Sou uma estrangeira em mim.
Torno a voltar num país de sonho,
De luz e de infância
Perdida num vendaval de espumas.
Aquela voz que me chamava
Já não existe mais,
Mudou-se para o desconhecido.
Estou só num mundo de lembranças
Que brotam como erva-daninha,
Sempre e sempre.
Estou quieta numa morna solidão de tédio
E minha esperança é essa voz
Que ecoa sem se importar com nada.
Vem me falar ainda uma vez.
Acalma-me neste país de solidão.
Traga-me um sopro de alento
Que morro de estar viva.
Nesse insondável mistério de você
Que de tão perto se faz tão distante,
Que se mantém escondido de mim,
Num lugar de sonho.
Pare de mostrar-me a todo instante,
Que é preciso menos que a morte
Para me fazer morrer.
Rachel Dias de Moraes
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