quinta-feira, 14 de abril de 2011

MAJESTADE - Rogério Camargo

Ser sangue-azul no reino da ganância,
no principado da mesquinharia
ser respeitável aristocracia,
nobreza poluída desde a infância.
Ter trono na podrida monarquia
onde a tranquilidade vem da ânsia
e o desajuste é derradeira instância
em termos de justiça e de harmonia.
O que houver de majestade no lodo
amarra, prende, gruda, cola todo
e qualquer um ao miserável chão.
O cetro de um destaque distintivo
coroa de ironia o morto-vivo
que tem porque recusa o que lhe dão.
13.04.2011

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