quarta-feira, 27 de junho de 2012

Desencantos - Danny Marks



Enquanto há um mundo lá fora a devorar
recolho encantamentos restauradores
A carne sobre os ossos seca
em contato com o frio invernal
Memórias de tempos idos
tempestades sem relâmpagos
que se recriam no presente

Por mais que navegue neste mar
em busca de porto seguro das dores
o coração apertado peca
temperado por novo sal
e se entrega em abraços partidos
esmolando qualquer afago
daquela que se apresenta ausente

Cale-se, cale-se, voz sombria
que tua fúria me consome
se grito é de agonia
máscara de paz insone

Tantas palavras doces quis ouvir
e tantas outras que ousei dizer
caem no vazio – oculto abismo do ser -
fraca esperança no porvir

Danny Marks apresenta Michel Fonseca Alexandre


 É com prazer que eu apresento aos leitores do Retratos da Mente o Michel Fonseca Alexandre
um jovem e promissor autor que está conquistando os eu espaço no cenário literário.
Aqui apresento os dois livros da Trilogia que está sendo desenvolvida e logo estará disponível para os leitores se deliciarem com essa intrigante história.

O primeiro livro se chama "A Torre" e já foi lançado em dezembro de 2011.

O primeiro livro da Saga “Os Sete Cavaleiros de Algord” e conta a historia de Mick Fronsac e seus seis amigos que são abduzidos para Galáxia Irione, mais precisamente para o planeta Tood-Sil’s, assim que chega Mick conhece a jovem Celina D’Kiet, mas logo são separados pelo Capitão Silk Aydu que leva Mick para o palácio Sil’s. Lá ele reencontra seus amigos e conhece o General Ivaniv Koor, que conta que eles são a reencarnação de sete cavaleiros que viveram em um planeta chamado Algord e que a misteriosa morte deles deu origem ao Império Sarac que domina a galáxia há mais de vinte anos sob a liderança do Imperador Telvarius Sarac. 

Koor pede para eles se aliarem ao RAS “Revolução AntiSaracsista” que tem como seu principal objetivo derrubar o Império Sarac e devolver a liberdade para a galáxia, os sete jovens aceitam e se aliam ao movimento, começando assim um intenso treinamento de combate e de adaptação ao seu novo mundo.

Os Sete Cavaleiros de Algord iniciam uma guerra para reconquistarem a Torre de onde partem os Mops galácticos que cruzam o universo e que podem levá-los de volta para casa, mas ela foi dominada pelo império, que deseja utilizar os mops para expandir seu domínio pelo universo."


O segundo será será lançado em novembro de 2012 e se chamará "Face a Face"

"Face a Face é o segundo livro da Saga “Os 7 Cavaleiros de Algord” onde cinco meses após a reconquista da Torre, Morales e Luiz são enviados ao planeta Ocheam com a missão de investigar o envolvimento do Império Sarac com os Piratas Galácticos no fornecimento de minério de lars para o império, sendo que este metal é somente comercializado pelo ganancioso Drirom Rentor. 

Em meio a essa investigação eles acabam descobrindo que o império mantem secretamente uma fábrica de armas em uma região remota do planeta Ocheam e que o minério contrabandeado abastecia a fábrica. Mas a missão dos cavaleiros foi interrompida com uma mensagem do General Ivaniv Koor, que ordenou para que os dois retornassem a Tood-Sil’s para se reunirem aos outros e partirem para o planeta Algord.

Em Algord os cavaleiros ativam as sete torres para recebem uma mensagem holográfica do falecido rei de Algord Ted Tolemam que os ajudariam a desvendar o enigma sobre a morte dos Sete Cavaleiros de Algord. Mas a aparição de um misterioso cavaleiro abalará definitivamente os objetivos do RAS (Revolução Anti-Saracsista) fazendo Silanos e Ocheaneses se unirem aos Cavaleiros de Algord mais uma vez para destruírem a fábrica de armas e descobrirem a identidade do misterioso cavaleiro das sombras."

vocês podem acompanhar mais sobre o autor e seus outros trabalhos através do blog do livro e a pagina no Face.

 
Eu recomendo!




quarta-feira, 20 de junho de 2012

APENAS PEDRA - Lariel Frota


Não era  a do poeta,
Ou seria!
Não.  Era uma  apenas pedra
Que noite e dia,
Permanecia
No mesmo lugar.
Alguns  não a  notavam,
Outros a pulavam,
Crianças brincando a pisavam.
O sol a aquecia,
O vento acariciava,
A poeira a encobria,
A chuva a limpava.
E ela permanecia
No mesmo lugar!
Esperando  noites sem nuvens
Pra se despir da dureza
 E toda nua
Mostrar  sua beleza
 E sussurrar pra estrela:Sou tua!!!!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Solitude (Danny Marks)


Por que uma mulher desejaria um homem na sua vida?
Homens podem ser bons acessórios. Você pode usá-los para ir a uma festa, exibi-los para os amigos; torná-los um adereço que destaque a sua beleza e bom gosto.
Se for um bom exemplar masculino pode provocar inveja nas concorrentes, demonstrar a sua habilidade em ter o melhor.
Um homem também serve para carregar as suas coisas, trocar uma lâmpada, fazer algum trabalho sujo e pesado que não se adéque a sua constituição física ou seu ânimo mental.
Mas nada disso justifica uma mulher querer um homem na sua vida.
Você pode pagar por esses serviços. Sempre haverá aqueles dispostos a fazer qualquer coisa para aparecerem ao seu lado, por um sorriso seu ou mesmo a promessa de uma algo mais que você pode ou não conceder.
Nem mesmo o sexo eventual, uma necessidade de contato, de carinho, a realização de um desejo; nem mesmo isso justificaria uma mulher querer um homem na sua vida.
Todas essas coisas podem ser conquistadas, mantidas, descartadas a qualquer momento por uma mulher que saiba como conseguir e que tenha os recursos necessários para obter. E todas as mulheres possuem recursos de uma forma ou de outra.
O que faz uma mulher querer ter um homem na sua vida é algo mais profundo, que envolve ter todas essas coisas e mais.
A solidão é algo avassalador na vida de uma mulher. Todas nós podemos disfarçá-la com maquiagens e escapadas na noite. Encontros provocantes e amigos desinteressantes.
Todas nós podemos sorrir em público de uma forma convincente e satisfatória, e até preencher o espaço vazio ao lado da cama com animais, almofadas ou mesmo um parceiro quente e sensual.
Só não podemos preencher as quatro paredes do quarto em que acordamos à noite e sentimos o frio entranhado na ausência do contato.
Não o contato com um corpo quente, sólido; mas o contato com o envolvimento de saber que se tem alguém na vida com quem partilhar alegrias, tristezas, duvidas e certezas, ainda que este alguém não esteja ali, na ausência presente e cálida.
Solidão é algo que as mulheres sentem profundamente no corpo e na alma e chega a ser mais forte que qualquer orgasmo múltiplo que se possa ter com um amante ocasional.
Mentimos para nós mesmas e para os outros quando dizemos que precisamos de um homem para nos proteger, para nos amar, para nos aconchegar em seus braços e nos sustentar nos nossos sonhos e delírios inconstantes.
Mentimos porque a verdade é mais dura do que revelar uma possível fraqueza que pudesse haver, uma incerteza que pudéssemos ter.
A verdade é que precisamos de um homem na nossa vida para justificar a nossa existência de mulher, a nossa necessidade de entregar algo que desejamos seja conquistado e mantido com o vigor de um braço forte e com o carinho de um amante. E por trás disso tudo, há sempre o medo de estar oferecendo o melhor para alguém que pode não merecer, pode não compreender o nosso verdadeiro segredo e mistério; ou que ao descobrir-nos tão nuas e carentes, passe a nos achar menos do que somos e não nos aprecie com o mesmo ardor dos primeiros dias. E mantemos a mentira de uma carência e fragilidade para reforçar a masculinidade insegura daqueles que admiramos secretamente por sua força e suavidade.
E por essa mentira pagamos o preço da solidão.
Podemos ter um homem em nossas vidas e ainda assim nos sentirmos solitárias em meio aos lençóis, presas nas quatro paredes que não amanhecem.
Qual homem poderia compreender essa dor em uma mulher?
Que tipo de companheiro poderia trazer alívio a essa ferida que não fecha, que sangra todos os meses e que nos consome de forma atroz?
Se os homens pudessem compreender como a solidão nos afeta, como nos fragiliza de forma debilitante, talvez pudéssemos aceitar plenamente um homem em nossas vidas, sem nenhum medo ou censura.
Será que algum homem jamais conseguiu sentir algo assim, ou equivalente talvez? Terá esse ser másculo a capacidade de compreender a imensa perda que há em dar parte do seu corpo ao mundo e ficar eternamente com o vazio a ser preenchido? A espera de algo que o complemente?
Se houvesse, talvez alguma mulher realmente pudesse amar o seu homem e fazê-lo feliz por estar em sua vida, e se fazer presente na vida dele, nos seus sonhos e delírios.
Então, alguém como eu, poderia acreditar que o amor realmente existe e que as pessoas podem alcançá-lo.
E não apenas olhar para essa coisa que nos ataca nos momentos mais impossíveis e nos faz sofrer com as dores da solidão, na ausência de algo que sempre ouvimos falar, mas que raramente presenciamos.
Todas mulheres, de putas à damas, de mães à amantes, todas nós, deveríamos ter o mínimo direito de conhecer o amor sem ter que sofrer tanto por isso.
Malditos sejam todos os homens por não nos pertencerem a ponto de podermos colocá-los em nossas vidas; malditos todos eles por serem tão fracos que precisam ser protegidos de nossas fragilidades tornando impossível que nos entreguemos como mereceriam.
E com isso, somos todos solitários em meio ao banquete dos reis.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A quem pertence? - Danny Marks


 Foi por acaso, tinha certeza disso.
Até alguns anos atrás, ao menos, quando começou a duvidar cada vez mais das coisas que antes dava como certas.
Dera de cara com ela, em alguma esquina; dessas que se vira sem olhar, sem pensar, como se o caminho já estivesse traçado de antemão por um navegador que vai lhe ditando as ordens em que você confia, sem nunca saber quem realmente as deu; ou por qual motivo escolheu dentre todos os caminhos possíveis entre dois pontos, justamente aquele.
Até tentou contornar a coisa, mas algo o impedia, parecia que ela se agarrava a ele de alguma forma que não compreendia.
Deve pertencer a alguém, pensou rapidamente, melhor devolver logo.
Olhou em volta e viu uma senhora carregando um monte de pacotes, provavelmente havia deixado cair, lógico. Correu até ela e se prontificou a devolver-lhe o perdido. Mas foi olhado com tanta estranheza que mudou de ideia.
Talvez aquele com a gravata bem alinhada de um Mario Puzzo moderno. Claro só podia ser dele.
Não era. Como também não foi da atriz famosa, do vizinho, do compadre do boteco, do religioso que passava ao largo de forma rápida demais, um suspeito olhar estrábico.
Não podia simplesmente deixar as coisas assim. Tinha que achar a quem ela pertencia, devolver ao seu legítimo dono para que desse solução ao caso. Sentia-se como um detetive investigativo, procurando pistas que levassem a origem, ao motivo dela se encontrar exatamente ali, como que esquecida, talvez.
Foi tentando todas as possibilidades, do médico ao juiz, do professor ao aluno, da família à sociedade, mas ninguém a reconhecia, ninguém a queria.
Em certo ponto, já quase inconformado com a situação, decidiu que era melhor se livrar dela do mesmo jeito que haviam feito.
Surgiu a oportunidade ao ver o mendigo bêbado, enrolado em restos e excrementos.
Passou ao lado deixando cair discretamente sobre o pobre diabo, ele saberia lidar com a coisa, afinal já carregava tantas outras que não lhe pertenciam mesmo. O diabo que a carregasse, estava farto de tudo aquilo.
Foi feliz para casa, sentia-se outro, finalmente.
Tomou um longo banho quente, relaxante. Pretendia preparar um boa refeição, vestir uma boa roupa, sair ao ar livre.
Ar livre, que coisa fantástica isso, era como respirar sem entraves de novo. Encher o peito e exalar lentamente.
Passou a mão no rosto e sentiu uma aspereza incomoda.
Foi olhar no espelho e tomou um susto.
De alguma forma ela estava sobre suas costas, não conseguia arrancá-la. Alguém a colocara ali, e ali ficara, presa definitivamente.
Deus, maldito seja, por que não ficava com ela para ele; por que não a dava a outro?
Chorou por um longo tempo até que, sem mais o que fazer, vestiu-se e foi trabalhar.
Carregou a Verdade por muitos anos, na esperança de algum dia, de alguma forma, encontrar alguém que ficasse com ela, livrando-o definitivamente de qualquer responsabilidade.

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