Adversários mortais serão
obrigados a formar alianças se quiserem ter alguma chance de vencer inimigos
ainda mais poderosos e organizados. Terão que aprender a manipular as forças
destrutivas, econômicas, tecnológicas, naturais, sociais, qualquer coisa que
lhes permita sobreviver e vencer a guerra mais sangrenta e imoral que já
existiu, sem fronteiras, sem quartel, sem heróis. Cada grupo acredita ter o
conhecimento necessário para resolver a grande crise que se apresenta,
definindo quais serão os rumos melhores para os sobreviventes. Depois deste
romance, o futuro e a humanidade jamais serão vistos da mesma forma. E essa
história começa AGORA.
Uma produção SPC Assessoria em parceria com Danny Marks
(Esta é
uma obra de ficção, um exercício imaginativo, e tem o interesse exclusivo de
ser divertido. Nenhuma das informações aqui apresentadas representa um fato
real ou se refere a pessoas reais e suas reais intenções. O ministério da saúde
mental adverte, não leia bobagens deste tipo, mesmo que vindas de sites
estrangeiros).
— Olá
amigos do Coluna D2, o único lugar onde a boca é livre. Diante dos fatos
recentes na política nacional, surgiram inúmeras teorias de conspiração e a Coluna
de Dois não podia ficar de fora desse importante evento. Então chamamos um especialista
nessa área para garantir um padrão mínimo de qualidade nos relatos, e
descobrimos coisas interessantes. Dr Soum Homem, então dizendo que não foi um
atentado, que a faca não era de verdade e que não havia sangue em lugar nenhum,
o que o senhor tem a dizer sobre isso?
—
Obrigado à Coluna D2 pela oportunidade de demonstrar minhas habilidades como
Antropófago Social, Sexoanalógico e Analista Conspiratório. Essa versão
apresentada é fraca porque há uma equipe médica publica que fez a cirurgia e
ficaria difícil esconder os fatos no longo prazo. Mas é possível melhorar esse
relato acrescentando alguns detalhes, por exemplo: A facada foi de mentira,
tudo simulação, mas HOUVE uma facada POSTERIOR, dada por um especialista em
esfaqueamento, dentro do carro em que a vítima estava sendo transportada, de
forma a prevenir que a vida do candidato não estivesse realmente ameaçada.
— E
por que isso seria feito, Doutor?
— Ora,
os motivos são óbvios. Quando o candidato atingiu o teto das intenções de voto
nas pesquisas, com um índice de rejeição que chega a quase 50%, o que
obviamente o faria perder o segundo turno, que todos sabem que haverá, contra qualquer
candidato opositor. Foi necessário criar uma sintonia com a população através
de um engajamento emocional. O brasileiro é um povo passional, se solidariza com
vítimas desde que não tenha que ter que cuidar delas. Haja vista os crimes
políticos recentes e o acidente com aquele time de futebol. As pessoas querem
ajudar, e isso pode ser usado em um complô conspiratório facilmente.
—
Então o senhor acredita que o candidato estava conivente com o fato.
—
Absolutamente! Como bom brasileiro o candidato não gosta de se envolver
diretamente, ele prefere fazer discursos para que outros façam alguma coisa, se
colocar em risco é algo que não condiz com a conduta prévia. Haja vista que
apesar de apoiar o uso de armas para as pessoas se defenderem, quando foi assaltado,
estando armado, preferiu entregar a arma a arriscar a vida, o que está
corretíssimo.
—
Então o doutor concorda com a tese de que o atentado foi real e promovido por
opositores políticos...
— Essa
tese é melhor que a do falso atentado. Ele realmente teria acontecido e
planejado por uma oposição incompetente e desesperada, que ignorando todos os
especialistas de que qualquer um poderia vencer o candidato em um segundo
turno, em uma crise de ansiedade, teria cometido o erro de ajudar o partido do
opositor assassinando o candidato e tornando-o um mártir. Mas isso é ridículo,
porque todos sabem que os políticos brasileiros podem ser tudo, menos idiotas,
poderiam fornecer apoio por baixo dos panos e depois de eleito cobrar favores,
como vem sendo feito há décadas.
—
Estou confuso, doutor Soum. Então qual seria a motivação, houve ou não um atentado?
— É
claro que houve! Isso é incontestável. Eu gosto mais da teoria que diz que foi
planejado a despeito do candidato, sem a sua ciência, pelo próprio partido.
Assim, se livrariam de um candidato fraco e elevariam o vice a uma posição
privilegiada, angariando os votos anteriores e a simpatia da população, o que
seria fácil para um general comandar com alguma habilidade. Note que estrategicamente,
isso é mais coerente, de uma tacada ganhariam uma projeção nacional que não
teriam com o reduzido tempo de campanha, eliminariam a estratégia dos
adversários de atacar o candidato pelos seus discursos, e ainda teriam a
simpatia de parte da população. Um verdadeiro judô Sun Tzu, conhece o teu
adversário e a si mesmo e vai controlar o terrítório. O que deu errado, nesse
caso, foi o pretenso assassino ser incompetente e não ter feito o serviço
direito.
— Nossa,
então o senhor acredita que o próprio partido queria dar fim ao candidato para vencer
a eleição com o vice? Isso é que é teoria da conspiração!! Nunca imaginaria a
possibilidade de um vice querer derrubar a pessoa que apoiava para tomar o seu lugar.
O doutor tem certeza disso? Não é surreal demais?
— Eu
falei que gosto dessa tese, mas é claro que isso é um absurdo. Seria necessário
encontrar alguém que estivesse disposto a cometer o ato, alguém com características
de um lobo solitário, garimpado nas redes sociais, que seria induzido por uma
metodologia terrorista a cometer um ato criminoso por ideologia política. Seria
necessário que houvesse um planejamento prévio, como
um plano B para o caso da estratégia de campanha fracassar e envolveria uma grande
capacidade de planejamento.
— Mas
os fatos demonstram que o pretenso assassino estava planejando isso há tempos.
Chegou a frequentar a academia de tiro que os filhos do candidato usavam, viajou
por vários lugares do país.
— Sim,
e tem quatro advogados mesmo não tendo renda suficiente e estar desempregado.
Mas isso é só uma coincidência. Como disse antes, brasileiros gostam de ajudar,
provavelmente alguém tentou ajudar o coitado e achou que seria interessante o
homem procurar emprego em outros lugares, quem sabe até fazer um curso de
segurança, daí a academia de tiro. Mas o cara não conseguia segurar uma arma, e
a prova disso é que acabou usando uma faca, quando um tiro a queima roupa seria
mais eficiente. Os advogados foram contratados pelos verdadeiros conspiradores
para encobrir os fatos.
— E
isso não depõe a favor dessa teoria de que o próprio partido idealizou o
ataque? Algo que o próprio candidato já tentou fazer anteriormente ao simular
um atentado a bomba que deu errado...
—
Exato! Esse é o ponto. O brasileiro não tem a tecnologia de conspiração para
fazer algo do tipo funcionar corretamente, nunca conseguiram antes, daria tudo errado,
deixaria muitos buracos que uma investigação eficiente denunciaria facilmente...
— Mas
então, me desculpe perguntar, qual é a sua teoria?
— Ora,
mas é obvio, meu caro repórter D2. Trata-se de mais um complô dos reptilianos
que estão mancomunados com a URSAL para derrubar a democracia brasileira e
torna-la um paraíso para os lagartos jogando a culpa sobre outras instituições.
Há anos eles vêm trabalhando com a politica brasileira para transformar a Amazônia
em um deserto, devastar as lavouras, acabar com a população geral.
— Como
assim, doutor Soum Homem?
—
Lagartos adoram desertos, necessitam do sol para aquecer o sangue. Tornar o
país em um deserto seria favorável a existência deles, o resto do mundo
perderia o interesse. Que outra teoria reúne os fatos de forma coerente? Veja a
crise hídrica recente, a liberação de defensivos agrícolas que irá devastar as
colheitas e impedir que a maioria dos países comprem produtos brasileiros,
gerando ainda mais recessão que alimentará uma revolução civil e criminalidade.
Com os humanos armados e revoltados, todos vão se matar ou fugir para outros países.
Então o deserto brasileiro será totalmente controlado pelos lagartos que
poderão dominar o mundo. A corrupção generalizada que está afundando o país, as
decisões judiciais impossíveis de explicar, tudo obra de reptilianos
infiltrados nos poderes. Abram o olho, nós já fomos invadidos e os reptilianos substituíram
pessoas públicas para acirrar ainda mais os ânimos. Eles estão usando outras
entidades particulares para ampliar ainda mais os efeitos, mas o objetivo é
tornar o Brasil um grande e vasto deserto aquecido de ponta a ponta. O início
do aquecimento global que daria o poder completo aos reptilianos. Esse atentado
é apenas mais um passo ousado nessa direção. E tenho dito!
— Meu...
Com essa pérola conspiratória encerramos esta entrevista com o iminente Doutor
Soum Homem, que nos apresentou suas teorias. Acredite se quiser.... Cortou? Ok,
mais uma vez obrigado doutor, mas posso fazer uma pergunta particular?
— Claro,
se isso não for ao ar, não vejo problemas.
Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.
O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.
Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.
Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.
A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o. rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.
— Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.
— Mas de manhã é quente.
Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.
— De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.
— Quente?
— Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?
Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:
— Mas a senhora mora aqui perto?
— Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…
A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era sereno.
— Seu filho?
— É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem mas piorou de repente. Uma febre, só febre… Mas Deus não vai me abandonar.
— É o caçula?
Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo mas o olhar tinha a expressão doce.
— É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.
Joguei o cigarro na direção do rio e o toco bateu na grade, voltou e veio rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.
— E esse? Que idade tem?
— Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… A última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.
Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. E agora não tinha forças para rompê-los.
— Seu marido está à sua espera?
— Meu marido me abandonou.
Sentei-me e tive vontade de rir. Incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta porque agora não podia mais parar, ah! aquele sistema dos vasos comunicantes.
— Há muito tempo? Que seu marido…
— Faz uns seis meses. Vivíamos tão bem, mas tão bem. Foi quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, me falou nela fazendo uma brincadeira, a Bila enfeiou, sabe que de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito? Não tocou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda fez assim com a mão, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me deu um adeus através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.
Olhei as nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido, via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma certa irritação me fez andar.
— A senhora é conformada.
— Tenho fé, dona. Deus nunca me abandonou.
— Deus — repeti vagamente.
— A senhora não acredita em Deus?
— Acredito — murmurei. E ao ouvir o som débil da minha afirmativa, sem saber por quê, perturbei-me. Agora entendia. Aí estava o segredo daquela segurança, daquela calma. Era a tal fé que removia montanhas…
Ela mudou a posição da criança, passando-a do ombro direito para o esquerdo. E começou com voz quente de paixão:
— Foi logo depois da morte do meu menino. Acordei uma noite tão desesperada que saí pela rua afora, enfiei um casaco e saí descalça e chorando feito louca, chamando por ele! Sentei num banco do jardim onde toda tarde ele ia brincar. E fiquei pedindo, pedindo com tamanha força, que ele, que gostava tanto de mágica, fizesse essa mágica de me aparecer só mais uma vez, não precisava ficar, se mostrasse só um instante, ao menos mais uma vez, só mais uma! Quando fiquei sem lágrimas, encostei a cabeça no banco e não sei como dormi. Então sonhei e no sonho Deus me apareceu, quer dizer, senti que ele pegava na minha mão com sua mão de luz. E vi o meu menino brincando com o Menino Jesus no jardim do Paraíso. Assim que ele me viu, parou de brincar e veio rindo ao meu encontro e me beijou tanto, tanto… Era tamanha sua alegria que acordei rindo também, com o sol batendo em mim.
Fiquei sem saber o que dizer. Esbocei um gesto e em seguida, apenas para fazer alguma coisa, levantei a ponta do xale que cobria a cabeça da criança. Deixei cair o xale novamente e voltei-me para o rio. O menino estava morto. Entrelacei as mãos para dominar o tremor que me sacudiu. Estava morto. A mãe continuava a niná-lo, apertando-o contra o peito. Mas ele estava morto.
Debrucei-me na grade da barca e respirei penosamente: era como se estivesse mergulhada até o pescoço naquela água. Senti que a mulher se agitou atrás de mim
— Estamos chegando — anunciou.
Apanhei depressa minha pasta. O importante agora era sair, fugir antes que ela descobrisse, correr para longe daquele horror. Diminuindo a marcha, a barca fazia uma larga curva antes de atracar. O bilheteiro apareceu e pôs-se a sacudir o velho que dormia:
– Chegamos!… Ei! chegamos!
Aproximei-me evitando encará-la.
— Acho melhor nos despedirmos aqui — disse atropeladamente, estendendo a mão.
Ela pareceu não notar meu gesto. Levantou-se e fez um movimento como se fosse apanhar a sacola. Ajudei-a, mas ao invés de apanhar a sacola que lhe estendi, antes mesmo que eu pudesse impedi-lo, afastou o xale que cobria a cabeça do filho.
— Acordou o dorminhoco! E olha aí, deve estar agora sem nenhuma febre.
— Acordou?!
Ela sorriu:
— Veja…
Inclinei-me. A criança abrira os olhos — aqueles olhos que eu vira cerrados tão definitivamente. E bocejava, esfregando a mãozinha na face corada. Fiquei olhando sem conseguir falar.
— Então, bom Natal! — disse ela, enfiando a sacola no braço.
Sob o manto preto, de pontas cruzadas e atiradas para trás, seu rosto resplandecia. Apertei-lhe a mão vigorosa e acompanhei-a com o olhar até que ela desapareceu na noite.
Conduzido pelo bilheteiro, o velho passou por mim retomando seu afetuoso diálogo com o vizinho invisível. Saí por último da barca. Duas vezes voltei-me ainda para ver o rio. E pude imaginá-lo como seria de manhã cedo: verde e quente. Verde e quente. (Natal da Barca - Lygia Fagundes Telles in Contos da Meia Noite) Narrado por Beatriz Segal
Depois de uma longa jornada, eis que está em pré-venda o meu mais recente livro. Sobreviventes é o primeiro livro de uma saga trabalhada com muito cuidado, um modelo literário diferenciado, sem heróis ou vilões, sem personagens principais, com muita ação e intensidade. O futuro começa no passado e neste caso envolve criaturas imortais, inteligências artificiais, clones e muito mais.
Esta primeira fase conta já com quatro livros com histórias complementares, sendo o primeiro a ser lançado Sobreviventes, o segundo na cronologia da Saga, para demonstrar que não é necessário ler todos, a menos que queira saber mais sobre este universo criado. É uma experiência literária revolucionária que está agradando bastante o público e a mída, vai ficar de fora dessa? Torne-se um Sobrevivente e venha participar desta aventura.
Sinopse:
A próxima guerra não será feita
com armas ou adversários comuns. Como vencer um vampiro ou um Alquimista
imortal e sua tecnologia fantástica? Inteligências artificiais, terroristas,
clones assassinos, ninjas tecnológicos, transumanos, donos de Nações, quem pode
ser aliado na luta pela sobrevivência quando ninguém é imprescindível e
qualquer um pode mudar os rumos da humanidade? A tecnologia é uma ferramenta,
uma arma mortal, contra os mais diversos adversários e a imortalidade pode ser
adquirida ou revogada. Um thriller psicológico/ação que se inicia no Brasil e
percorre a Europa e a Ásia em uma guerra sem heróis ou vilões. Você está
preparado para o futuro?
Conheça o Site do autor www.dannymarks.com.br e adquira o seu enviando um email para dannymarksblog@gmail.com, por enquanto os livros só estão disponíveis nestes canais, em breve estarão em todas as livrarias, porque o futuro começa AGORA!
É comum no Brasil falar
que são milhões de técnicos de futebol, ainda mais quando há Copa do Mundo.
Todos opinam, dão soluções, apontam falhas e continuam torcendo para que o
melhor aconteça. Isso é bom? Ruim? Nenhum dos dois, apenas um jeito de ser brasileiro.
Acho que seria interessante se houvesse algo do tipo em relação a literatura
nacional. Como assim? Tá maluco? Um monte de gente dando pitaco sobre o que não
entende? Sério, não entende mesmo? Ainda que não entenda das estratégias, das
dificuldades, de todo o estudo necessário, das cartolagens, etc. Ainda assim,
seria melhor que apenas o desprezo puro e simples, porque movimentaria a
opinião pública, agitaria o mercado, daria oportunidades para um ou outro se
destacar por suas qualidades.
Sou leitor crítico antes de ser autor, ampliei ainda mais
a minha crítica com cursos de escrita, de formação para autores, mas nunca
deixei de ler as obras nacionais clássicas ou contemporâneas, porque é preciso
ver o que está sendo feito por aqui, tanto quanto o que está acontecendo e
funcionando lá fora. Vejo criticas imensas ao mercado nacional de livros (?) e
tenho as minhas conclusões. Livrarias fechando, migrando para a virtualidade
que depende dos correios para distribuição dos exemplares, o que encarece (e
dificulta) o acesso ao livro ainda mais. E a solução que todos encontram para
isso é meio que obvia, é preciso investir no autor nacional, mais barato porque
não tem que traduzir, retrata nossa realidade, tem uma linguagem mais próxima
do nosso dia a dia.
Não vou nem falar que nunca foi interesse de nenhum
governo incentivar a leitura que obriga a uma educação melhor, que faz as
pessoas questionarem mais e com melhores argumentos sobre a realidade,
acostumadas que ficam em acompanhar argumentos estruturados. O que questiono é
o próprio mercado. Não há interesse em formar um público ou há erros nas estratégias
de ganhos? Porque há muitas pessoas ganhando dinheiro com publicações no Brasil.
Gráficas, editoras que publicam os independentes (o autor paga pela publicação
e pela revisão, a editora fica com parte do lucro das vendas), livrarias (que
cobram para simplesmente deixar os livros nas prateleiras). E o leitor? O
leitor que sustente isso ou seja taxado de inculto.
Concordo plenamente com aqueles que dizem que é preciso
investir no autor nacional, há excelentes autores por aqui que fazem sucesso
até mesmo no exterior. Na verdade, boa parte dos que fazem sucesso aqui,
começaram a fazer sucesso lá fora, para depois serem aceitos por aqui. Não é
estranho, afinal foram testados por um publico critico (do estrangeiro) e provaram
que souberam investir nas suas carreiras, na qualidade do seu trabalho. Mas, se
tinham qualidade internacional, porque precisaram fazer sucesso em outros
mercados antes de serem valorizado por aqui?
Porque há muitos autores ruins publicando, na forma
independente há uma enxurrada de publicações sem um mínimo de trabalho, sem
profissionalismo de ponta a ponta. Virou um hobby (caro) publicar no Brasil e
se formou uma indústria de publicações nesse sentido que afastou ainda mais o
publico de autores nacionais. São verdadeiro heróis os leitores que pagam para
comprar livros brasileiros sem conhecer nada do autor, ainda mais quando toda a
tendência de mercado aponta para outros estrangeiros que já vem com marketing
pronto e todo mundo comenta. Quem falaria do Atlético do Barro Vermelho, um
time de várzea que só é conhecido por uns poucos? Quem iria comprar um título
desse clube em que os jogadores têm que pagar a passagem e hospedagem do
próprio bolso quando vão jogar em uma cidade próxima? Mas até nisso o futebol
dá de goleada, porque há olheiros que pinçam os talentos imaturos e os elevam a
categorias de nível internacional.
Claro que nem todos os jogadores vão ser puxados para o
topo, mas ao menos terão mais chance de mostrar o seu talento, e se não forem
os melhores, ao menos poderão continuar se divertindo. E sim, há muitos
problemas até mesmo no futebol de base, mas há mais escolas de futebol
financiadas por clubes de grande porte que há escolas de formação de escritores,
ou alguém discorda disso? Ah, mas há muitos outros esportes que não tem apoio
algum e atletas que não conseguem patrocínio. Concordo plenamente e digo mais,
parece que a “cultura” nacional é formada no sentido de desvalorizar ao máximo
qualquer talento nacional. Por isso há uma fuga imensa de cérebros e talentos para
outros países que apostam desde sempre nas suas bases e conseguem se manter no
topo na economia global.
Basta uma rápida pesquisada para ver brasileiros em
posição de destaque em empresas estrangeiras de tecnologia, em equipes de
pesquisa, em universidades, no cinema, nas artes, na música, nos livros. Isso
porque foram além dos limites de exigência normais para uma competição justa.
Esses brasileiros não apenas tiveram que superar os concorrentes nos postos que
ocupam, tiveram que superar muito mais, antes de poderem concorrer. Escolas
ruins, falta de estrutura, falta de apoio, sacrifícios pessoais e familiares
para poder se manter no rumo e tentar um espaço em um mundo cada vez mais
competitivo, cada vez mais protecionista com os seus ao mesmo tempo que
discursam sobre a “globalização” dos seus produtos.
Precisamos de muitos técnicos de futebol, de leitores
críticos, de alunos exigentes, de agentes de cidadania, porque é dessa forma
que se pode valorizar o que é nosso, melhorar a qualidade para todos,
globalizar de fato o que tem valor e melhorar o nível mínimo do que é oferecido
a um padrão de qualidade justo, pelo preço justo. É claro que sempre haverá os
que falam muito, sem argumentos convincentes, deixe que falem, muito melhor que
não haver ninguém que possa apresentar uma crítica e forçar uma evolução. É claro
que sempre haverá autores ruins, mas deixe que apareçam, que sejam incentivados
pelas criticas com argumentos, que apresentem os seus trabalhos para serem
avaliados pelos consumidores.
Quando as lojas de R$ 1,99 surgiram por aqui, com
produtos importados de péssima qualidade, houve uma movimentação estrondosa de
que isso acabaria com o mercado nacional. Hoje, o que mais se vê nessas lojas
são produtos nacionais, o mercado se ajustou a uma demanda por produtos
descartáveis. Isso é bom? Há controvérsias, algumas bem fundamentadas, mas o
que quero destacar é que muitas industrias nacionais ganharam projeção porque
disponibilizaram seus produtos no meio dessa enxurrada de coisas, demonstraram
que tinham alguma qualidade e até alavancaram suas vendas para posições mais
consolidadas. Aproveitaram as brechas dadas para outros produtos para mostrar
que podiam fazer melhor, pelo mesmo preço. Quantas teriam essa oportunidade antes?
Oportunidade, isso é o que é preciso incentivar, sempre.
Formar uma base cada vez mais qualificada, capaz de ter uma análise crítica
sobre o custo/benefício do produto produzido. E se no meio de um monte de
coisas descartáveis surgir algo que ganhe espaço, ótimo, porque nem todas as
ideias nascem para formar grandes histórias, nem todos nasceram com talento
para seguir uma carreira proeminente, mas é uma perda imensa para a humanidade quando
um gênio é jogado na sarjeta porque precisa pagar as contas do mês e a conta
não fecha. Se vamos globalizar as coisas, é preciso incluir nossos produtos no
cesto, ou então seremos apenas consumidores cativos do que nos querem impor.
E, para quem se interessar, em breve meu romance
distópico brasileiro será lançado aqui e na Europa. E isso é fruto de um
esforço de anos de trabalho e estudo, de tentativas, erros, reformulação de
estratégias e muita persistência. Há trabalhos meus em diversos lugares,
antologias, blogs, sites, publicações independentes, na Amazon, no Google Plus,
em editoras. Alguns podem ser lidos de graça, outros seguem outras estratégias
de mercado. Não espere ser o ultimo a reconhecer o talento nacional, os
melhores resultados são obtidos quando se consegue antever o sucesso. É assim
que se consegue as melhores oportunidades. Pense a respeito, seu futuro pessoal
e profissional depende disso e o Brasil agradece.
domingo, 10 de junho de 2018
Se as pessoas divulgassem livros com o mesmo empenho que
divulgam notícias falsas e correntes, teríamos uma revolução cultural. (Danny Marks)
É muito comum se falar dos benefícios de um livro para a vida das pessoas,
inúmeras vantagens são levantadas pelos autores e divulgadores e não vou gastar
seu tempo falando sobre isso. Mas, será que é apenas pela possibilidade de
divertimento, de instrução, de autoconhecimento e coisas afins que é importante
ler um livro? No Brasil, nas últimas décadas, temos observado um movimento
interessante. Há cada vez mais autores iniciantes lançando seus livros e
tentando uma carreira nessa área, alguns com relativo sucesso, por algum tempo.
Por outro lado, vemos um declínio significativo do mercado de livros (não
confundir com mercado editorial, que é outra coisa). Também não vou aprofundar
na questão de que ainda precisamos inventar um mercado de LIVROS no Brasil, porque
já fiz isso em outros momentos e o objetivo deste texto é diferente, embora
haja muitos pontos em comum com essas outras questões. Então vamos lá.
As narrativas têm evoluído ao longo dos séculos, e isso é bom porque, em última
análise, criatividade é o nosso negócio, certo? Alguns fatores são cruciais
para que essa evolução se efetue. Em primeiro lugar há a realimentação dos
temas. Uma temática tem que ser relevante para conquistar algum sucesso e
longevidade na construção de um texto literário, isso significa dizer que o
texto literário se apropria das condições de uma sociedade, elabora de forma
artística e devolve para a sociedade os desdobramentos possíveis até os limites
da imaginação e, em muitos casos, influencia os rumos dessa sociedade para
algum caminho diferente. Esse movimento quase orgânico é semelhante ao que se
pode perceber em qualquer sistema evolutivo, as soluções importantes prevalecem
e se multiplicam, até que se tornam comuns e outros desafios se impõem exigindo
novas soluções, enquanto que as que não são relevantes apenas desaparecem pelo
peso de sua falta de sintonia.
Não vou tentar descrever a miríade de modelos literários que foram criados,
ampliados, ramificados e remodelados ao longo dos tempos, porque isso seria um
trabalho para uma vida inteira e não haveria espaço aqui para isso. Vamos nos
concentrar em algo mais específico e que serve como um dos pilares para vários
modelos literários, a Jornada do Herói. É chamada assim porque trabalha com um
formato específico, linear, de construção do personagem (o herói) que se
encontra em uma zona de conforto até que é provocado por um chamado (algo que o
obriga a sair dessa zona de conforto) e é auxiliado por um guia em sua jornada
em busca de algo que vai promover o retorno à estabilidade perdida quando
alcançar um determinado objetivo. Ao longo da jornada o herói terá que lidar
com várias dificuldades e ao supera-las sozinho ou com ajuda de outras pessoas,
vai desenvolvendo capacidades anteriormente adormecidas, além de sabedoria, e
conquistando ferramentas na construção de seu destino.
Se identificou? Provavelmente sim, porque a Jornada do Herói é em maior ou
menor grau uma metáfora da saída da infância, o percurso da adolescência rumo à
maturidade, que todos passamos em algum momento. Por isso mesmo é um dos
pilares de vários modelos literários de extrema eficiência, afinal todos
passamos por essa fase em nossas vidas, embora alguns não a superem com todos
os méritos, mas isso é outra história. O problema, e nesse ponto é que
iniciamos o nosso desvio, é que a sociedade evoluiu para uma forma em que cada
vez menos há espaço para os heróis que centralizam em si a força e as soluções
em jornadas razoavelmente solitárias, embora solidárias. Sem falar que cada vez
mais, na sociedade atual, há uma identificação maior com o Vilão, o adversário
do herói, a ponto de muitas narrativas inverterem o sentido e quase apagarem a
linha divisória entre um e outro criando uma variante que denominamos o
anti-herói, que é quase um vilão que deu certo quebrando as regras e fazendo as
coisas necessárias de forma diferente do que está estabelecido a despeito do
custo envolvido.
Essa identificação com o anti-herói muitas vezes é maior do que a identificação
com o herói, porque é mais comum em um mundo em que as regras mudam rapidamente
e há necessidade de fazer diferente do padrão estabelecido e ainda assim
funcionar bem para todos. O anti-herói não é contra o caminho do herói, mas um
caminho paralelo, sombrio, onde não há certezas de sucesso e decisões difíceis
são exigidas constantemente sob o risco de tornar as coisas piores, e não
melhores. Se identificou com esse modelo? Pois é, na sociedade tecnológica as
regras mudam rapidamente, e apenas aqueles que são capazes de fazer diferente e
melhor são os que obtém sucesso. Nesse mundo tudo precisa evoluir, até mesmo os
vilões, ninguém é bobo de acreditar que os desafios vão se manter os mesmos e é
preciso sobreviver a qualquer custo. A sociedade pressiona nesse sentido “Seja
igual a todos, mas faça melhor que qualquer um”, ou seja um paradoxo. Como
fazer algo igual, a partir das mesmas bases, e obter resultados melhores?
Essa é a grande charada da evolução. Seguir as regras até o limite de adquirir
força suficiente para superar as regras e dar um salto no desconhecido. Se é
desconhecido, não haverá guias, não haverá regras claras, quando muito a
certeza de riscos e a possibilidade do fracasso, mas que se conseguir superar
obterá uma capacidade inigualável, ou rapidamente será esquecido sem qualquer
epitáfio. A pior parte do caminho do anti-herói é justamente essa, ele não tem
uma zona de conforto, o chamado para a aventura não existe, ou melhor, sempre
existiu e se chama sobrevivência, implicando que dependerá dos recursos da
sociedade que o sustentou e agora exige a mudança, porém fará tudo para que
fracasse e resistirá a qualquer alteração da balança do poder. O anti-herói
precisa provar seu valor para ser reconhecido, o que é impossível até que a
tarefa esteja completa, mas para conseguir alcançar o seu objetivo terá que
convencer os provedores de recursos a ajuda-lo, fazendo o mesmo salto que ele
no desconhecido.
É nesse cenário de incertezas absolutas, de caos constante e desafios
absurdamente enormes que o anti-herói tem que continuar sobrevivendo, e
suportando as perdas pessoais e dos aliados que se arriscaram junto com ele
nesse caminho, seguindo sua visão e confiando em suas habilidades. Parece
impossível? Então considere que as coisas estão tão ruins que as chances de
sucesso são mínimas para qualquer um, se nada for feito o fim já está
decretado, por outro lado se fizer algo errado pode acelerar o fim OU pode
encontrar uma solução inusitada para o problema, que permitirá que o próximo da
fila consiga avançar mais um pouco. O anti-herói, nesse contexto, é a evolução
do herói que depois de ter conquistado a sabedoria, de ter feito sua aventura e
vencido coisas terríveis, percebe que esse é apenas o início da jornada e não
há um “viveram felizes para sempre”, pelo contrário, os adversários agora sabem
do que é capaz e se preparam para vencê-lo e destruir tudo o que conquistou.
Sabe aquele mosquito que sugou o seu sangue? Ele é mais fácil matar enquanto
está com a barriga cheia, porque se move mais lentamente, está mais pesado, a
fartura o coloca mais próximo do risco pela indolência.
Um herói evita arriscar a vida dos amigos e aliados, por isso que facilmente
conquista apoio, o vilão não se importa com ninguém e por isso tem dificuldade
de manter o apoio, já o anti-herói sabe que não pode proteger a todos e a
si mesmo, então escolhe não ter aliados ou prepara-los para se defenderem
sozinhos, apenas apontando a direção para onde pretende ir e se aproveitando de
qualquer avanço que puder tornar seu, mesmo que ao custo dos que o seguem.
Percebe que essa é uma forma de apresentar a teoria da Evolução das Espécies de
Darwin? Os melhores preparados sobrevivem, isso quer dizer que nem todos vão
conseguir, ou melhor, para que alguns sobrevivam, todos tem que dar o seu
melhor e criar soluções que ajudem a coletividade e a si mesmos, não há um
indivíduo que vai solucionar tudo, mas um grupo de indivíduos que pode
potencializar suas chances trabalhando por um objetivo em comum. Parte desse
grupo não vai chegar ao final, não vai suportar, mas de outra forma ninguém
conseguirá vencer a adversidade, o herói passa a ser aquele que se sacrifica
pelos outros e não o que chegou até o final. Nesse modelo a coletividade se
torna mais eficiente que o indivíduo e se alimenta dos indivíduos que a compõe,
e obriga a um outro tipo de habilidade, a do Líder que motiva os que o
acompanham e se arriscam junto em um projeto. O líder, diferente do herói, não
tem todas as respostas e vai cometer erros, por isso tem que rever
constantemente suas estratégias para não perder o apoio e a força que o grupo
lhe fornece. Um líder egoísta morre sozinho ou é morto pelos que o
apoiavam. Só um líder que tenta atender as necessidades da coletividade,
mesmo lutando contra essa mesma coletividade, consegue apoio para sobreviver
por tempo suficiente para fazer a diferença, até ser substituído por outro
melhor capacitado que se formou no âmbito do grupo. É como o macho alfa de um
bando de predadores, que tem seguidores enquanto conseguir sucessos, mas gera e
sustenta os que irão substituí-lo entre os amigos e adversários.
Conseguiu perceber os links com algumas narrativas de sucesso? Acredita que é
injusto? Não é, se olhar pela perspectiva da evolução. Tudo tende a um declínio
na natureza, chama-se entropia. A única forma de evitar a entropia é justamente
manter a evolução constante, isso significa tornar as coisas diferentes para
que continuem a funcionar, até porque tudo muda quando as soluções deram
certo. Algo que muda para permanecer igual tende a decair em sua energia
gerando a estagnação, a entropia. É por isso que há um movimento crescente da
distopia, aquele modelo literário que quebra as regras e tenta demonstrar da
forma menos idealizada os fatos, destruindo a jornada do herói e seus
maniqueísmos e tentando demonstrar que entre os dois extremos há um universo de
possibilidades interessantes, mas nem todas viáveis ou benéficas para os
envolvidos, por isso é importante ter cuidado com as escolhas que se faz e
quais regras pretende quebrar.
Foi nessa linha de argumentação que desenvolvi um modelo literário
diferenciado, para poder alcançar o máximo potencial da narrativa que se tornou
o eixo central da Saga SOBREVIVENTES. Em primeiro lugar abandonei a jornada do
herói, a jornada do anti-herói, a jornada do vilão e estabeleci um modelo em
que nenhum personagem é mais importante que o outro, mas todos tem um papel
fundamental no desenvolvimento da trama. Isso gerou um problema enorme para
compor a narrativa, não havia um modelo que pudesse me apoiar, era um terreno
pantanoso que tinha tudo para dar errado e apenas algumas possibilidades de
sucesso. Tive que refazer todo o projeto diversas vezes ao longo de seis anos
de trabalho, reformulando tudo até chegar ao ponto em que gerava os resultados
desejados. A narrativa cresceu tanto que não cabia mais em um único volume e
isso me obrigou a quebrar outro paradigma. Em Sagas é comum que a narrativa vá
evoluindo ao longo dos volumes que podem ser intermináveis, enquanto o leitor
tiver interesse, e as vezes não há interesse justamente porque são vários
volumes para contar uma história. A solução foi pensar de outro modo, mais de
acordo com a realidade das coisas e em consonância com o modelo que desenvolvi.
Se os personagens são importantes em sua história, e são relevantes na história
como um todo, mas nenhum é insubstituível, então porque não tornar cada livro
independente, fazendo parte de um todo maior que vai se construindo?
No modelo que construí para a narrativa distópica desenvolvida em
SOBREVIVENTES, o eixo central é a sobrevivência. Sem vilões, heróis,
anti-heróis, personagens centrais, mas com tudo isso junto, em histórias que se
desenvolvem em livros fechados, com início, meio e fim, mas que compõem e ampliam
o universo criado em que existem. São como peças de um quebra-cabeças em que
cada uma se basta, mas que quanto mais peças, maior a diversão. Percebi uma
coisa interessante nesse modelo, cada livro pode ser feito com um modelo
diferente, que pode até ter a jornada do herói e seus maniqueísmos, pode ter a
jornada do anti-herói e suas complexidades, pode até ter a jornada do vilão e
suas perspectivas, ou pode ter tudo isso junto e misturado em uma narrativa
diferenciada, como o volume de abertura que leva o nome da
saga, SOBREVIVENTES. Onde quero chegar com essa loucura toda? Não sei, não
há um objetivo a ser alcançado, mas uma jornada a ser percorrida que pode
ajudar aos que trabalham com os modelos clássicos a progredirem e pode ajudar
aos que querem romper com esses modelos a ver outras perspectivas, ao mesmo
tempo que ofereço aos meus leitores uma forma diferente de narrar essa aventura
e encantar, instruir, denunciar, questionar e divertir.
Antes mesmo de ser lançado o primeiro volume, desenvolvi três livros
dentro do modelo para verificar a funcionalidade. Estão prontos e serão
lançados seguindo uma estratégia de marketing diferenciada, porque, como
disse lá no início, precisamos inventar um mercado de livros no Brasil, e se é
para inovar, vamos fazer bem feito. A evolução é necessária e para que as
coisas funcionem, precisamos pensar que cada um dos envolvidos vai ter que
contribuir com a sua parte para a coletividade e fazer com que seja conquistado
algo que poderá nos dar uma nova chance de continuar tentando fazer melhor,
usando tudo o que já sabemos e todas as regras já estabelecidas, mas avançando
no desconhecido e inventando novas soluções para um mundo que tem que se
recriar constantemente, para se manter vivo e evoluindo. Não há outra opção
viável se quisermos continuar a nossa jornada em busca do melhor que podemos
obter, sem destruir os caminhos para os heróis, anti-heróis e vilões que
merecem ter suas histórias contadas e recontadas até que não sejam mais
necessárias.
Quer saber mais? Continue acompanhando nos meus canais o desenvolvimento desta
jornada. Apresentarei oportunamente todos os bastidores da Saga, os modelos
utilizados em cada um dos volumes, as técnicas de construção da narrativa e dos
personagens e muito mais. Conto com o apoio de todos para que possa realizar
essa jornada sem heróis ou vilões, mas com pessoas que vão dar o melhor de si
para atingirem um patamar mais elevado de evolução. Deixe suas dúvidas,
criticas, sugestões, apoio, nos comentários, todos serão parte desta história
que estamos escrevendo juntos. As coisas nunca mais serão as mesmas, e isso faz
toda a diferença no sucesso.
Aguente firme. Quando
não há mais nada em você, exceto aquela vontade que diz: Aguente Firme!
Rudyard Kipling
13x02
– To a Better Place
Acredito que o único
jeito de reabilitar alguém é matando.
Carl Panzram (Serial
Killer)
Não é possível ligar os
pontos olhando para a frente. Você só consegue liga-los olhando para trás,
então tem que esperar que de alguma forma eles conectarão o seu futuro.
Steve Jobs
13x03
– Blue Angel
Crueldade, como
qualquer outro vício, não precisa de motivo além de si mesmo. Só precisa de
oportunidade.
George Eliot
O homem viaja pelo
mundo para buscar o que precisa, e volta para casa para encontrar.
George Moore
13x04
– Killer App
Não é muito prudente
ter muita certeza de sua própria sabedoria.
Mahatma Gandhi
O Assassino sobrevive à
vítima somente para aprender que era ele mesmo que desejava se livrar.
Thornton Wilder
13x05
– Lucky Strikes
Gosto de virar as
coisas do avesso para ver situações de outra perspectiva.
Ursus Werhli
Pessoas gostam de dizer
que a batalha é entre bem e mal. A batalha de verdade é entre verdade e
mentira.
Don Miguel Ruiz
13x06
– The Bunker
É assim que o mundo
acaba, não com um tiro, mas com uma lamúria.
T. S. Elliot
Se soubesse que o mundo
se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria minha macieira.
Martin Luther.
13x07
– Dust and Bones
Quando há dor, não há
palavras. Toda dor é igual.
Toni Morrison
Somos nossa própria
dor. Somos nossa própria felicidade, e somos nosso próprio remédio.
Huseyn Rasa
13x08
– Neon Terror
O espetáculo é o
capital a um tal grau de acumulação que se torna imagem.
Guy Debord
13x09
–False Flag
Quando você elimina o
impossível, o que sobra por mais improvável que pareça, só pode ser a verdade.
Sir Arthur Conan Doyle
Todos têm direito à sua
própria opinião, mas não às suas próprias ações.
Daniel Patrick Moynihan
13x10
– Submerged
Não fale do mal, pois
ele desperta a curiosidade no coração dos jovens
Provérbio Lakota
Onde houver ruina,
haverá a esperança de um tesouro.
Jalaluddim Rumi
13x11
– Full-Tilt Boogie
Meus segredos obscuros
ameaçam a vida. Uma infelicidade que guardo, que cria e cria.
Sue Townsend
Acho que o espirito
humano dentro de todos nós é que tem uma capacidade enorme de sobreviver.
Amanda Lindhout
13x12
–Bad Moon on the Rise
É efeito do desvio da
lua; ela aproxima-se agora mais da Terra do que de hábito e deixa os homens
loucos.
William Shakespeare
Mesmo aquele de coração
puro e diz que ora à noite, pode se tornar um lobo quando a acônito floresce e
a lua está cheia e brilhante.
Curt Siodmak
13x13
– Cure
É impossível sofrer sem
fazer alguém pagar por isso. Cada lamento já contém vingança.
Friedrich Nietzsche
13x14
– Miasma
Minha ferida é
geografia. É também meu ancoradouro, meu porto de escolha.
Pat Conroy
Todos nós, nascidos no
caos, temos problemas antes de vir ao mundo.
William Faulkner
13x15
– Annihilator
Brigas em família são coisas
amargas. Não são como dores ou feridas, são mais como rachaduras na pele que
não querem curar porque não há material suficiente.
F. Scott Fitzgerald
13x16
– Last Gasp
A morte é a mãe da
beleza, portanto, ela sozinha, deve vir como satisfação de nossos sonhos e
desejos
Wallace Stevens
13x17
– The Capilano’s
Mascaras são um
paradoxo maravilhoso. Enquanto podem esconder a realidade física, podem mostrar
como uma pessoa quer ser vista.
Joanna Scott
Não
cabe a nós amar ou odiar, pois sob nossa vontade prevalece o destino
Christopher
Marlowe
13x18
– The Dance of Love
Talvez quando nos
encontramos querendo tudo é porque estamos perigosamente perto de não querer
nada.
Sylvia Plath
Então vem, vamos juntos
os dois, a noite cai e já se estende pelo céu, parece um doente adormecido a
éter sobre a mesa
T.S. Eliot
Não importa quão longe
viajamos, as memórias seguirão no vagão de bagagem.
August Strindberg
13x19
– Ex Parte
A violência não é um
catalizador e sim um desvio.
Joseph Conrad
Não presumas o dia de
amanhã, porque não sabes o que ele trará
Provérbios 27:1
13x20
– All You Can Eat
Segurar a raiva é como
beber veneno e esperar que a outra pessoa morra.
Anonimo.
Perdão
é a fragrância que o galho de violeta deixou no calcanhar que o esmagou.
Mark
Twain
13x21
– Mixed Signals
Convicções são inimigas
mais perigosas da verdade do que mentiras.
Friedrich Nietzsche
Esperar é acreditar que
só o passado existe, seguir em frente é saber que há um futuro.
Daphne Rose Kingma.
13x22
– Believer
Uma coisa não é
necessariamente verdade porque um homem morre por ela.