sábado, 30 de maio de 2015

Homenagem à um desconhecido - Danny Marks (21/10/1982)


Olhem para ele acorrentado naquele banco
Aquele que sempre acreditou na liberdade
Vejam seu rosto, está triste
E a muitos fez sorrir
Está sozinho, sem ninguém,
quando outrora estendia a mão a todos
Observem, não sabe o que fazer agora
porém no passado pregava a compreensão
Vejam como sofre
o que antes sempre consolou aos outros
Não sabe para onde ir
mas vivia a mostrar novos rumos
Não consegue compreender nosso desprezo
pois sempre desejou a igualdade para todos
Vejam suas roupas, sujas e rasgadas,
e ainda diz possuir a maior das riquezas
Observem como curva a cabeça diante de nós
mas proclama uma força maior do que a do dinheiro
Olhem bem, ele vira a outra face para que a esbofeteiem
e ainda diz possuir a maior das sabedorias
Lá está ele no banco dos réus
O maldito culpado
Culpado sim, mil vezes culpado,
aquele que neste mundo de ódio
tentou amar....



sexta-feira, 8 de maio de 2015

Aforismos de Criminal Minds 10ª Temporada


10x01 – “X”

Permaneci demais dentro da minha cabeça e acabei enlouquecendo.
Edgar Allan Poe

Só porque tudo é diferente não significa que algo mudou.
Irene Peter

10x02 – Burn

Quanto mais longe você olhar para trás, mais longe você verá para a frente.
Winston Churchill

Não é preciso muita força para se apegar, mas é preciso para deixar ir.
J. C. Watts

10x03 – A Thousand Suns

Se a radiação de mil sóis queimasse de uma só vez no céu, seria tão esplêndido quanto o único.
Bhagavad-Gita (livro sagrado Hindu)

Sabemos que o mundo nunca será o mesmo. Algumas pessoas riem. E algumas pessoas choram. A maioria permanece em silêncio.
J. Robert Oppenheimer

10x04 – The ITCH

Que acontece, marotos resmungões, que de tanto coçar a pobre crosta da vaidade vos transformais em sarna?
William Shakespeare

Se livrar de uma ilusão nos faz mais sábios do que quando seguramos a verdade
Ludwig Borne

10x05 – Boxed In

Não há nada engraçado no Hallowen. Este festival sarcástico reflete uma demanda infernal de vingança por crianças no mundo dos adultos.
Jean Baudrillard

Sempre dê beijos de boa noite em seus filhos, mesmo que eles já estejam dormindo.
H. Jackson Brown Jr

10x06 – If the Shoe Fits

A vingança profunda é a filha do profundo silêncio.
Vittorio Alfieri

O dom da fantasia significou mais para mim do que qualquer talento para o pensamento abstrato, positivo.
Albert Einstein

10x07 – Hashtag

Ingenuidade em adultos, muitas vezes é encantadora. Mas, quando acompanhada de vaidade, é indistinguível da estupidez.
Eric Hoffer

Há uma comunhão mais tranquila que a solidão, e que, corretamente entendida, é a solidão perfeita.
Robert Louis Stevenson

10x08 – The Boys of Sudworth Place

Como as pessoas te tratam é o carma delas. Como você reage, é o seu.
Wayne Dyer

Nossa responsabilidade moral não é parar o futuro, mas dar-lhe forma, para canalizar o nosso destino em direções humanas e para aliviar o trauma da transição.
Alvin Toffler


10x09 – Fate

Mudança é a lei da vida. E aqueles que olham só para o passado ou para o presente certamente perderão o futuro.
John F. Kennedy

Quando se trata de vida, nos perdemos em nosso próprio fio. E onde vamos acabar é, de fato, onde sempre tivemos a intenção de estar.
Julia Glass

10x10 – Amelia Porter

Remova meu pecado e eu estarei limpo. Lave-me e mais branco que a neve serei.
Salmos 51

A Alma que concebeu uma maldade não pode nutrir nada de bom depois disso.
Sófocles

10x11 – The Forever People

Todo homem tem mágoas secretas que o mundo não conhece, e, as vezes, o chamamos de frio, quando apenas está triste.
Henry Wadsworth Longfellow

10x12 – Anonymous

A morte é o único Deus que vem quando você chama.
Roger Zelazny

Conforme a vida passa a estrada cresce estranha com novas faces e perto do fim, os marcos em suas lápides mudam, sob cada um, um amigo.
James Russel Lowell

10x13 – Nelson´s Sparrow

As lágrimas mais amargas derramadas sobre os túmulos são por palavras não ditas e ações não feitas.
Harriet Beecher Stowe

Quando um homem bom é ferido, todos os considerados bons devem sofrer com ele.
Eurípedes

10x14 – Hero Worship

A palavra mais heróica em todas as linguagens é revolução.
Eugene Debbs

O verdadeiro heroísmo é notavelmente sóbrio, nada dramático. Não é o desejo de superar a todos a qualquer custo, mas o desejo de servir aos outros a qualquer custo.
Arthur Ashe

10x15 – Scream

Homens se decidem pela ira o que querem pela razão.
William R. Alger

Nada pode levar alguém mais perto de sua insanidade do que uma memória assombrosa recusando sua própria morte.
Darnella Ford

10x16 – Lockdown

Quando as portas da prisão se abrem, o verdadeiro dragão sai voando.
Ho Chi Minh

Se quer total segurança vá para a prisão. Lá você terá comida, roupa, médicos e assim por diante. A única coisa que falta é a liberdade.
Dwight D. Eisenhower

10x17 – Breath Play

Quase ninguém possui uma vida sexual que se fosse transmitida, não encheria o mundo de surpresa e horror.
W. Somerset Maughan

Crianças são como cimento fresco. Tudo que cai nelas deixa uma marca.
Haim Ginott

10x18 – Rock Creek Park

A verdade raramente é pura e nunca é simples
Oscar Wilde

10x19 – Beyond Borders

Não importa quão rápido a luz viaje, a escuridão sempre chega primeiro
Terry Pratchett

Unir-se é o começo, manter-se juntos é progresso. Trabalhar juntos é sucesso.
Henry Ford

10x20 – A Place at the Table

Se não se tem um bom pai, é preciso arranjar um
Friedrich Nietzsche

Não somos feitos sábios pela lembrança do nosso passado, mas pela responsabilidade por nosso futuro.
George Bernard Shaw

10x21 – Mr Scratch

A sua memória é um monstro. Ela é invocada pela sua própria vontade. Você acha que tem uma memória, mas é ela que tem você.
John Irving


10x22 – Protection

É a própria mente do homem, não o seu inimigo ou adversário, que o seduz para caminhos maléficos.
Buda.

Realidade é meramente uma ilusão, embora seja uma bem persistente.
Albert Einstein



10x23 – The Hunt

O mundo não será destruído por quem faz o mal, mas por quem assiste sem agir.
Albert Einstein

A vida é feita de escolhas. Nos arrependemos de algumas e nos orgulhamos de outras. Somos o que escolhemos ser.

Graham Brown

domingo, 3 de maio de 2015

Eu sei, mas não devia - Marina Colasanti


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez vai pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(1972)

Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zooilógico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.


O texto acima foi extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.



Adaptação do texto "Eu sei, mas não devia" de Marina Colasanti recitado por Antônio Abujamra.

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