quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Coisas que Soum Homem diria sobre as Mulheres - Danny Marks


Olá, amigos do “Coluna de Dois” o único lugar onde a boca é livre. Estamos com mais um show de entrevista, desta vez com o emérito e controvertido Dr Soum Homem, Antropófago Social e Sexoanalógico.
Cd2 — Dr Soum Homem, obrigado por sua entrevista à Coluna de Dois.
Soum — Eu é que agradeço a oportunidade de estar divulgando as minhas Teorias.

Cd2 — As questões que o senhor aborda no seu livro “Coisas que Soum Homem diria sobre as Mulheres” tem levantado muita polêmica, o que o senhor acha disso?
Soum — Que era preciso falar escancaradamente sobre as questões ou elas ficariam escondidas debaixo dos lençóis e saias eternamente.

Cd2 — Sim, mas dizer que as mulheres não são mais mulheres é uma forma agressiva de se iniciar um livro, não acha?
Soum — Inicio o meu livro com a verdade e não vejo problema algum nisso. É um fato que as mulheres não são mais mulheres, tornaram-se homens de saias ou coisa pior.

Cd2 — Então o senhor não vê com bons olhos a liberdade sexual conquistada pelas mulheres.
Soum — Que liberdade? Que mulheres? Quem promoveu a tal “liberdade sexual” foram as lésbicas que queriam ter a liberdade de usar calças e agir como homens. As mulheres sempre foram livres para o sexo. Nunca ouviu falar que água de morro abaixo, fogo de morro acima e mulher quando quer dar, ninguém segura? Então! Minha bisavó já falava isso e é um fato consumado. Que liberdade há em querer ocupar um lugar puramente masculino? Há uma completa inversão de valores e uma falsidade ideológica nessa coisa de “Liberdade Sexual” que acabou tornando-se uma “Putaria Social”, isso sim. Qual mulher escolheria ser estuprada socialmente em trabalhos para os quais a natureza não a qualificou apenas para ter a liberdade de não usar sutiã?

Cd2 — Mas a queima de sutiãs foi um gesto simbólico.
Soum — Claro! Um gesto que simboliza quem realmente comandou o movimento. Veja hoje em dia, as Mulheres de verdade não apenas usam sutiãs como procuram mostrar abertamente que os usam. São peças indispensáveis no vestuário feminino e os decotes apenas servem para mostrar que estão usando. Se fosse um ato de rebeldia teriam queimado as calcinhas que não sustentam nada e a cada dia ficam menores.

Cd2 — Mas há muitas mulheres que não usam sutiã.
Soum — Claro que há. Inclusive há uma campanha enorme dos cirurgiões plásticos para que isso aconteça. Quando os peitos ficam caídos são eles que ganham.  Mulheres, o seio foi feito para ser sustentado, na ausência de sutiã o melhor suporte são as mãos masculinas.

Cd2 — Voltando a questão do trabalho feminino, porque o senhor é contra?
Soum — Porque sou contra o trabalho infantil, o trabalho escravo, e todas as formas de trabalho que não favorecem aqueles que o fazem e sim a terceiros. Essa coisa de trabalho feminino só foi inventada pela falta de mão de obra depois que a guerra acabou com os operários jovens e fortes. Sobraram apenas velhos, mulheres e crianças. Foi uma escravidão consentida que se criou a custa da ilusão de que as mulheres poderiam dar mais e melhor.

Cd2 — E o senhor não acredita que as mulheres são boas funcionárias?
Soum — Eu acredito em funcionárias boas. Tenho duas ótimas. As mulheres são preparadas geneticamente para administrar várias coisas ao mesmo tempo, como o Marido, os filhos, a casa, as panelas, as novelas, as vizinhas, etc. Mas onde você vê em um sistema capitalista alguém administrando várias coisas ao mesmo tempo? Todo o sistema administrativo vai exatamente à contramão disso. Dividir para controlar é o que o Administrador faz e quanto mais ele delega coisas para outros gerenciarem, mais rapidamente e melhor o trabalho é feito. Então para quê alguém que consegue fazer tudo junto de forma centralizadora? As mulheres deveriam ficar em casa que é o único lugar onde podem usar os seus dotes de administração genérica.

Cd2 — Então há uma perda com a mulher que trabalha fora.
Soum — Claro que há! A mulher que trabalha fora tem que contratar alguém para cuidar da própria casa porque não sobra tempo. Então contrata um faxineiro, um cozinheiro, uma babá, um motorista. Pra quê? Ela gastaria bem menos ficando em sua casa e cuidando ela mesma. Isso sem falar que o marido acaba contratando uma amante para substituir a mulher que não está mais em casa.

Cd2 — Mas a independência feminina tem tornado a vida da mulher mais fácil, não acha?
Soum — Como? Se ela trabalha tem que ir mais vezes ao salão de beleza, comprar mais roupas, estudar mais, fazer mais coisas. No que isso facilita a vida delas? Cada vez mais existem mulheres em clinicas psiquiátricas por estresse. Quando você via isso antigamente? As mulheres tinham todo o dia livre para elas. Quando tinham filhos juntavam os pestinhas em um amontoado e ficavam vigiando de longe enquanto conversavam sobre banalidades.

Cd2 — Então o senhor acha que a mulher tem que desistir das conquistas que alcançou?
Soum — De jeito algum! Eu jamais diria para as minhas mulheres desistirem de mim.

Cd2 — Não estou me referindo a essa questão.
Soum — Mas eu estou. Não queira apresentar as coisas de outra maneira. Mulher é bom e eu gosto das Boas. Se as idiotas querem trabalhar para se sentirem mais libertas, problema delas. As que são inteligentes arrumam um homem para sustentá-las e se dedicam ao sexo com a mesma liberdade e energia que as verdadeiras mulheres de antigamente faziam.

Cd2 — Essa é uma questão interessante, mas o nosso tempo acabou. Podemos chamá-lo para uma outra entrevista?
Soum — Contanto que aquela loira que me recebeu hoje esteja livre, pode me chamar quantas vezes quiserem.  Eu já disse, Mulher é bom e eu gosto das Boas.

Cd2 — Então ficamos por aqui e em breve retornaremos com mais “Coisas que Soum Homem Diria sobre as Mulheres”. Obrigado a todos os amigos do “Coluna de Dois”.

ATENÇÃO
As ideias apresentadas pelo Dr Soum Homem são de inteira responsabilidade do personagem, Antropófago Social, Socioanalógico e FDP.

O Autor não se responsabiliza por quaisquer danos colaterais advindos de suas controvertidas Teorias ou concordâncias com as mesmas que possam haver por parte dos leitores.

A Boca Livre se restringe apenas ao "Programa Coluna de Dois" e é de inteira responsabilidade do mesmo.

Mas cá entre nós, até que esse FDP diz algumas coisas que deveriam ser ditas mesmo 

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Diário - Danny Marks


Trancou o diário.
Havia arrancado páginas ainda não escritas.
Agora, dentes esgarçados riam dele.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cartas - Danny Marks



— Era uma Torre! Imagina isso?
— Não acredito que você está dando bola para essas coisas agora,  Otávio.
— Não sei, essas coincidências tem ocorrido e...
— Eu te conheço desde criança, cara. Você nunca foi de ligar para essas coisas. Muito pelo contrário, que eu me lembre. Conta, o que está acontecendo? Não está indo bem na empresa?
— Não, está tudo bem. Conseguimos alguns clientes novos e o dinheiro está entrando como nunca...
— Já sei, está com problemas de saúde.
— Fiz um check-up, tudo ok. Estou com uma saúde de ferro...enferrujando.
— Então é a Circe? Algum problema com ela? Fala. Você sabe que pode confiar em mim, não sabe?
— Ela anda meio estranha ultimamente. Essa coisa das cartas foi ela quem inventou e... não dá pra negar que algumas coisas realmente batem.
— Ah, fala sério, Otávio. Ficar dando bola para cartas em plena era de internet? Se ainda fossem email...
— Você ri porque não é com você....Mas acho que tem razão, deve ser apenas insegurança. Quando tudo está bem...
— ...É sinal que pode piorar. Eu lembro. Mas esse tempo já foi. Agora é bola pra frente.
— Você está certo. Bobagem minha, desculpa eu te ligar a essa hora para ficar te incomodando.
— Que nada, amigão. Qualquer coisa pode me procurar, sabe disso. Vai pra casa mais cedo hoje? Posso passar lá e tomamos uma cerveja juntos para desanuviar logo.
— Não, vou ter que ficar até mais tarde, sabe como é...
— Sei...os clientes novos...
— É, alguém tem que trabalhar, não é mesmo?
— Não fala assim que magoa. Eu estou apenas curtindo umas férias prolongadas entre um emprego e outro. Logo arrumo alguma coisa e vai ficar sem o teu parceiro de bar.
— Tá bom. Então...divirtam-se...
— ...
— Quem era, Antônio?
— Seu marido.
— O quê? Ficou louco? Porque não me avisou que era ele?
— Qual o problema, amor? Ele não desconfia de nós dois. Não viu que eu sondei ele? Agora você pode ficar sossegada.
— Não sei, não. Ele anda muito esquisito. E além disso as cartas falaram que...
— Não começa de novo, já discutimos isso antes, que saco. Até o Otávio já está acreditando nessas coisas.
— Se não fosse pelas cartas não estaríamos juntos. Lembra dos namorados? Foi a primeira carta que eu tirei para você, e o louco...
— Sim, eu sempre fui meio louco, mas foi por isso que gostou de mim, não é? Essa coisa de ser certinho demais é para caras como o Otávio. Eu prefiro viver a vida com toda a intensidade, a boa vida.
— É, mas se não fosse ele você não pagava nem o apartamento onde mora.
— Ele não! Você. A minha dama de copas. Minha rainha. Nada mais justo que o Otávio pague pelo que ele não te dá. Ele trabalha e sustenta você, eu dou o prazer que ele não consegue. Não é perfeito?
— Você não vale nada mesmo, né?
— Quando você faz essa cara me dá o maior tesão, sabia?
— Bobo....Tenho que ir...
— Ahá! Não tem não. O Otávio falou que vai chegar mais tarde hoje, podemos ficar mais um pouco juntos. Viu como eu sou experto?
— Seu Antônio, chegou essa carta para o senhor.
— Ah, obrigado. Nossa, não tem remetente. Quem deixou aqui?
— Não sei não senhor, estava na caixinha lá na portaria. Tinha o numero treze e achei que era para o senhor.
— Deixe-me ver...
— Credo. Que coisa é essa?
— Uma carta de tarot. A Morte.
— Quem lhe mandaria uma coisa dessas? Eu, heim! Coisa esquisita.
— Como você sabe que é para mim?
— O senhor não mora no numero treze? Então...
— Tá legal, deixa pra lá, deve ser alguma brincadeira.
— Amor, que coisa foi aquela ontem a tarde?
— Como assim, Antônio?
— Aquela carta que deixou na recepção para mim.
— Eu não deixei nada. Tá maluco? Sabe que eu não escreveria um bilhete para você, quanto mais uma carta.
— Não. Uma carta de tarot, em um envelope com um número 13.
— Carta de tarot? Quem te enviaria uma carta de tarot? Será que o Otávio desconfia de alguma coisa?
— Bobagem. Deve ter sido algum engraçadinho. Escuta, e aquele dinheiro que você ficou de me arrumar?
— Eu trouxe, está em uma caixa em cima do sofá. Tive que disfarçar porque o Otávio estava em casa hoje. Eu disse a ele que iria ver uma amiga e levar algumas coisas para ela.
— Em casa? Mas e os novos clientes?
— Estavam lá também. Uns árabes, eu acho. Não gosto como eles olham. Jeito esquisito.
— Árabes? Mas o Otávio não tem uma empresa de eletrônicos? Deveriam ser japoneses.
— Você e suas piadinhas.
— É porque você me deixa feliz. Deixa eu pegar logo o negócio.
— Ah, não me diga que não foi você ontem. Olha outra carta aqui.
— Como? Eu não coloquei nenhuma carta ai.
— Colocou sim, olha aqui, o julgamento. Viu? Eu também conheço o tarot...O que foi?
— Não fui....
Do outro lado da rua Otávio protegeu o controle remoto dos pedaços de vidro e concreto que caiam. A explosão fora mais forte que o previsto. É o que dá trabalhar com gente que não entende do negócio. Pelo menos não o ligariam ao atentado. E agora estava livre para seguir o seu destino.
Guardou o aparelho no bolso e entrou no carro alugado. Esqueceu de recolher uma ultima carta, caida sobre o banco: O Mundo.

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