As vidas que se escondem na miséria,
que têm um medo enorme de sair
à luz do sol e nunca se dão férias
da vigilância feita pra fugir;
as vidas que sucumbem na matéria
como se não houvesse pr’onde ir,
levam consigo tanta coisa séria
que matam a vontade de sorrir.
As vidas que no escuro fazem ninho,
que apenas tropeçando no caminho
conseguem dar dois passos vacilantes
são vidas acabadas mesmo antes
de haver algum começo, e o mais mesquinho
é o quanto se comparam co’s gigantes.
ROGÉRIO CAMARGO
31.03.2011
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