sábado, 30 de abril de 2016

SOBRE A EDIÇÃO DE Nº 11 DA REVISTA CONEXÃO LITERATURA - Ademir Pascale



Já está disponível a edição de nº 11 (maio) da Revista CONEXÃO LITERATURA. Não poderíamos deixar de homenagear o escritor Stephen King em uma de nossas edições. Autor que incentivou tantos outros autores para o mundo da escrita e que já vendeu mais de 350 milhões de livros em
40 países. Garanto que nas páginas da revista o leitor encontrará muitas informações sobre ele, dicas e curiosidades, incluindo uma entrevista especial com Edilton Nunes, que é um dos seus maiores fãs aqui no Brasil
;)
Como sempre, trazemos entrevistas com escritores, crônicas, resenhas e contos. Na coluna “Conexão Nerd”, entrevistamos Leandro Liporage, artista que vem fazendo sucesso na criação de miniaturas de músicos, escritores, personagens de games, etc. Resenha do livro Onde Cantam Os Pássaros (DarkSide Books), da autora Evie Wyld e resenha do livro Sobre a Escrita, de Stephen King, além de uma crônica intitulada Quando King Criou Carrie.
Nossas edições são mensais, mas o leitor pode estar diariamente conosco, basta seguir as nossas redes sociais ou mesmo acessar o nosso site:
Twitter: @ademirpascale. Facebook: @revistaconexaoliteratura. Instagram:
@revistaconexaoliteratura. Site: www.revistaconexaoliteratura.com.br.

Para parcerias (Lojas Geeks, blogs, sites, editoras, etc), patrocínios ou dúvidas de como participar de uma de nossas edições, seja com entrevista, conto ou anúncio, escreva para: pascale@cranik.com ou

Tenham uma ótima leitura e até a próxima edição que também será incrível.

Para baixar a edição de nº 11, acesse:
http://www.revistaconexaoliteratura.com.br/p/edicoes.html ou clique sobre a capa da revista na lateral do site.

Fico à disposição.

Forte abraço!

Ademir Pascale
Editor
Twitter: @ademirpascale
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Instagram: @revistaconexaoliteratura

Evolução - Danny Marks


— Pai, o que é ironia?
— Humm, deixe-me pensar. Já sei! Um meteoro acabou com o Tiranossauro Rex...
— Mas qual é a ironia?
— ... permitiu que Eduardo Cunha nascesse.
— Nossa! Deixa eu correr no face. Tenho que apagar algumas postagens.
— Por quê?
— Eu pedi que viesse outro meteoro. Imagina o que vai surgir por minha culpa!!!

terça-feira, 19 de abril de 2016

Precisamos falar da Internet Brasileira – Danny Marks

              Este espaço sempre teve a intenção de levar ao seu público o prazer da literatura, da informação, do humor inteligente, preservando sempre a qualidade do que é apresentado e buscando melhorar a cada dia.
              Juntamente por querer levar a informação e a reflexão da melhor qualidade aos leitores, tenho que apresentar um assunto que está sendo pouco comentado, apesar da sua importância, provavelmente devido à crise política e econômica do Brasil.
              Alguns talvez tenham ouvido falar da proposta de limitar e tarifar a internet fixa da mesma forma que já é feita na internet móvel, quem não ouviu falar ainda, recomendo uma breve pesquisa na internet que encontrará facilmente vários resultados confiáveis, inclusive a decisão da ANATEL de “cobrar algumas medidas” antes que isso seja feito. Ou seja, a ANATEL, responsável pela regulamentação da Internet no Brasil, diz que não pode fazer nada contra, que não é ilegal, mas quer que o usuário seja “avisado” antes que haja redução. Até que esse “serviço” seja disponibilizado pelas operadoras, proíbe a limitação.
              Habilmente algumas operadoras tentam contornar a proposta definida como Marco Civil da Internet, o projeto de lei aprovado em 22/04/2014 que regulamenta o uso da internet no Brasil, buscando ampliar os seus lucros com o serviço de internet fixa, alegando uma “dificuldade técnica” na prestação do mesmo, sendo a limitação uma forma de solucionar o problema (deles).
              Não vou falar que em outros países desenvolvidos a qualidade dos serviços é extremamente superior à do Brasil, e que esses mesmos países buscam ampliar ainda mais a disponibilidade ilimitada e de alta velocidade da internet. Vou me concentrar apenas na realidade brasileira e no que, aparentemente, não está sendo visualizado pelos cidadãos, empresários e políticos daqui.
              É fato que, atualmente, boa parte da população utiliza a internet para o lazer, inclusive assistindo filmes on-line, participando de redes sociais, etc. Porém, também utilizam para outros fins, como pesquisa escolar, compras, pesquisas de preços, transações bancárias, etc. Sem falar em boa parte dos microempresários que utilizam o serviço de internet para divulgar e até implementar os seus serviços. A lista de atividades comerciais com o uso da internet é grande, nem vou perder tempo colocando aqui, são apenas alguns exemplos mais comuns.
              O que não está sendo discutido é exatamente isso: O que as pessoas vão fazer se a sua internet ficar limitada? Aparentemente, na visão das operadoras, as pessoas vão se dispor a pagar mais para ter o mesmo. Pode até ser, mas não acredito que seja tão simples assim.
              Provavelmente as pessoas não vão querer abrir mão das redes sociais, que já ocupam boa parte do seu tempo e dos dados utilizados. Sem poder pagar mais, terão que fazer todo o resto da forma mais “antiga”, ou seja, presencial.
              Entrar no site do banco para pagar as contas? Não, isso gasta dados, vamos à agencia bancária (que economiza atualmente um bom dinheiro com serviços on-line).
              Compras on-line? Esqueça, demora muito para fazer o pedido, confirmar e depois pagar. Melhor ir na loja, ou nem comprar, já que não dá tempo.
              Aliás, o que comprar? Não vejo anúncios on-line (a menos que as empresas se disponham a pagar por esses dados de divulgação. “Entre na minha página e não se preocupe com a sua franquia, nós cobrimos o serviço”. Claro que esse valor terá que ser acrescido no preço dos produtos, da mesma forma que é acrescido o valor da propaganda.
              Logo as redes sociais terão também um decréscimo. Por mais viciados que haja, quem vai ficar perdendo tempo em ver vídeos de gatinhos fofos que devoram seu tempo disponível? Talvez o twitter amplie ainda mais os usuários e retornem as listas de ICQ, aqueles fóruns de mensagens da pré-história da Net.
              Fico pensando, quando as empresas vão começar a olhar para esse lado mais obscuro do controle de dados da internet brasileira? Quando vão perceber que terão um prejuízo maior que qualquer cidadão? Talvez, ao menos desta vez, o capitalismo funcione a favor da população e reaja de forma eficiente, seja obrigando as operadoras a investirem mais em qualidade de serviços para ampliar os seus lucros, seja criando alternativas para as mesmas.
              Pode ser até uma nova forma de comércio, redes privadas que oferecem internet gratuita aos seus clientes. Também não descarto a possibilidade de uma involução, um retorno ao CD e ao DVD pirata, ou a redes clandestinas via satélite ou rádiofrequência. Tudo é possível e, normalmente, as soluções desesperadas descambam para a marginalidade (no sentido de ser à margem da lei, o “jeitinho” duvidoso).
Não sei como as coisas vão se desenvolver, não sou futurólogo, sou apenas um escritor que utiliza teorias da conspiração como seu material de trabalho. Crio cenários imaginários, utópicos ou distópicos, para informar e divertir através de realidades inventadas que podem ou não se tornarem reais. Inteligência e Imaginação são necessárias para um bom escritor, que dirá para um empresário, mas parece que alguns ainda não se aperceberam disso. Será?

Danny Marks

Editor Responsável do Retratos da Mente.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

O País que virou Circo. – Danny Marks


Esta é uma crônica de ficção desenvolvida na fantasia paranoide e esquizofrênica de alguém que, provavelmente, você não conhece, mas já deve ter ouvido falar.
O relato se passa ao longo de alguns anos, embora tenha sido classificada como uma crônica e, portanto, devesse ser uma espécie de fotografia de um momento. Isso deve-se ao fato de que, na impossibilidade de se entender a profundidade imediata, necessita-se do recurso da montagem de instantes progressivos, formando um mural que vai evoluindo e se tornando mais claro nessa progressão que está dada de forma estática. Um filme de um diapositivo apenas, por assim dizer, semelhante àqueles infográficos que revelam uma evolução de eventos analisados.
Se fosse possível alinhar a pré-história desta crônica, ela se perderia em eventos difusos e confusos, distorcidos muitas vezes e reafirmados de tantas maneiras que o melhor a fazer é simplesmente saltar para um recorte um pouco mais imediato, sabendo-se apenas que o que possibilitou este, foi todo um processo que se estende por décadas, séculos, talvez milênios anteriores.
Por ser uma fantasia deveria começar com “Era uma vez” no padrão clássico, e alguns analistas até iriam sorrir e dizer que essa sentença deveria vir ao final e não no início, e, talvez, estejam certos. Mas vamos fazer um pouco diferente, vamos imaginar um instante qualquer e destruir a cronologia mais específica, apenas alinhavar alguns elementos em forma de cenário e deixar que a composição artística faça o seu papel de estimular o pensamento e o sentimento, sem impor uma determinada interpretação ou (não encontrando palavra melhor usaremos esta) julgamento.
Houve um tempo em que havia um pais controlado de forma inflexível por forças que, por sua natureza, eram fortes. E como todos sabem, desde que Newton declarou para o mundo, toda força gera uma reação contrária de igual intensidade. Então, por um desequilíbrio qualquer do instante, ou por uma corrupção (e este é o termo que define a perda da integridade de qualquer coisa) da força que a sustentava, a reação assumiu o papel de principal evocadora de eventos.
Espere, não desista, vamos tentar simplificar com metáforas este tortuoso raciocínio. Digamos que haviam soldadinhos de chumbo controlando o castelo dos sonhos, mas por algum motivo que não vem ao caso no momento, mudou-se o controle para peças escolhidas e aclamadas, dentre as que compunham todo o entorno social daquele território que se vai denominar de país. Necessário dizer que estas peças aclamadas eram, basicamente, as envolvidas na manutenção, orquestração ou oposição a situação anterior. Ou seja, havia um equilíbrio tenso anterior e devido as mudanças que ocorreram pelo declínio das forças que o mantinham, formou-se com essas forças expoentes um novo equilíbrio que se supunha menos tenso. 
Diriam os mais entendidos que quando há um confronto de forças opostas sempre se dá um tipo de equilíbrio tenso, até que algo o desestabilize, mas não vamos seguir essa linha por enquanto. Digamos que, nessa nova realidade, os que não apareciam diretamente passaram a ter a possibilidade de falar e agir.
De certa forma, essa liberdade de ação acompanhou o advento da internet que ganhou flexibilidade e expandiu-se para além do que seria possível ser imaginado. Claro que, como tantas outras forças ocultas ou não, esta também passou a ser estudada e utilizada de forma mais ou menos eficiente pelos que gostam de controlar mecanismos e obter destes algum proveito. Novamente interrompemos esta linha apenas para evitar que as ramificações se tornem extensas demais, apenas deixamos mais essa sombra difusa para compor parte do crepúsculo do cenário.
Não se pode agradar a todos, isso é fato antigo e com diversos estudos acerca, mas o que se costuma chamar de democracia tenta fazer com que a suposta maioria se sinta satisfeita com a média dos resultados obtidos. Poderíamos dizer que por “democracia” se entende uma variedade grande de sistemas políticos que buscam suas forças na representatividade da, assim denominada, maioria votante. E por “maioria votante”, poderíamos supor se tratar daqueles que expressam os seus interesses diretos ou indiretos através do uso e convencimento do uso dos votos de representação. Outra linha que fica sem uma conclusão apenas por necessidade.
“Mas quantas linhas soltas nessa sua crônica! ” Diriam os críticos de plantão (e sempre os há), ao que responderíamos: Sim, em todas as narrativas que tentam se basear em verdades, existem linhas soltas que podem ou não ser seguidas na tentativa ou não de se ampliar a verdade que demonstram. Normalmente não o são, então não fugiremos ao padrão também. Respondidos aos críticos, voltamos ao nosso relato.
Alguns personagens necessitam aparecer para que se justifique o título. Vamos então colocar alguns que podem indicar alguma coisa. Colocamos um delfin, da família dos cetáceos, é um mamífero muito hábil e inteligente, capaz de coisas insuspeitas. Poucos sabem que na mesma família encontra-se a Orca, erroneamente chamada de baleia, assassina.
Temos também alguns pássaros chamados de tucanos, que possuem um bico enorme, oco e frágil. Pelo tamanho do bico poder-se-ia supor força, mas aparências enganam, e nos tucanos as aparências possuem cores fortes e bonitas de se ver.
Tem um outro personagem importante, da família obscura dos calamares, a lula. Esta costuma ser pequena de apenas sessenta centímetros, mas alguns conseguem evitar os predadores e crescer até o tamanho descomunal de quatorze metros. O que não conseguem mudar é o fato de que sempre terão os pés na cabeça, por isso chamados de cefalópodes.
“Mas isso está parecendo um zoológico, não um circo” reclamam novamente os detratores da liberdade poética. Respondemos: há circos de diversas formas, alguns marinhos, outro de pulgas. Mas para que não digam que não fizemos caso das críticas, vamos acrescentar um palhaço, desses que se fantasiam com roupas coloridas, tem colarinho folgado e uma tremenda cara de pau, pintada com cores fortes. Satisfeitos? Ok, agora já temos os personagens, mas cadê o circo?
Então, essa é a parte difícil desta crônica, podemos apresentar o local, podemos apresentar alguns personagens (outros não vão aparecer porque não querem, não foram descobertos ou simplesmente se esconderam mesmo depois de revelados), mas não conseguiremos definir exatamente onde ou como se dará o circo, cuja lona ainda está sendo montada. Sim, alguns circos costumam ter uma lona por cima ou por baixo, e alguns acabam até beijando a lona no processo, uma forma de reverência, por certo.
Como todo circo que se preze, este também é revestido de uma certa magia, muita enrolação e manipulação dos humores, muito ilusionismo (você vê, agora não vê mais), e necessariamente um apresentador que vai se dirigir ao público utilizando o termo “Respeitável”.
A parte engraçada é que nenhuma das partes, seja as que compõem o circo, seja as que prestigiam o espetáculo, se preocupa com a questão primordial do que seria o tal “respeitável”. Sabemos que algo imponente, forte ou temerário é, por sua própria natureza, “respeitável”, como diz o velho adágio: Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
E assim temos o espetáculo e o nosso diapositivo montado rusticamente. Nele podemos ver as forças anteriores, a evolução do cenário, o palhaço que não falta, e não faz falta, e vira herói das ingênuas crianças. O imenso calamar que luta pela sobrevivência atacado por pássaros carnívoros e que, por ser cefalópode, ou corre, ou pensa, ou nada.
Temos também os animadores de torcida, os ilusionistas, os vendedores de pipoca estrategicamente posicionados que aplicam sal até nos doces para aumentar a sede e vender mais. E não esqueçamos dos trapezistas, dos malabaristas, dos equilibristas com suas bicicletas. Dos paquidérmicos que se movem com custo e lentidão indolente, apesar de sua enorme força e, é claro, do respeitável público para quem todo o espetáculo foi montado e que, na maioria das vezes, gostaria de estar em outro lugar, mas ficaria feio dizer que não participou de um evento tão dramático.
“Pura enrolação! Cadê o final? Onde está a sequência de fatos prometidos para compor a crônica e justificar tudo isso? ” Pedimos calma e dizemos que já estão dados os principais pontos, é o máximo que podemos relatar em tão curto espaço, já estendido por demais.
“Fomos enganados!!!” Dirão aqueles mesmos, acrescidos de alguns mais. E temos que dizer que concordamos, de certa forma. Aliás, justifica-se aqui o uso do tempo verbal no plural quando nos referimos ao narrador. Verdadeiramente fomos todos enganados, só que alguns ainda estão decidindo acerca de como, por quê e desde quando. E nem vou falar no que ainda virá, que promete ser um grandioso espetáculo, mas isso fica para a próxima fantasiosa crônica, se é que será possível construí-la.
Afinal, não há nada mais temerário em um circo do que o cair do pano.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Uroborus - Selene Ferreira




Uroboros – Danny Marks

              Você está bem? Você está bem? Fica estranho fazer essa pergunta para você. É uma pergunta que se faz quando se sabe que o outro não está bem, na verdade. As pessoas costumam perguntar isso na esperança de que o outro minta e diga que sim, está tudo bem. Mesmo quando não está. Normalmente não se quer saber dos problemas do outro, apenas se está tentando manter uma conexão, algum link onde possamos enviar os nossos problemas, as nossas dúvidas, nosso prazer, nossa dor, qualquer coisa, para algum lugar e imaginar que está sendo recebido aumentando o alcance do que é apenas nosso. Mas, as vezes isso não funciona, cai-se em um buraco que vai sugando a atenção, exigindo cada vez mais da conexão e entupindo as pretensões até que é necessário derrubar a rede inteira, explodir alguma bomba que quebre definitivamente o vínculo. Por algum tempo. Depois é só pedir desculpa, e inventar algum motivo para o ocorrido, e tentar tudo de novo. Você está bem?
              Há um problema no mundo e poucas pessoas percebem isso. Bilhões de pessoas tem problemas no mundo. Dez por cento dessas pessoas comandam o mundo e gerenciam seus problemas como se fossem recursos. Um por cento dessas pessoas sabe realmente o que estão fazendo e orquestram todo o resto. E nenhuma dessas pessoas sabe qual o problema de verdade, não percebem nada além do que eles mesmos criaram, ou se envolveram, ou projetaram, ou partilharam com...
              Poder. No fundo tudo se resume a isso. Agora posso ver. No início todos queriam comida para sobreviver, ter filhos para ter prazer e sobreviver no tempo, de alguma forma. Depois queriam dinheiro para poder ter comida e conseguir todo o resto. Depois passaram a usar a comida, o sexo, o dinheiro, os filhos, o tempo, para ter cada vez mais poder. Poder sobre a comida do outro, o sexo do outro, o dinheiro do outro, os filhos do outro, o tempo do outro, a vida do outro. Porque uma vida apenas não é suficiente para usar o poder que se pode ter quando se busca cada vez mais Poder. E arrancar o poder dos outros dá mais poder de estuprar a alma coletiva, a sua, para não ter que encontrar algum sentido nisso tudo.
              É preciso manter a mentira da felicidade, possuir a felicidade por alguns segundos, alcançar a felicidade que está em algum lugar, ver a felicidade, usar a felicidade, comprar a felicidade, vender a felicidade, sentir a felicidade correndo nas veias congestionadas do vício. Só a felicidade adia a morte.
              A Morte cobra um sentido, a morte esclarece que não há sentido, apresenta o vazio, o desconhecido, o absoluto e inegável Nada que destrói qualquer dúvida, qualquer esperança, qualquer deus que possa usar como totem do seu poder. A Morte invencível que retira a sua máscara e lhe diz que valor tem. Nenhum. Só os seus atos sobrevivem.
              Você não é nada sem sua contribuição para o fazer. E o que você faz é apenas manter alguma coisa que não lhe pertence, que lhe foi imposta e você aceitou como sua, que não entende mas finge amar, para fazer algum sentido estar vivo, fazendo, até que seja substituído por um declínio. E tudo caminha para a morte, tentando demorar o mais que puder antes que alcance o seu objetivo.
              Há um incomodo em você agora. Posso sentir. Você ainda não percebeu, mas logo vai fazer sentido, e vai querer correr, vai querer fugir, desaparecer, desligar. Logo você vai tentar romper a conexão. Talvez até consiga. Depois vai voltar.
              Você está bem? Você está bem?

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"Houve um tempo em que acreditava que o ápice de um autor era ver o seu trabalho reconhecido. Depois acreditei que era necessário ter uma publicação que pudesse ultrapassar o tempo. Agora descubro que o melhor que podemos atingir é ver nosso trabalho ampliado, melhorado à perfeição, como um legado que gera um infinito cheio de Estrelas e nos devolve com sua luz a humildade e a grandiosidade de fazer parte de algo tão maravilhoso que nos causa êxtase.
Obrigado Selene, por me ensinar a cada dia. Maravilhosa montagem, excelente narrativa, uma obra de arte feita com alma para a alma. Fiquei orgulhoso e humilde e, acima de tudo, FELIZ,
Um beijo no seu imenso coração."
( Danny Marks​)

Uroborus
Texto: Danny Marks
Edição: Selene Ferreira
Narração: Rose Ferreira

PRÉ VENDA Escultor de Ossos - Danny Marks


Não se tem registro formal da primeira vez que ossos foram utilizados pelo homem para confeccionar adornos, ferramentas e até mesmo armas. Há traços arqueológicos que remontam ao período Paleolítico Inferior, sendo que apenas no Paleolítico Superior ( entre 30.000 e 10.000 a.C. ) começaram a receber acabamento e polimento.

Atualmente vários artesãos se dedicam a elaborar trabalhos com esse material, seja esculpindo em delicados objetos, seja reordenando em novos formatos. Ossos humanos já foram utilizados para construir diversas obras de arte pelo mundo todo e estabelecem o limite entre o macabro e o artístico.


Em São Paulo estranhas violações de túmulos começam a acontecer e corpos desaparecem misteriosamente. Em meio a esses acontecimentos bizarros a fotografa Thamires tenta ajudar uma garota gótica, de nome Agatha, que é morta após lhe revelar fatos estarrecedores. Isto é apenas a ponta do iceberg, que levará Thamires a se deparar com um terrível comercio de corpos humanos. Uma aventura de tirar o fôlego. Imperdível.

O Segundo volume da coleção "CRIMINAL" já está disponível para pré-venda na amazon.com.br, no formato Kindle. O formato PDF será disponibilizado a partir de 18/04/2016. Não perca essa oportunidade, acessando o link abaixo:
Valor da Pré Venda  na Amazon: R$ 5.99 

Link direto: Escultor de Ossos - Danny Marks

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Homenagem a Isaac Asimov (24 anos de seu retorno às Estrelas)

Asimov é considerado um dos mestres da Ficção Científica e, junto com Robert A. Heinlein e Arthur C. Clarke, foi considerado um dos "três grandes" da ficção científica. A obra mais famosa de Asimov é a série da Fundação, também conhecida como Trilogia da Fundação, que faz parte da série do Império Galáctico e que logo combinou com sua outra grande série dos Robots. Também escreveu obras de mistério e fantasia, assim como uma grande quantidade de não-ficção. No total, escreveu ou editou mais de 500 volumes, aproximadamente 90 000 cartas ou postais, e tem obras em cada categoria importante do sistema de classificação bibliográfica de Dewey, exceto em filosofia.[1]
A maioria de seus livros mais populares sobre ciência, explicam conceitos científicos de uma forma histórica, voltando no tempo o mais longe possível, quando a ciência em questão estava nos primeiros estágios. Ele providencia, muitas vezes, datas de nascimento e falecimento dos cientistas que menciona, também etimologias e guias de pronunciação para termos técnicos. Alguns exemplos incluem, "Guide to Science", os três volumes de "Understanding Physics" e a "Chronology of Science and Discovery", e trabalhos sobre AstronomiaMatemática, a Bíblia, escritos de William Shakespeare e Química.
Asimov foi membro e vice-presidente por muito tempo da Mensa, ainda que com falta: ele os descrevia como "intelectualmente combalidos". Exercia, com mais frequência e assiduidade, a presidência da American Humanist Association (Associação Humanista Americana).
Em 1981, um asteroide recebeu seu nome em sua homenagem, o 5020 Asimov. O robô humanóide "ASIMO" da Honda, também pode ser considerada uma homenagem indireta a Asimov, pois o nome do robô significa, em inglês, Advanced Step in Innovative Mobility, além de também significar, em japonês, "também com pernas" (ashi mo), em um trocadilho linguístico em relação à propriedade inovadora de movimentação deste robô.
(fonte Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Isaac_Asimov) 

Asimov tem inspirado pessoas pelo mundo todo com sua maravilhosa obra, sou apenas uma delas. 
Meu obrigado eterno ao Bom Doutor por me inspirar a crença de que sempre podemos fazer o possível hoje, e o impossível, amanhã. 

(Danny Marks)

sábado, 2 de abril de 2016

“Acerca da Fantasiosa, Trágica e Cômica Guerra dos Robôs Verdes contra os Amarelos na Tentativa de Destituir os Vermelhos da sua Posição Inexistente de Surreal Vilipendio” — OU — “É o que é” — Danny Marks



Há quem diga, ao analisar os fatos a serem relatados, que o problema da invasão dos Robôs se antecede aos primórdios da citada civilização quando, por uma falha devastadora de trajeto, uma frota de naves acabou desembarcando em terras nunca antes vistas daquela forma.
Mas, devido a necessidade e complexidade de se relatar os fatos de forma eficaz em tão curto espaço, farei apenas um recorte mais imediato, no máximo traçando uma breve e tênue linha de raciocínio que venha deste primeiro erro, para não dizer erro primário, passando por todos os outros que se seguiram, justificados ou não pelos anais da história conhecida e desconhecida, desembocando na singularidade do momento contemporâneo.
Desta forma, vamos dizer apenas que; por uma evolução lógica de simbioses consecutivas dos mais diversos tipos e gêneros, na linha de produção de novos e eficientes auto governantes que se proclamassem assim à custa de força ou de convencimento dos que comporiam a massa governável, justificativa primária para a própria existência dos que os conduziam; não se poderia deixar de chegar, dos biônicos mandatários, aos atuais robôs sectários.
Os mais eruditos hão de se polarizar, defendendo ou repudiando, mas sempre relacionando, acerca da mítica e profética filosofia de Gambi Harra sobre as peculiaridades dos organismos de convívio existentes nestas terras coloridas pela própria natureza em que os contrastes se dissolvem e se reforçam criando não sínteses, mas junções funcionais de solução imediata que se tornam permanentes pelos usos.
O certo é que, pela filosofia de Gambi Harra ou contra ela, se estiver dando certo, mesmo que errado seja, não se mexe, até que se prove contrário; para não dar errado, até que se descubra qual seria o certo primordial que teria evitado todo prejuízo consequente. Sendo assim, cada vez mais o errado que dá certo foi feito e criou-se uma verdadeira cultura do “jeito que dá certo”, sendo o “jeito” não a forma de fazer, mas o artifício usado para fazer com que o errado se contradissesse, e se tornasse certo.
Essa formula mágica foi se estendendo para todos os lados de forma tão rápida que, não fosse vista pela própria cultura que a incentivava, seria impossível de se compreender. Logo era comum se valorizar tanto a inversão que se mandava para fora das terras administradas, por todos os meios possíveis e imagináveis, as melhores mentes para que cometessem erros lá fora, em outras terras. E por serem erros produzidos por, ou com interferência de, membros exportados destes locais, facilmente se poderia aplicar o antídoto ao errado dando um “jeitinho” que o tornaria certo de ser usado por aqui sem os custos de tê-los produzido inicialmente. Era o princípio de exportação da matéria prima para importar o produto refugado.
Importando erros de todos os lugares e “ajeitando” na forma nacional de se viver, conseguiu-se progressos fenomenais na música, por exemplo, com híbridos como o Rock-sambanejo, o axé-pagode-funk, o Rap de atitude funk, até se chegar ao máximo de aproximação da voz que ficara muda, graças aos céus por isso, por tantos anos com o Funk Favela.
A aclamação inevitável desse contagioso processo foi quase que unânime em todas as classes sociais e mídias. A tal “Norma Culta” teve que se curvar definitivamente ao preceito de que não existe erro, apenas formas diferentes de se fazer o errado e apenas uma de se fazer o certo. E viva a diversidade nivelada ao mínimo para poder abarcar a todos os desfavorecidos de alguma forma e eleva-los ao nível de criaturas desejantes. Esse era o desejo por trás da revolução calcada nas palavras proféticas de Gambi Harra que garantia cada vez mais os governantes robóticos que se imiscuíam em todas as esferas de poder. Não se faz necessário dizer que robôs necessitam de poder para viver, se alimentam de poder da mesma forma que máquinas não pensantes se alimentam de eletricidade, outra forma de poder.
              Tudo estaria bem se houvesse unanimidade, seja na forma de poder, seja na forma de conquista-lo, ou ainda, se houvesse apenas um grupo de interesse, um tipo de robô.
              Mas as invasões robóticas ocorreram por todos os lados nas mais variadas terras e das mais variadas formas, provocando a necessária disparidade de elementos que se percebe ao aplicar-se variáveis evolutivas a elementos diferenciados por longo tempo.
              Aqui mesmo houve a guerra dos robôs verdes contra os amarelos, apenas porque uns eram alimentados pela queima de produtos para gerar energia, enquanto outros eram alimentados pelo uso de elementos raros e valores subjetivos. Uns queriam petróleo e terras de plantio e de pasto, outros queriam minérios e papeis de valor. E na guerra de um contra o outro, na eterna batalha de um para derrubar o outro, surgiram os vermelhos que queriam ir além, que diziam-se capazes de extrair o poder da biomassa manipulada adequadamente. E quando verdes e amarelos perceberam, os vermelhos já haviam se posicionado de forma irredutível em seu lugar abstrato de poder.
              Segundo a teologia de Máximus Popularis, aquele que retira do que retirou de outro o que não lhe pertencia, sem nada em troca lhe dar, merece ser perdoado sem demora por prazo estipulado que lhe supere a expectativa de vida. Então, Verdes e Amarelos nada puderam fazer ao ver que Vermelhos usufruíam à sua maneira do mesmo quinhão que antes lhes pertencera e que, de certa forma, ainda usufruíam, só que menos.
              Apesar disso, estaria tudo bem nesse delicado equilíbrio, haja vista que um tripé se sustenta melhor que um bípede, ainda que no tripé lhe falte um dedo de apoio. Bambeia mas faz, e quem não faz? Certo?
              Errado. Esse é o problema máximo da filosofia inversionista de Gambi Harra, quando o errado é certo, o certo é errado; ou seja, através da evolução natural do erro, surge o defeito congênito. E, por inevitável justiça que no universo se faça, as coisas evoluem sempre de forma inexorável até que algum fator lhe altere o rumo ou a intensidade.
              Assim, no vácuo de governança que se presenciava, de forma a garantir que nenhum lado se favorecesse mais do que o já combinado, alça-se ao mais elevado bastião aquele robô que, se para vermelhos não convence pela sua incapacidade, para verdes e amarelos se deseja que convença e termine por se auto destruir inevitavelmente, levando consigo quem apoio deu.
              Se as coisas não seguissem os preceitos de Gambi Harra, já arraigados até o mínimo sustentáculo organizativo nestas terras, teria dado certo. Um lado apoiaria e controlaria, o outro se absteria e aproveitaria as brechas, e todos estariam bem. Nada melhor que um robô sem cérebro para ser o rosto dos mecanismos que o controlavam sem aparecer. A Marionete era o ápice da evolução dos robôs, estes mesmos controlados à distância por invisíveis forças, mas pensantes de sua autonomia.
Mas eis que a Marionete nasceu com defeito, ou melhor, justificou-se completamente toda a sua evolução defeituosa, e surpreendentemente se tornou inquebrável, tortuosamente deficiente, e o pior, impossível de ser controlada, ignorada, direcionada, derrubada, destruída. Eram tantas adaptações malfeitas que se juntavam em reforços temerários que nem o mais genial projetista conseguiria descobrir qual o botão que desligava a aberração. A Marionete tinha tantas falhas que se tornara a prova de falhas, e as provava a todo instante.
              Foi então que verdes, amarelos e vermelhos se juntaram contra o Cinza, antes que cinza se tornasse de vez o padrão. Mas, novamente pelos princípios já elencados a farta, não se fez o que deveria ser feito de errado, e tentando fazer o certo, errado se tornou e começaram a aparecer todos os erros, que certos seriam se não fossem expostos, e todas as amarrações que sistematicamente foram feitas para se reforçarem mutuamente, começaram a falhar. E quanto mais os Verdes, Vermelhos e Amarelos tentavam corrigir o defeito do Cinza, mais a coisa ficava marrom.
              E aqui estamos, ainda sem saber como se dará o final, mas na esperança de que as coisas deem errado para que se tornem certas e não tenhamos que corrigir do zero todos os acertos que se fizeram pelos erros dos que, julgando-se acima de qualquer erro, erraram feio.
              É o que é, e tenho dito!


 Dr Soum Homem
Antropófago Social e Sexoanalógico

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Ser Amigo - Paulo Goulart

Paulo Goulart, nome artístico de Paulo Afonso Miessa
 (Ribeirão Preto, 9 de janeiro de 1933 — São Paulo, 13 de março de 2014) 
Espírita, foi radialista e renomado ator brasileiro.

Ser Amigo

É o que faz sem perguntar.
É o que acolhe, participa e ajuda.
É o que ouve, aconselha e respeita.
É o que alerta, aplaude e critica.
É o que partilha a alegria e a dor.
É o que desconstrói construindo.
É o que discorda, não do conteúdo, mas da forma.
É ser fraterno, sem ser irmão.
É ser membro da Grande Família Universal.
É fazer mais do que falar.
É não ter dia, nem hora.
É ser o outro, sem deixar de ser você.
É não estar só.
É sonhar.
É saber esperar!
Síntese do amigo, está aqui no ditado popular:
“Para o amigo, tudo! Para os outros, justiça!”



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