segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Saia Justa - Danny Marks


          Em meados da década de 50, em um certo país republicano, aconteceu um incidente que viria a se tornar uma lenda.
          Uma instituição de caridade, aproveitando o êxtase do período eleitoral, resolveu dar um jantar beneficente convidando o candidato que melhor se situava nas pesquisas para fazer um discurso.
          Por uma falha de comunicação, não apenas o candidato à senador Richard Elmm foi convidado, mas a sua concorrente Eva Thompson.
          Como os dois compareceram, a solução foi dar um espaço de tempo para cada e pedir que os discursos não envolvessem política, apenas para evitar um conflito.
          Richard subiu ao palco e fez um longo discurso sobre as qualidades de liderança do Homem. Seu poder e força de comando frente às dificuldades.  Um ataque direto à concorrente, feminista assumida e em notória desvantagem nas pesquisas.
          Foi a vez de Eva Thompson discursar.
          Vestindo um “tailleur” de um grande estilista da época, foi forçada a dar passos miúdos em direção ao púlpito pela saia justa que ia até os joelhos e restringia os seus movimentos.
          Eva quase teve um ataque ao perceber que a plataforma do púlpito era alta o suficiente para impedir que subisse nela com aquela maldita saia.
          Usando de todo o autocontrole que pôde reunir, puxou as saias bem para cima e apoiando-se no oratório conseguiu “escalar” o degrau.
          Com isso o microfone caiu e ela, em um impulso instintivo, abaixou-se para pegá-lo, forçando a costura da saia, que rompeu.
          Definitivamente a noite estava contra ela, mas decidira ir em frente, fosse como fosse.
          Fez um breve discurso sobre a capacidade intelectual superior da mulher que usava a criatividade, no lugar da força masculina, para superar as adversidades.
          Richard enfureceu-se e, levantando-se à sua mesa, rebateu:
          — Srta. Thompson, todos pudemos observar a suposta “superioridade da criatividade feminina”, quando teve dificuldades até para subir nesse púlpito. Coisa que qualquer homem faria com facilidade.
          A audiência congelou, os repórteres aguçaram os ouvidos.
          Todos queriam saber como Eva poderia responder àquilo.
          Ela deu uma piscadela e um sorriso maroto.
          — Sr. Richard, isso só prova a superioridade feminina nos mínimos detalhes. Se este púlpito fosse construído por uma mulher, seria mais baixo e até uma criança estaria segura nele. E se esta Saia Justa tivesse sido projetada por uma mulher, seria muito mais confortável.
          E virou a saia de forma que a costura ficasse de lado e terminou de rompê-la até o joelho, expondo uma bela e sedutora coxa.
          Com passos largos e graciosos, desceu do púlpito sob os aplausos de pé, da audiência.
          Em uma única noite Eva Thompson cunhou a expressão “Saia Justa”, criou a sensual saia com corte lateral que se tornou sucesso imediato e ainda conseguiu vencer as eleições por maioria absoluta de votos, contra todas as pesquisas em contrário.
          Pesquisas feitas por homens. É claro.

domingo, 29 de novembro de 2015

Verdade seja (Mal)dita (?) – Danny Marks


              Hoje fui limpar a geladeira e descobri uma alface americana em um canto insuspeito. Estava um pouco amarelada, a maioria das folhas já não serviam mais e isso apenas uma semana depois de ter sido comprada. Fiquei imediatamente furioso com isso.
              Mesmo com todas as técnicas que garantem que as verduras fiquem frescas por mais tempo, e algumas prometem conservar os seus legumes e vegetais por até meses com todo frescor, a minha alface havia se estragado quase completamente.
              Não tem como não ficar furioso com isso. Afinal, quem compra uma alface para ficar conservada por mais tempo é porque não pretende come-la antes desse tempo, não é mesmo? Propaganda enganosa contra si mesmo.
              Como comprar roupas para parecer mais magro, mais alto, em melhor forma física, “valorizando” o que, pelo próprio conceito implícito, já perdeu boa parte do valor que deveria ter.
              A indústria cosmética não conhece crise, essa é a grande e amarga verdade. E por indústria cosmética pode-se entender, em algum grau ou sob alguma perspectiva, um monte de coisas. Desde maquiagem até roupas, desde marketing de produtos até campanha política, desde filosofia popular até livro de autoajuda.
              A internet é a campeã da cosmética, sem dúvida. Ela propaga notícias velhas como se fossem atuais para atender ao interesse do momento, cria falsos testemunhos como se fossem fatos incontestáveis, desenvolve padrões de necessidades que nunca haviam sido percebidos pelos consumidores que seguem compulsivamente para a próxima compra.
              Mas há também as grandes festas do comercio, que anteriormente privilegiavam os governantes no controle das massas (pensando bem, acho que ainda o fazem, só é preciso definir o que é “governo”). São verdadeiras festas que oferecem tudo o que as pessoas não precisavam, mas que se não tiverem sentirão um deslocamento, uma culpa por terem se excluído de um processo que deve ajudar a própria sociedade gerando empregos diretos e indiretos na produção e venda de artigos que logo se tornarão a última moda e referência social.
              A verdade que parece sobressair disso tudo é que preferimos a mentira branda, aquela chamada de “branca” para dizer que tem boas intenções que a tornam mais aceitável e até, em alguns casos, desejável. Afinal é mais fácil responder àquela pergunta insegura sobre a beleza, a saúde, a inteligência, etc., com uma mentirinha branca, do tipo: Está melhor que nunca! Quase uma meia verdade, afinal, antes poderia estar bem pior, não é?
              Buscamos a beleza em todas as suas formas, mas queremos que ela seja entregue em uma bandeja de ouro por um serviço delivery, no horário programado e por um preço baixo. E não nos satisfazemos com menos, ou alguém (que pela própria concepção da palavra, será qualquer um menos eu) vai ter que pagar por isso.
              Condenamos a mentira alheia com outra mentira: Eu gosto é da verdade. Eu jamais minto. Comigo, se mentir uma vez, é a última. Mas quem está preparado de fato para a verdade? Ela costuma ser dura, cruel até, e chega em momentos terríveis destruindo qualquer ânimo, qualquer alegria do momento, certo? Talvez.
              Talvez seja necessário que aprendamos a lidar com a verdade de uma forma que ela não precise ser tão dura e destrutiva, ao contrário, que possa assumir uma condição de libertadora, de promotora do bem-estar, de geradora de ânimo. Como fazer isso? Começando por nós mesmos.
              Quando nos dispomos a mentir menos para nós mesmos já estamos aprendendo a lidar com a verdade de uma forma melhor. Começamos a perceber que há formas delicadas de apresentar coisas desagradáveis, que é possível apresentar o lado positivo de algo que pode dar trabalho a princípio, mas que vale a pena investir e colher os resultados ao longo do tempo.
              Quando sentir vontade de comprar algo, basta questionar-se se vai precisar mesmo daquilo para uso pessoal ou apenas para mostrar que possui, e se o desejo se mantiver, compre! Ao menos foi uma compra honesta e não vai haver arrependimentos depois, já que o objetivo verdadeiro foi alcançado.
              Se precisar de autoafirmação, diga antes como se sente, mas não imponha uma mentira que deseja ouvir. Estou tão feliz com esta roupa, não é? Você acredita que adorei de fazer este penteado? Estou acima do peso, mas me sentindo tão bem-disposto. Você não acha? Aceite a sua verdade e se não gostar do que descobrir, mude. Não obrigue ao outro que minta para lhe fazer feliz. Só você pode mudar o que está errado na sua vida, ainda que precise de alguma ajuda externa para isso.
              Não aceite mentiras, mas lute pela generosidade, pela delicadeza, pela sensibilidade com que a verdade pode e deve ser dita para você e para os outros. Claro que isso exige um certo trabalho, mas as melhores coisas da vida são conquistadas com trabalho. A palavra conquista já diz que a coisa não foi simples e fácil, mas que valeu a pena e sua permanência será mais duradoura do que aquilo que vem com muita facilidade: a mentira, por exemplo.
              Os ganhos vão ser imensos se conseguir lidar com a verdade, mesmo que seja com um mero silêncio quando não souber o que dizer de forma verdadeira e gentil. Um gesto de carinho pode ser um bom substituto nesses casos, mesmo que seja para consigo mesmo.
              Quando começamos a mentir menos, percebemos o peso que a mentira traz escondido na facilidade. Uma mentira obriga a outra mentira que a sustente e assim se constrói uma pirâmide que vai ficando cada vez maior e mais sufocante, até que a base se rompe e vem uma avalanche que pode soterrar a sua credibilidade entre os escombros.
              Ser gentil e verdadeiro comigo mesmo fez com que a raiva de ter gasto um dinheiro desnecessário se transformasse em uma proposta racional de ter mais qualidade de vida, uma alimentação melhor, mais organização nas minhas tarefas, um bem querer mais verdadeiro e uma tolerância sincera com as minhas dificuldades no caminho para ser melhor.
              Uma tolerância que fez com que a minha alface deixasse de ir completamente para o lixo e se transformasse em uma deliciosa salada, que me incentivou a escrever um texto sobre o assunto e a limpar não apenas a geladeira, mas a casa toda, e a me livrar de um monte de coisas que estavam guardadas apodrecendo em cantos insuspeitos.
              A verdade pode não te dar asas, mas com certeza te faz se sentir bem mais leve para consigo mesmo e para com os outros. E quem não aprecia a leveza delicada da sinceridade?


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Paradoxismos - Danny Marks


Eu sempre gostei de paradoxos. Chama a minha atenção essa coisa quase impossível de existir. Dois opostos perfeitos em rota de colisão que extrapolam as leis da lógica por existirem em um nível diferente.
Mas ultimamente tenho me assustado com os paradoxos.
Já estava intrigado com a imensa quantidade de pessoas que optavam por gravar em vídeo com seus celulares, eventos em que se esforçaram para estar, e que poderiam vivenciar depois nas imagens ruins, não naquele momento em que precisavam compor a prova de sua participação. Participação?
Mas paradoxos são surpreendentes. Em um barzinho de uma certa cidade um grupo de Death Metal, cuja tradução seria “Metal da Morte”, tocava para um grupo de jovens as suas músicas falando de morte, violência, da fragilidade da vida, esses temas niilistas que agradariam a Nietzche se vivesse hoje em dia, teve seu show interrompido por outro grupo de jovens que, em nome de uma suposta religiosidade, levaram violência, morte, e demonstraram a fragilidade da vida com balas de metralhadora e bombas, destruindo tantos quanto puderam antes de destruírem-se também.
Em outra cidade, uma empresa que tira o seu lucro de desenterrar riquezas do solo, provoca uma catástrofe sem precedentes na história da humanidade, enterrando um rio com toda a sua fauna e flora, uma cidade com seus habitantes, uma cultura local que jamais vai se recuperar do pesadelo de lama que a soterrou.
Em outra cidade manifestações acaloradas contra uma suposta peça de teatro, de gosto duvidoso, que recebeu mais publicidade gratuita que outras peças excelentes, devido a ser de gosto duvidoso e por ser financiada pelo governo. E o paradoxo não para aí, boa parte das pessoas que foram contra o financiamento do governo da tal “arte duvidosa” se beneficiam do financiamento do governo em programas de “socialização duvidosa”.
Sem falar naquele representante do povo que, sem consultar o povo que representa, decide fechar escolas para “melhorar a qualidade do ensino”. E os alunos que normalmente querem distancia da escola, tanto que é preciso fazer campanha e até lei para obriga-los a ir para a escola, decidem ocupar as escolas para defender o seu direito de ter uma escola para não ir, e até de ter professores para discutirem, baterem, ignorarem.
Eu adoro paradoxos porque eles escondem uma verdade mais profunda, algo que não é visto de cara. Há uma lógica que nos escapa aos sentidos e quando a percebemos, às vezes, até achamos engraçada e a chamamos de ironia.
E não conheço ninguém melhor para lidar e explicar a ironia inteligente do que o grande Machado de Assis, ele próprio uma ironia. Um negro, coxo, em uma sociedade escravagista, que passou para a história como um dos maiores críticos da sociedade e, que me corrijam os especialistas se puderem, o maior gênio e crítico da complexidade humana. Ler os textos que Machado de Assis escreveu há mais de um século é ter a impressão que foram produzidos ainda o ano passado, ou este.
Foi Machado que disse que a arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal. Foi o cara que escreveu a inacreditável história de um analista que queria curar a loucura, até descobrir que a única loucura que precisava ser curada era a dele. Antecipou a “Igreja do Diabo” onde tudo era permitido com a benção do capeta, que tinha a ilusão (e a concessão de Deus) de que ao fundar uma igreja conseguiria corromper de vez a humanidade, e acabou desconsolado com a contradição humana.
Ah, se houvesse uma maneira de trazer Machado à vida novamente para explicar os imensos paradoxos que a humanidade apresenta todos os dias. É nesses momentos em que os paradoxos se riem de nós, pobres mortais, porque Machado está vivo, suas palavras ainda estão acessíveis depois de sua morte sem que tenha uma única vez feito um selfie, gravado um vídeo.
Foi na contradição paradoxal de Machado de Assis que achei a resposta
"Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho. Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas." (Machado de Assis).
Como contestar isso?

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Novembro Azul - Danny Marks


               Chega aquela época da vida em que você tem que tomar uma decisão que pode afetar os rumos do seu futuro.
              Adolescência? Claro que não. Essa coisa de adolescência é uma invenção da modernidade, antes se passava da infância para a idade adulta sem escalas, no máximo com algum rito de passagem que te dizia “agora você é adulto, se vira”.
              As mulheres continuam tendo ritos de passagem estipulados pela natureza. Começou a menstruar? Está na hora de ter aquela famosa conversa... com o ginecologista. É, sexo já não é mais uma coisa escondida, um tabu que precisa de autorização para ser discutido. Até acho que se discute mais, e se faz menos, sexo do que em qualquer período histórico. E, se me permitem acrescentar, com culpa jamais registrada na história da humanidade.
              Mas voltando ao assunto principal. Chega a hora para os homens em que é preciso tomar uma grande decisão. Fazer ou não o exame de próstata. Ferrou, bota tabu nisso.
              As mulheres saem na frente, como sempre. São mais solidárias com elas mesmas. Menstruam antes dos homens terem atingido seu potencial fértil. Menstruam juntas se convivem no mesmo ambiente a maior parte do tempo. Fazem campanhas, com apoio até dos homens, para prevenir doenças genitais. Câncer de mama tem até propaganda na TV. Artistas divulgando a importância. Cuidem da saúde! É o recado sem preconceito.
              Mas para os homens a coisa tem sempre que ser mais complicada. São homens, para que facilitar, né? Melhor é aumentar a complicação, colocar medo, dar aquela risada sarcástica, vingativa. Tá com medo de levar uma dedada no ânus? Pois eu faço exame de toque desde que era menina virando mulher. Dedos ampliados em tamanho para se parecerem com armas.
              Pois é. Não é fácil quebrar um preconceito. Quantos milhões de pessoas no mundo morreram ao longo da história da humanidade vítimas de algum tipo de preconceito. Se for fazer uma pesquisa deve matar mais do que acidente de carro. Mesmo na época em que mais se fala de combate aos preconceitos, ninguém fala de exame de próstata. Cala a boca, mané? Qual é? Tá querendo acabar com a minha masculinidade? No meu ninguém bota a mão!
              E por conta disso a desinformação rola solta. Ninguém se preocupa com estatística dos homens morrendo de câncer de próstata, isso é coisa de velho, meu velho.
              Me parece uma reação infantil contra o medo que se arrasta e é empurrado com a barriga (e barriga é coisa de velho, né?), até que não dá mais para fugir. Muitas vezes, tarde demais. Morro, mas no meu rabo ninguém põe a mão! Como assim?
              Se formos pensar em termos evolutivos, os homens já deram o rabo há muito tempo. Deram o rabo para se tornarem hominídeos, desceram das arvores e agora só se preocupam se o pau vai cair ou não. Mas a raiz do problema está em outro lugar.
              Até os quarenta anos ir em um urologista é coisa rara, ainda bem que existem exames de sangue que detectam tumores e podem ser receitados por qualquer médico. Tem também os exames de ultrassom pélvico que podem identificar algum problema, não apenas na próstata, mas nos rins, nas vias urinárias. Urologista é para ir quando se tem doença venérea, coisa de homem. Ou não?
              As mães já decretam logo. Ir ao médico é para mulher, se está virando mocinha então é uma obrigação. Homem faz exame quando trabalha e a empresa pede. Se não pede, não faz. Não tá doendo tanto assim. Homem tem que ser forte. Exame pra quê? Tô curtido no álcool, vou ser eterno. Coisas assim que se ouvem constantemente que atestam como os homens são meninos frágeis, carentes, potenciais provedores que devem se sacrificar pela sua prole. Homem bom morre logo depois que os filhos já estão grandinhos e para de encher o saco da mulher. Deixa pensão e conforto. Livra da visão da barriga caída, das costas arqueadas. Coisa caída não é sinal de um bom homem. Fala sério.
              Homossexualidade feminina é vista como o encontro de duas rosas a desabrochar, mas homossexualidade masculina é aberrante, parece briga. Que história é essa de ter um cara enfiando o dedo no seu ânus? Parece coisa de teatro de mau gosto. Coisa de modernidade escatológica só para estimular um debate e fugir das coisas sérias que deveriam debater.
              Preconceito. Por que será que tem tanto ginecologista homem e não sei de nenhum urologista mulher? Aliás, nem gay. Coisa para se pensar a respeito. Será que o ânus masculino é o último bastião da sociedade? Se for, estamos na merda mesmo. Com o perdão do trocadilho. Aliás, que se dane, trocadilho me lembra outra coisa.
              Pois é, aos quarenta anos chega aquele momento trágico que ninguém quer falar. A hora de decidir o que é mais importante, sua saúde (inclusive a sexual) ou a sua referência de masculinidade? Melhor ter um papo aberto com o urologista. Discutir a relação.
              O meu disse que os exames de sangue e ultrassom são bons, mas o mais eficiente ainda é o de toque porque há toda uma sensibilidade desenvolvida pelo médico para checar se há algum intumescimento (não é só o pênis que fica duro no homem, a próstata com problemas também, e não é sinal de alegria, acredite), de aumento de volume. Todas aquelas coisas que fora do lugar certo são sinais de problema.
              Se é para abrir a coisa, no bom sentido, então vou logo perguntando para o especialista como ele desenvolve a tal “sensibilidade”. E o cara fala direto, sem problemas, ele testa várias vezes no próprio. É, o cara passa muito tempo enfiando o dedo no próprio ânus para poder aprender a checar a textura da próstata através do acesso permitido pela natureza. É de respeitar isso. Um cara com medo de tomar uma dedada por ano, enquanto o outro tem que fazer isso com frequência para poder treinar a sensibilidade tátil. Esse é macho! Fala sério!!! Talvez por isso que não existam mulheres urologistas, não tem próstata. Cadê a igualdade nesse caso? Aliás se fosse uma mulher a fazer o exame de toque em um homem, será que haveria mais gente se animando a fazer? Sensibilidade não é uma coisa creditada às mulheres? Sei lá, tem pouca gente que fala sobre o assunto e fica difícil ver todos os ângulos da questão, sem trocadilhos aqui.
              Vai que numa dessas as pessoas comecem a aprender a fazer o autoexame, como as mulheres fazem nos casos de câncer de mama. Fico imaginando como seriam as campanhas educativas. Há todo um universo inexplorado nesse sentido, se é que você me entende.
              Mas, infelizmente, o que se vê é um tímido comentário em algum lugar sobre o Novembro Azul, que me parece até coisa preconceituosa (outubro rosa para o câncer de mama e doenças sexualmente transmissíveis nas mulheres; novembro azul para o câncer de próstata, e só, nos homens. Por que rosa tem que ser cor de mulher e azul cor de homem? E as/os homossexuais? Vai ter um janeiro arco-íris para prevenir o carnaval?).
              Enquanto isso os homens que não querem mexer no seu buraco, estão indo para o buraco (que se dane o trocadilho), com o apoio total dos preconceituosos de plantão.
              Se eu fiz o exame? Claro que sim, faço um check-up todo ano, com direito a ultrassom pélvico e exame de toque. Por que acha que a cada dia me pareço mais desejável? Sou um dos poucos homens que vão envelhecer, com saúde principalmente, e como as mulheres sempre se cuidam muito, vão ficar lindas e carentes de homens que não tem medo de receber um toque de como se preservarem para os prazeres da vida.
              Amigo de verdade alerta para os problemas. Seja homem por mais tempo, vá ao urologista e cuide da sua saúde. E quando voltar a ler este texto vai poder rir, sem preconceito.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Glória Alvares, da Guatemala, fala sobre o Populismo.


Glória Alvares, esta moça tem o meu apoio, sua argumentação é incontestável. Concordo plenamente com o que foi dito e espero que as pessoas parem e pensem a respeito. Isso merece ser compartilhado, divulgado, incentivado e feito. (Danny Marks)

Livre-se do seu ódio e podemos dividir o nosso amor - Danny Marks


Foi em uma sexta feira 13 de novembro, mas poderia ter sido em um 11 de setembro; ou uma quinta feira, 5 de novembro, ou ainda em qualquer outro dia. Atentado terrorista que tem, como qualquer atentado terrorista, o único intuito de criar o terror. E cria.
Cria o terror porque as pessoas estão cada vez mais alimentando os seus medos com ódios e radicalismos, estão vitaminando os seus medos com discursos vazios e “palavras de ordem” que se originam apenas no marketing de suas próprias causas e interesses particulares.
— O que nós podemos fazer contra isso? — A grande maioria se pergunta. E a resposta, como na maioria das vezes, está na própria pergunta e na inteligência para vê-la.
Quando dizemos “Nós” estamos falando de união de pessoas em torno de um objetivo em comum. Deixamos o indivíduo de lado e colocamos o grupo como fonte de nossa força.
“Fazer” remete ao ato em si. Atitude positiva, construtiva, sair da inércia e tomar a responsabilidade da construção de algo assumindo as consequências.
“Contra” quer dizer de forma diferente, em oposição. Não se pode ir contra alguma coisa fazendo a mesma coisa, é preciso que algo mude, que seja diferente, que seja melhor e mais eficiente.
Então quando nos vemos aterrorizados diante dos fatos o que precisamos é juntar forças no sentido de fazer diferente de forma a resolver o que nos ameaça.
Não dá para comparar uma tragédia provocada pela natureza, como um terremoto ou tsunami, com uma tragédia provocada por pessoas. Não dá para comparar uma tragédia provocada por pessoas por negligência, corrupção, interesses particulares sem consideração moral ou ética; com uma tragédia provocada por pessoas por ideologias, demência, falha de caráter ou interesses pessoais disfarçados e mascarados.
Mas há um comparativo possível na resposta que se pode dar a uma tragédia. Uma forma Humana de ser, em oposição a forma do medo, do terror.
Quando há uma catástrofe as pessoas revelam o que são. As humanas se esforçam em ajudar, demonstrar seu apoio moral e/ou efetivo, fazem doações, ajudam como podem. Solidarizam com a dor alheia e tentam mitigar o sofrimento, dar esperança. Seja uma luta contra os efeitos de uma enchente, de um terremoto, tsunami; seja por um atentado terrorista. Seja no bairro vizinho, seja no outro lado do mundo.
Mas há os terroristas que se alimentam do medo e aproveitam as catástrofes para disseminar seus discursos de ódio e intolerância; para tirar vantagem da desgraça; para se sentirem mais fortes diante do medo alheio; para demonstrar a sua covardia de forma violenta. Os covardes se sentem menos covardes quando todos estão com medo, e na sua ignorância promovem a doença, em vez de procurar a cura.
O que podemos fazer contra isso?
É preciso ser diferente do problema. Diante da ignorância, seja coerente em suas argumentações. Diante da violência, promova e valorize atos de bondade e seja solidário com os que sofrem. Diante do medo, seja corajoso e apresente o seu amor.
Amor, essa palavra que está meio desgastada por seus usos errados; por interpretações incorretas.
Amor não é fugir das responsabilidades, é assumir as dificuldades para se fazer algo melhor pelo outro.
Amor não é concordar com tudo o que o outro faz, é ser capaz de demonstrar para o outro onde está errando e onde está acertando para ajudá-lo a melhorar sempre, e crescer junto.
Amor não é perdoar tudo o que é feito em nome do amor, é tentar buscar um caminho efetivo para que o outro se sinta seguro em reconhecer os erros e se permita ser ajudado.
Ser forte não é ser violento; é ser firme nas suas decisões e nas responsabilidades diante das consequências dos seus atos.
Ser corajoso não é enfrentar com fúria a adversidade; é ser mais inteligente que a adversidade; é superar o próprio medo para que os outros se sintam seguros e possam nos dar segurança.
Ser justo não é querer o melhor apenas para si; é perceber que todos possuem suas próprias verdades e que algumas delas podem ser melhores que as suas.
Ser Humano não é apenas uma questão de característica física, mas perceber que a humanidade é uma construção do caráter que tenta melhorar o que somos como espécie apesar de reconhecer que alguns indivíduos sempre vão lutar para impedir isso, porque nunca aprenderam a amar nem a si mesmos, quanto mais ao próximo.
Livre-se do seu ódio e podemos dividir o nosso amor.

(Refiz a postagem por conta da palavra "Guarde". Não é essa a mensagem. O ódio ou qualquer outro sentimento ruim não é bom nem mesmo guardado. Eles costumam envenenar aos poucos e no longo prazo. Simplesmente livre-se deles, promova as coisas boas e sua saúde física, mental e emocional serão melhores. ESSA é a mensagem deste texto)

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