Não gosto quando esqueço de escrever,
pois gosto muito, muito quando lembro.
Não é questão de ser maior prazer,
ou ver-me de uma confraria membro.
Não há o que me aproxime mais de ser
uma inteireza que jamais desmembro.
Ali eu me contenho – e me conter
é ir desde o janeiro até dezembro.
Não vejo plenitude em outra cousa
e, quando é outra, é sempre ainda esta,
que mansamente em minha mão repousa.
Eu gosto muito disto: não é festa
maior que o sol que o tempo todo ousa
oferecer-se à treva que o detesta.
ROGÉRIO CAMARGO
25.03.2011
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