Digo de mim o tempo todo e poderia
dizer de ti se me deixasses conhecer-te.
Não é possível ser profundo com um flerte
que passa rápido e fugaz na fantasia.
Há muita cor mesmo na sombra em qualquer dia.
Fechando os olhos, como podes aprender-te?
E com ouvidos assustados, eu dizer-te
é quase igual a não dizer: sem garantias.
Não vem de fora o que é de dentro e permanece
ditando regras mesmo após conhecimento
que, menos mal, revoluciona quase tudo.
Preso na forma o apegado não se esquece,
vive de si, de ser a fome e o alimento.
Falar-lhe, então, é a mesma coisa que ser mudo.
ROGÉRIO CAMARGO
17.03.2011
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