem aquelas famosas que ficam bem na foto e no shopping.
          Não reclame, comerciais, um novo programa, você não vai? Como assim? Você não está sozinho, acredite em mim. Vou tocar uma música que você vai gostar, posso lhe chamar assim? Respeito o seu espaço, o seu direito de ser, desde que não entre em conflito com o que é meu, porque sei o que é melhor para você, não está vendo? É para o seu bem. Você ainda não entende, mas um dia vai perceber que foi melhor assim.
          Seja dócil, levante-se e lute, não aceite opiniões formadas, explique melhor, não me venha com esse textão de novo, acredite em você, tenha momentos felizes, seja radical, compreenda o outro lado, você não sabe como é ser assim se não for também, relaxe, faça alguma coisa, divirta-se, descanse, dance, cante, grite, silêncio!! Espera, vou te mostrar como se faz.
          Tem sempre alguém tramando a minha felicidade. Notei isso há algum tempo, mas não queria acreditar. Não dá para justificar mais, é um fato consumado e agora vou ter que lidar também com essa consciência, enlouquecer ou ser tão antipático que ninguém mais vai querer o meu bem, muito pelo contrário. E quem sabe, então, poderei descobrir o que me faz feliz de verdade. O que posso fazer por você hoje?

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Steampunk Talles Collection da Dragonfly, vai ter um volume com Danny Marks



E ATENÇÃO UNIVERSO STEAMPUNK! Conforme prometido, aqui está a lista dos aprovados na seleção feita para publicação de contos que farão parte da STEAMPUNK TALES COLLECTION, que começará a ser publicada em março de 2017. PARABÉNS AOS SELECIONADOS, que deverão receber e-mail de contato da curadoria do ALITERAÇÃO para prosseguir com o processo de preparação de seus textos. 

E ATENÇÃO: A PARTIR DE JANEIRO DE 2017 ANUNCIAREMOS AS PRÓXIMAS COLEÇÕES. Então não perca tempo e CURTA AGORA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK (www.facebook.com.br/aliteracaose) para PODER participar dos próximos processos.

OS SELECIONADOS PARA A STEAMPUNK TALES COLLECTION SÃO:

- Wallace Oliveira Conceição
- Flávio Medeiros
-
DANNY MARKS
- André Felipe Wielgosz Leite
- Maurício R B Campos
- Zero Vier
- Renato A. Azevedo
- Carlos Alberto Machado
- Caroline Libar

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Oração do Humor - Danny Marks


Que a cada dia possa ficar mais forte,
não para ferir o próximo,
mas para aguentar melhor a sua dor
Que possa contagiar todos a minha volta
e fazer cascatas de lágrimas, provocar dores na barriga,
e que, mesmo depois de tudo isso,
sintam-se saciados e preparados para a adversidade
Que jamais me torne ácido, ou meloso demais,
mas mantenha o sabor
Que tenha todos os tons e cores,
para alcançar até mesmo nas sombras
a mais pura humanidade.
Que possa ser inteligente o suficiente
para tornar ridícula a seriedade, e dissipar o antagonismo
E que seja inocente, mesmo nas coisas intimas,
porque é na fragilidade que é preciso ser sensível
e é no poder que se forja a simplicidade.
E se tudo isso acontecer,
que me chamem de Amor.

Histórias de Buraco Fundo - Danny Marks


As pessoas andam muito assustadas ultimamente.
Hoje cheguei no restaurante para almoçar e estava lotado, todos comentando sobre os mais recentes acontecimentos. Fiz o meu pedido, mas o garçom não conseguiu ouvir por causa do barulho, então gritei:
— Um PF!!
Foi horrível! Não sobrou nem o dono do restaurante para servir o almoço.

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Assisti o mais recente sucesso midiático. Fiquei curioso devido a tantas pessoas estarem falando sobre essas criaturas fantásticas e perigosas que invadem as cidades e causam tanta destruição, ameaçando destruir o mundo como conhecemos, mas finalmente contidas por alguns heróis, em ações extraordinárias, para restabelecer a ordem e devolver a paz às pessoas de bem.
Fiquei decepcionado. Não passa de uma refilmagem de um antigo (e ruim) filme que já assisti, o “Caçador de Marajás”, que foi um sucesso estrondoso na época. No fim, gostaram tanto do ator principal, que começa como herói, vira vilão, é julgado com toda pompa e circunstância apenas para ser inocentado em acordos nunca explicados e ressurgir em uma nova saga com tramas tão ruins, ou pior, que a anterior.
Quando será que essas pessoas vão se tornar Bruxos e deixar de ser Trouxas?

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Outro dia foram prender um político corrupto, mas ele alegou que estava passando mal e queria ser levado ao hospital onde seu médico particular o atenderia. Disseram que seria levado para um hospital do Estado como era direito de qualquer cidadão. Como político adora tornar particular o que é público, aceitou ir, mas descobriu que o levavam para a enfermaria da prisão, que também era do Estado.
Quando perguntou quem eles pensavam que eram para envia-lo para um lugar tão desumano, onde acabaria sendo morto por falta de estrutura adequada, os condutores responderam.
— Nós somos os representantes do Estado que ajudou a criar, senhor...
Os gritos de desespero saindo do carro que levava o político me deixaram arrepiado até agora...

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Um parlamentar de Buraco Fundo fez uma grave advertência. Se as investigações em andamento não pararem de cavar tão fundo há um risco de chegar na China e os comunistas tomarem conta do pais. 
Em nota o governo chinês disse que vai fechar os olhos a essa insensatez, mas mandou parar a fabricação de patos de borracha por medo dessa coisa ser contagiosa.

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Um dia desses em Buraco Fundo, um grupo de pessoas invadiu e depredou instalações do governo exigindo uma intervenção militar. Depois de muita confusão e pancadaria, o grupo foi levado para um dos porões do governo para se acalmar e contar o que queriam de fato.
O grupo recusou-se a falar sem que fossem torturados adequadamente, sugeriram (através de sinais e cartazes) inclusive choques nos órgãos sexuais e afogamentos como metodologia necessária para que revelassem qualquer coisa.

Desde então não se soube mais deles.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

HellsClick II (Mais Selfies no Inferno) – Danny Marks



XIV
— Há pouco estávamos falando de você.
— É mesmo? O quê?
— Imagina se vou falar essas coisas para você.

XV
— Por que não vai usar a prataria no jantar? Convidou algum lobisomem?
— Não, só políticos e associados.

XVI
— Como você lida com a raiva?
— Você quer uma explicação ou uma demonstração?

XVII
— Havia tantos interessados, como conseguira criar um consenso?
— Separamos os que tinham os mesmos interesses que nós e ignoramos o resto.
— Interessante.

XVIII
— Sabe como se cria uma briga entre cegos? Diz para eles: Toma esta nota de cem e divide entre vocês.
— E como separar a briga de cegos?
— Fácil, você grita: Faca não vale!

XIX
— Hoje em dia não se pode confiar em ninguém. Ei! Por que está gravando isso?
— Só por garantia.

XX
— Não sei por que essas pessoas ficam dando palpites em realidades que nem conhecem.
— Ignore! São apenas filósofos, cientistas, escritores, estudiosos...

XXI
— Debater nas redes sociais não leva a nada. É nas escolas que as pessoas estão sendo doutrinadas nas ideologias.
— É mesmo? De onde você tirou essa ideia?

XXII
— Esse foi um golpe bem dado.
— Mas foi totalmente dentro das regras.
— Claro que sim. Há cadáveres que são conquistados apenas usando as defesas do corpo como doença. Anafilaxia.

XXIII
— Quero deixar claro que aqui todos são iguais perante a lei.
— E quem é você?
— Eu sou a lei.

XXIV
No mundo do ódio, amar é crime.

XXV
— As coisas estão fervendo.
— Então dê um jeito de esfriar um pouco, não queremos que percebam que estão sendo cozidos. Deixe que vão se acostumando, senão vão reagir.

XXVI

A porta de emergência é sempre a garantia de que a vítima não enfrentará o problema, até ser abatida.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O Sábio e as Facas - Danny Marks


           Em tempos difíceis todo mundo procura um Guru para poder se orientar e fugir dos problemas. Até mesmo os Gurus procuram Gurus para serem mais sábios ainda, não poderia ser diferente comigo.
          Um amigo me indicou um, que ele dizia ser um Sábio incomparável, e fui verificar essa preciosidade in loco (isso quer dizer “no local” não que esteja louco, como me afirmaram algumas vezes), afinal tenho um “pé” de administrador que adora esse tipo de coisa.
          Logo de cara já vi que o “incomparável” podia ter muitas interpretações possíveis, uma delas era que o cara tinha uma quantidade absurda de facas que ficava atirando contra um alvo. Mas quem está no inferno é para se queimar, ou algo do gênero, portanto parti para as perguntas que tempo é dinheiro e nesse caso, bem caro. Por falar nisso é estranho dizer que há um “custo do dinheiro” que ultrapassa o valor necessário para produzi-lo, mas não vamos divagar.
          “Sábio mestre, o que me dá de orientação para melhorar os meus caminhos? ” Uma faca foi atirada no centro do alvo sem que recebesse resposta. Melhor perguntar de outra forma, vai que não tinha entendido direito o meu questionamento, não que um guru não saiba interpretar algo tão simples, mas é que eles gostam de objetividade. “Grande Guru, que caminhos devo seguir para alcançar o meu objetivo pleno? ” Diversas facas foram atiradas ao mesmo tempo, e algumas até atingiram o centro do alvo.
          Caramba, estava pagando uma fortuna por essa entrevista e não estava levando nenhuma palavra? Essa coisa de Guru até que é um investimento bom de carreira, não dá trabalho nenhum, anotei para fazer um curso de como virar um guru em dez lições. Se mudo o cara ganha uma puta grana imagina eu que falo até pelos cotovelos, expressão usada para provar que tenho idade suficiente para ser um velho guru, isso faz toda a diferença. Mas estava disposto a arrancar alguma coisa pelo dinheiro gasto, além de lascas de madeira.
          Usei todo o meu conhecimento do assunto para poder formular a questão de forma que não admitisse qualquer dúvida ou interpretações furtivas, que pudessem se apresentar. Essas armadilhas e enganações de retórica usada a título de argumentação e que só servem para não dizer nada, e muito menos se comprometer com alguma coisa, não me atingem. Comigo tem que dizer as claras, assumir o risco de, depois, ser questionado nas afirmações e ter que sustentar os argumentos que apresentou ou se retratar.
          Depois de algum tempo consegui organizar as palavras de forma irredutível, clara e concisa, como tem que ser para se obter exatamente aquilo que se quer. Levei anos para descobrir como evitar dar respostas desejáveis nas entrelinhas da pergunta e assim impedir que charlatões usassem o meu desejo como fonte para sua resposta. Disparei de forma certeira.
          “Grande Mestre e Sábio Guru, demonstre para mim como alcançar o alvo de forma eficaz, sem que haja qualquer possibilidade de erro. ” Já estava até sorrindo por dentro, gargalhando na verdade. Comigo é assim! Tinha encurralado aquele cara de um jeito que não poderia fugir, estava ganha a batalha. Conhece o teu inimigo, dizia um outro guru em algum lugar que frequentei há tempos, não me lembro do resto, mas isso não importa agora.
          O homem apenas levantou com a última faca nas mãos e foi caminhando até o alvo, cravando-a firmemente no centro do alvo enquanto me olhava com uma intensidade que faria qualquer fã de filmes de terror ficar apaixonado, contanto que não estivesse dentro da tela, como eu. Depois passou a tirar uma a uma as que havia lançado antes, com uma calma sistemática que só os grandes mestres conseguem demonstrar diante dos mais complexos problemas.
          Tenho que reconhecer, o cara era bom mesmo. Fui embora sem dar as costas para o Sábio da Facas, agora reconhecido em sua extrema potência de ser, já me sentindo iluminado pela experiência transcendental que me encheu de humilde temor diante de tão agudas assertivas, que preferia manter a vista e não incrustadas no meu ser. Não há nada como provas materiais para embasar argumentações e criar fortes convicções de que há momentos em que a vitória não é certa, mas a sobrevivência é necessária. Nem preciso ser especialista em análise de discurso para saber disso, não é mesmo?

          Quanto ao meu ex amigo, estou só esperando um bom momento para demonstrar o quanto aprendi com a sua indicação e apresenta-lo a maravilhosa lei do retorno das nossas ações resgatando com dividendos a sua contribuição para a minha causa na busca do aperfeiçoamento constante. De que adianta adquirir um autoconhecimento se não para usá-lo com os outros. Acho que realmente tenho um grande futuro nesse negócio de guru, até já encomendei as melhores facas do mercado.

domingo, 6 de novembro de 2016

HellsClick – Selfies no Inferno. - Danny Marks




I
— Não teme o inferno que virá?
— Claro que não! Não acredito em Utopias.

II
— Aquele cara que arrumaram é um demônio!
— Calma, é o nosso demônio. Por isso que o contrataram.
— Esse é o problema. Demônios só tem um lado, o deles.

III
O problema no inferno é que as pessoas não se perdoam. Sempre descobrem alguém pior que elas.

IV
— Esse inferno não é culpa minha. Já existia antes.
— Sabemos disso. Não há inocentes por aqui.

V
— Há milênios venho controlando a humanidade, expondo seus vícios e hipocrisias, deturpando valores morais, destruindo a esperança, lançando irmão contra irmão. O que vocês fizeram?
— Criamos as redes sociais.

VI
— Devia voltar a ditadura. Podem morrer alguns inocentes, mas pelo menos arrumam essa bagunça.
— Quantos inocentes você conhece?

VII
O Inferno são os outros! Sempre me mostrando o que me falta ou o que tenho em excesso. Tinham que ser tão parecidos comigo?

VIII
Um dia Deus tirou uma selfie com sua obra. Desde então houve o diabo.

IX
— Quer saber? Não estou nem um pouco interessado no que você pensa.
— Oi? Repete.

X
Há momentos que exigem uma boa companhia. Para todos os outros, só lidando.

XI
— Ontem ouvi um sábio falando coisas maravilhosas.
— Devia ter anotado algumas.

XII
— Você parece tão feliz nessa foto!
— Não é? Treinei bastante no espelho.

XIII
— Odeio gente falsa.
— Eu também! Detesto concorrência.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Sob o Signo de Tanatos é escolhido para concorrer no Prêmio Kindle de Literatura - Danny Marks


Meu livro Sob o Signo de Tanatos – Retratos de uma Mente Mistica, foi indicado para participação no prêmio Kindle de Literatura 2016. Não perca tempo, faça a sua avaliação junto com os especialistas da área.

Sinopse
Baseado em fatos verídicos acompanha em primeira pessoa a iniciação de um jovem nos caminhos da Magia. As difíceis escolhas que cobrarão seu preço e moldarão o caráter; as consequências de seus atos impensados diante da responsabilidade exigida.
Não é a jornada de um herói, mas um retrato particular onde grandes escolhas, que podem mudar o futuro pessoal e de todos a sua volta, são exigidas em uma época em que não se tem certezas, apenas grandes dúvidas. Mas o Universo não oferece escolhas simples, cada um terá que conquistar o seu lugar de direito, ou morrer tentando fazer o que acredita ser o certo, enquanto acreditar.
Os segredos do Universo revelados por uma Criança das Estrelas, alguém como você.

Detalhes do produto
Formato: eBook Kindle
Tamanho do arquivo: 2347 KB
Número de páginas: 115 páginas
Vendido por: Amazon Servicos de Varejo do Brasil Ltda
Idioma: Português
ASIN: B01LWXJEDO
Configuração de fonte: Habilitado 
Preço eBook Kindle R$ 9,76


Baixe o aplicativo Kindle gratuitamente e leia em qualquer dispositivo

Sobre o que você escreve? - Danny Marks



Recentemente fui ao lançamento do mais recente livro de uma querida amiga, colega de Letras, e me perguntaram sobre o que escrevo. É um daqueles momentos em que fico sem palavras.
Como responder a isso de forma verdadeira, sem parecer pedante, incompetente, mentiroso? Sem virar verborragia, sem tergiversar, sem parecer técnico demais ou superficial demais? Complicado falar sobre isso, da mesma forma que é complicado se definir como pessoa em poucas palavras, até porque, muitas vezes, nos reinventamos constantemente.
          Costumo dizer que escrevo sobre pessoas, o estilo quem define é a ideia que não consegui deixar ir. Quem por acaso tenha se interessado em ler os meus textos vão poder verificar que isso é verdade. Normalmente trabalho com o conceito de esperança, mesmo nas distopias. Trabalho com o conceito de pessoa, mesmo quando os personagens são animais, robôs, seres fantásticos, forças da natureza ou, até mesmo, pessoas comuns. 
          Já escrevi literatura de terror/horror, de FC – recentemente me aventurei no steampunk, um absurdo –, de filosofia, literatura policial, romance, fantasia, psicologia, literatura fantástica e o que mais me pediram ou me deu vontade de tentar fazer. Algumas vezes me vi escrevendo textos técnicos sobre diversas temáticas, resenhas, monografias, teses, o que foi necessário ou solicitado. Trabalhei como revisor, organizador e editor, ensinei a fazer e aprendi fazendo.
          Mia Couto diz que gosta de dar voz a pessoas que não teriam voz de outra forma, Marcelino Freire diz que escreve sobre o que o incomoda. Eu faço um pouco dos dois, também.
Nos meus textos estão todos os autores que li e gostei, além de todos os autores que li e detestei, estão todas as pessoas que conheci e todas que gostaria de encontrar algum dia. Estão todos os traumas e as esperanças, todos os demônios e anjos, vilões ou heróis, reais ou imaginários, que de alguma forma fizeram parte da minha vida.
          Como definir o meu estilo específico de escrita se não me preocupo com ele até que seja necessário escrever uma ideia? Tem aquela que fica melhor no estilo de literatura fantástica, a outra que fica bem em uma Ficção Científica, outra que só se justifica no horror/terror, tem a que exige um policial, outra que é a cara de uma fábula, ou se realiza bem em um conto ou crônica. Tem as que são mais complexas e simplesmente obrigam um espaço maior para se desdobrarem, viram noveletas, romances. 
          Como falar que esse passeio entre estilos e formatos não é uma coisa tranquila, um modelo que gosto de seguir, mas uma necessidade que me obriga a gastar horas e valores que muitas vezes fazem falta em outras coisas? Como dizer que amo escrever, mas que há momentos que desejaria que uma ideia apenas desaparecesse da minha mente e fosse procurar outro para a realizar, que preciso dormir e ela não me deixa, que não quero falar sobre isso? Como explicar que as vezes é vicio, as vezes paixão; que as vezes é sedução e em outras é tormento? Quem em sã consciência dificultaria as coisas que gosta de fazer? 
          Sim, é um problema sério não poder ser definido de forma simples. Como vou apresentar aquele romance que tem vampiros, inteligências artificiais, humanos, transumanos, lobisomens, nano robôs, demônios ninjas, competindo em uma elaborada teoria da conspiração para comandar o futuro da humanidade em uma verossímil trama filosófica que poderia estar acontecendo em algum futuro distópico alternativo neste exato momento? Em que gênero isso se encaixa? Como formar leitores quando não se pode dizer qual vai ser o tema e o estilo do próximo livro ou texto? Quando, literalmente, qualquer coisa pode acontecer?
          Sem falar que é preciso conhecer mais profundamente diversos estilos para poder transitar entre eles, é preciso entender os mecanismos da narrativa para que não vire uma colcha de retalhos mal elaborada e aberrante. Realmente não é uma coisa simples saltar de um modelo descritivo para um modelo dialógico, ou de traçar um modelo com diversos núcleos de personagens com influencias diretas e indiretas, com tramas paralelas e trama central, multiplots e perspectiva diretiva. Uma trama é tão mais bela quanto mais fios consegue trabalhar na composição da imagem sem que se perca os entroncamentos certos, as evoluções necessárias, a perspectiva singular e geral, mas pode exigir apenas uma linha direta e simples ou ficará horrível e sem sentido. 
          Isso exige um respeito e conhecimento profundo da técnica que se pretende usar, que jamais deve vazar arrogantemente para o texto, que deve sempre ser compreendido pelo leitor, apesar das enormes complexidades que desvela, permitindo uma leitura superficial e ágil ou uma leitura aprofundada, com diversas chaves de leitura e links bem elaborados para ampliar a experiência da leitura. A chamada literatura em camadas interpretativas que me fascinam, mas que exigem tudo e mais um pouco de quem se atreve a tentar fazer algo do tipo.
          Há tempos defini as minhas atividades em termos de possibilidades, resumindo tudo em uma frase simples e emblemática que serviu como uma bússola para os que chegassem e para os que permanecessem: “Fazemos o possível hoje e o impossível amanhã”.
          Então como definir de forma simples e complexa a minha literatura, o meu estilo pessoal? Creio que a melhor forma de fazer isso em uma frase é dizer: “Escrevo aquilo que gostaria de ter lido, mas não haviam escrito, ainda”.
          Até que alguma forma melhor me ocorra, será essa a forma que vou usar para definir o que escrevo. Espero que isso facilite para os que tentarem entender e se interessarem em serem meus leitores, todos os outros não importam tanto assim.

Conexão Literatura 17 - Ademir Pascale



“Chegamos em nossa 17ª edição destacando a “Amazon – KDP”, uma das mais importantes plataformas de autopublicação do mundo. Nela, autores iniciantes e experientes conseguem publicar com mais facilidade. Uma ferramenta poderosa que já publicou milhares de e-books de diversos gêneros. E para conhecermos mais sobre esta plataforma, entrevistamos Luciana Syuffi, Gerente de Publicação Independente – KDP, na Amazon. Confira nas páginas da revista: http://www.revistaconexaoliteratura.com.br/2016/10/conheca-quem-esta-por-tras-da.html
Em minha coluna “Conexão Nerd”, comentei sobre a importância das HQs para o desenvolvimento da criança e adolescente, com dicas e uma entrevista exclusiva com Tânia Alexandre Martinelli, autora do livro “Louco por HQs”.
Os leitores também poderão conferir crônicas, entrevistas com autores, contos e dica de filme e livros.” (Ademir Pascale)




Confira um trechinho da Entrevista:


Conexão Literatura:
 Você é Gerente de Publicação Independente – KDP na empresa Amazon.com.br. Poderia comentar sobre a sua função?
Luciana Syuffi: Minha responsabilidade é garantir a melhor experiência de autopublicação aos autores independentes brasileiros com o KDP (Kindle Direct Publishing). Trabalho na divulgação da ferramenta, passando dicas para sua utilização e aproximando autores que tiveram sucesso dos que estão começando. Entre minhas atividades estão a participação em eventos, tanto workshops organizados pela Amazon.com.br, como em demais eventos para os que somos convidados. Também atuo em definições de promoções de livros de autores independentes para as campanhas da Amazon.com.br e, mais recentemente, estou muito envolvida com o Prêmio Kindle de Literatura, que anunciamos em setembro, em parceria com a editora Nova Fronteira – estou muito animada em ver que já temos mais de 500 livros inscritos e esperamos ajudar muitos leitores a encontrar novos livros, já que esses livros nunca tinham sido publicados.
Para mais, acesse a revista.
Veja o que mais você poderá encontrar nessa edição:
Editorial: por Ademir Pascale – pág. 03
  • Especial: Luciana Syuffi – Gererente, Publicação Independente – Amazon/KDP – pág. 05
  • Parceiros da Revista Conexão Literatura – pág. 10
  • Conexão Nerd: A Importância das HQs, por Ademir Pascale – pág. 11
  • Bob Dylan e a Polêmica do Nobel 2016 de Literatura, por Daniel Borba – pág. 17
  • Crônica: Tenho Medo, Logo Existo, por Misa Ferreira – pág. 22
  • Crônica: Draculea – O Livro Secreto dos Vampiros, por Dione Souto Rosa – pág. 25
  • Crônica: Um Milk Shake na Praça, por Rafael Botter – pág. 27
  • Entrevista com Itamar Morgado – pág. 29 Entrevista com Taynara Espinosa – pág. 34
  • Entrevista com Alexandre Sarmento – pág. 36
  • Entrevista com Lu Ain-Zaila – pág. 42
  • Entrevista com Dielson Vilela – pág. 48
  • Conto: Mãos Grandes e Brancas, por Ricardo de Lohem – pág. 52
  • Conto: Dia dos Mortos, por Míriam Santiago – pág. 56
  • Conto: S-Team – Conto Steampunk, por Everton Medeiros da Silveira – pág. 60
  • Saiba como participar da próxima edição da Revista Conexão Literatura – pág. 63

é grátis!


sábado, 22 de outubro de 2016

Dez Reais para Zé Bigode - Danny Marks


       Quando se mora em uma cidade turística litorânea, acostuma-se com a sazonalidade populacional que acomete determinadas épocas como chuvas de verão. Costumam vir ruidosas, rápidas, transbordantes, atrapalhando todos os planos e, depois, quando se vão, deixam muito lixo e bagunça expostos.
          Claro que para determinados tipos de pessoas, como políticos – que lucram com os impostos e popularidade, comerciantes – que lucram com a venda de produtos para pessoas que não estão preocupados com o dinheiro, e escritores – que desconhecem a palavra lucro, mas acabam conhecendo novos personagens –, sempre há algo de bom nesse fluxo humano.
          Foi assim que conheci um personagem urbano inusitado, não há palavra que o descreva melhor, chamado popularmente de Zé Bigode. Não que seja esse o nome real, se é que ainda lembra de ter algum, seja pela embriaguez, seja pela demência leve que demonstra, seja porque é difícil para uma pessoa em “situação de rua” – sempre me intrigou esse eufemismo moderno para a arcaica palavra mendigo – manter uma identidade. Situação de rua na minha opinião deveria ser algo como assalto, manifestação, essas coisas, mas enfim, não vamos fugir ao tema.
          Um mendigo de bigode não é algo inusitado, a menos que os mantenha enrijecidos e curvados à Salvador Dali, quase sem barba – me pergunto onde consegue laminas para a fazer. Mas essa particularidade que lhe dá nome só é vista por último, depois que se repara nos trajes: um paletó de terno a cobrir nada além da pele curtida pelo tempo em seu duplo sentido e pelos brancos no peito, a servir de leito para a gravata, uma calça que já viu tempos melhores – com um corte lateral – e um pé de sapato – o outro leva uma garrafa pet amarrada com trapos que podem ter sido a camisa ausente.
          Zé Bigode é aquela espécie de turista que não agrada políticos ou comerciantes, que tentam a todo custo mantê-lo longe, mas que de alguma forma acaba se tornando mais uma exótica parte do espetáculo público, depois que se vence o impacto inicial. Sempre limpo, apesar de sua situação restritiva, caminhando pelo calçadão com ar majestoso como a verificar se os jardins e os equipamentos de seu lar de verão estão em bom estado, escolhe ao acaso alguém e lhe pede, sem qualquer apresentação prévia:
          — Dez reais!
          Não pede nada diferente disso, seja valor ou outras coisas. Sempre “dez reais”. Também não aceita que alguém que não tenha sido solicitado lhe ofereça donativos, apenas a pessoa – que pode até se tornar intermediário na transação – pode contempla-lo com qualquer valor, até mesmo os dez reais solicitados.
          Quando alguém o faz solta, em um tom de voz que não admite questionamentos, alguma de suas frases emblemáticas que, junto com as vestes e o bigode, o tornam tão popular. Feito o seu espetáculo retira-se como se nada houvesse interrompido o seu passeio, deixando apenas o som do mar e o silêncio abismado das pessoas.
          Claro que para um escritor ser escolhido por uma figura assim, inusitada, é como encontrar um dos personagens refugiados da ficção na curva de uma esquina que se vira de forma automática. Mas como não adianta nada tentar impor à Zé Bigode a sua presença, que será ignorada completamente, resta apenas aguardar que a sua loucura seja identificada e atraia a atenção. Por isso sempre que Zé Bigode está na cidade ando com dez reais no bolso, feito moedas para o barqueiro.
          E quando menos se espera, coisas acontecem. Projetando um raio de luz sobre as divagações em um banco de jardim público, chega a voz imperativa que o coloca no centro de um palco improvisado, no momento em que todos os roteiros possíveis estão descansando em algum lugar distante.
          — Dez reais!
          Rapidamente se forma um pequeno público a observar o estranho, talvez um turista que não conhece o costume. Diversos se preparam para fornecer suprimentos para o estranho, apenas para poder participar como coadjuvantes desse espetáculo popular sem hora marcada.
          Saco da bolsa, onde carrego a leitura do momento, a oferenda exigida pelo arauto dos novos tempos e tiro dos fones a trilha sonora que sempre me acompanha, para dar vazão a ansiedade na audição do vaticínio do oráculo moderno. Ele recolhe rápido, sem olhar, o valor ofertado que é displicentemente jogado no bolso esquerdo e proclama:
          — Fantasmas pertencem ao passado, só espíritos habitam o futuro.
          Comungo, provavelmente com o pequeno público que poderia até aplaudir se não estivessem tão ou mais aturdidos que eu, com as palavras. Vai-se o momento, vai-se Zé Bigode, vão os dez reais, vão os expectadores; cada qual pegando seu destino em direções opostas preenchidos por sentidos, fico sozinho com palavras e percepções.
          Reflito se as pessoas terão entendido o que disse aquele arauto do submundo, se cheguei a alcança-las em sua profundidade. Caronte deve estar a sorrir sob o capuz que lhe é peculiar. Olho para o horizonte e lá está a conversar animado com flores do canteiro, ouvintes cativas que nada lhe devem, antes de descer a rampa que conduz para o mar. Não o vi desde então, ainda calam em mim as palavras que se justificaram pelo valor dado, e mais.
          Teria Zaratrusta abandonado sua caverna e, rindo-se do escritor que tenta ver o mundo com olhos críticos de esperança, atira-lhe ao rosto realidades tantas vezes vivenciadas e não percebidas? Ao passado pertencem os fantasmas, só aos espíritos permite-se almejar o futuro. Poderia facilmente escrever uma tese, artigos, textos e peças teatrais a partir desse mote, mas logo sou invadido por percepção amarga que rouba o ímpeto.
          Jamais voltarei a ver Zé Bigode, ouvir sua louca sabedoria. Terá se tornado fantasma que permanecerá no passado, zombando do futuro e seus espíritos imaturos. Não podendo dividir direitos autorais com um fantasma, resta-me apenas o registro que, talvez, avise os espíritos de que há caminhos tortos no rosto da realidade – que nos assombra com sua síntese, e que se vai sem ligar para o que fazemos com o que nos deixa.
Só valemos dez reais de sua atenção, e nada mais.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Resenha “Eu, Fernando Pessoa – em quadrinhos” – Danny Marks



Eu, Fernando Pessoa – em quadrinhos
Susana Ventura e Eloar Guazzelli
Editora Peirópolis – 2013
Formato 20,5 X 27 cm
Páginas 72
Idioma Português
Disponível em Editora Peirópolis

           
Sempre se está a discutir o que é Literatura, quais os limites, quais os veículos mais adequados, e esse debate é importante. Porém, considero ainda mais importante a transposição possível entre os modelos de forma que permita o acesso aos grandes gênios da literatura àqueles que não conseguiriam alcança-los de imediato, sem uma apresentação prévia que indicasse caminhos possíveis.
          Uma obra de arte é capaz de transpor os limites da genialidade tornando-a acessível ao leigo, ao distraído, a outro gênio que possa encontrar-se enclausurado em sua própria visão. É assim que vejo este excelente trabalho da minha professora e amiga Susana Ventura e do ilustrador Eloar Guazzelli, uma obra de arte genial que faz a transposição da obra genial do Poeta Fernando Pessoa em uma linguagem acessível a todos.
          Dirão os interessados em capitalizar o conhecimento que não se pode considerar séria uma transposição da poesia complexa para uma HQ, como dizem que não é possivel considerar literatura a música. Pois que digam, a Literatura não se importa com esses debates de egos e interesses, segue leve como uma brisa a ser inspirada pelos que a compreendem e a transformam em suspiros.
          Eu, Fernando Pessoa, tem o lirismo poético, a sensibilidade, a força e a tragédia que impregnam a obra desse fantástico poeta que, de tão grande, não cabia apenas em si mesmo, tendo se dividido em heterônimos que nos alcançam, cada qual, com sua identidade e sensibilidade próprias. Susana Ventura consegue alinhavar trechos desta vasta obra em uma narrativa consistente e pungente, que nos serve de aperitivo para o banquete que se oferece, ou não, porque há liberdade em apenas apreciar o momento e degusta-lo intensamente.
          Nos traços de Eloar Guazzelli, reconstrói-se a narrativa enriquecida por sutilezas que proporcionam experiências sensoriais e cognitivas para além do que se imagina ser possível, a marca de uma obra de arte. Mais do que ilustrar a narrativa, as imagens oferecem possibilidades narrativas que ultrapassam as palavras e invadem o espaço onírico, lírico, habitado por heterônimos que nos transformamos por osmose, absorvendo e reinventando a identidade que nos faz Pessoa.
          As setenta e duas páginas deste livro são o portal e o passaporte que permitem alcançar um lugar insuspeito dentro de nós, onde habita a poesia e a Literatura não conhece limites ou formas que a contenham, apenas que a traduzam e possa nos dar a mão e nos conduzir de volta para casa, de onde saímos para ganhar o mundo e tentar compreender melhor o lugar que é nosso, enquanto o merecermos.
          Convido a todos a fazer parte desta aventura na sensibilidade narrativa que vai ultrapassar as fronteiras do tempo e das formas e nos colocar em contato direto com um espirito poético que tem encantado gerações, Fernando Pessoa, o poeta que conseguiu nos traduzir em versos e nos fez eternos, através dele.

         
          Sobre os autores:

Susana Ventura é doutora em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Professora e pesquisadora das literaturas de língua portuguesa, tem trabalhado em diferentes universidades do Brasil, Portugal e França, ministrando cursos e palestras. Autora de diversos livros, entre eles Convite à Navegação: uma conversa sobre literatura portuguesa.


Eloar Guazzelli é ilustrador e quadrinista, diretor de arte para animação e wap designer. Mestre em comunicação pela ECA-USP tem trabalhos publicados no Brasil, Argentina e Espanha. Entre os seus trabalhos está Túnel de Letras e O Rei de Pedra. Vencedor do prêmio HQ Mix na categoria Desenhista Revelação.

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