— Sinto, não posso fazer isso. Deu a autorização para que fosse feito. Está aqui, está vendo? Eles precisam que seja feito por alguém que...
— Não pensei que seria assim. Deus!!! Suplico, não permita que fique assim.
— Tome isto, em alguns dias vai se sentir melhor. Acredite, não há outra forma e...
— Vai continuar apesar de tudo, não é? Vai continuar tentando e tentando... Está bem! Aceitei, não foi? Vou fazer então, mas não me olhe nunca mais, não me fale mais nada. Apenas me esqueça.
— Será feito. Até que mude de idéia. Sinto muito eu...
— Adeus!
— Até breve, minha criança.
— Talvez fosse melhor se desistíssemos.
— Depois de tanto tempo?
— Mas a alma humana é...
— Eu sei!! Mas o que seria da humanidade sem artistas? Eles podem ser ensinados, tornarem-se melhores. Preciso continuar tentando...
— São seus filhos, Pai. São seus filhos...
2 comentários:
Loucura...loucura...loucura...repentinamente sentir-se protagonista...arranquei adjetivos...senti pobreza...as metáforas vazias, os plurais e singulares mal feitos....socorro estou afundando...as elipses e silepses riem de mim...o anacoluto me vê naufragar e o pleonasmo, ah o pleonasmo esse sofre as dores do meu olho arrancado!!!!
Teu texto inquieta como sempre...obrigada!!!!
Calma, Marli,
Sentir uma inquietação é sempre normal quando se trabalha com literatura. O objetivo da arte é fazer refletir, consolidar e/ou mudar um estado de coisas que causam inquietação (ou não seriam tão perceptíveis).
Você tem olhos de artista, isso incomoda muito mais pela profundidade que atinge a cada acréscimo de conhecimento, a cada percepção.
Mas o que seria do mundo, da Humanidade, sem os artistas?
Força, menina, logo vai conseguir lidar com isso.
Obrigado pela presença.
Beijos mágicos
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