quarta-feira, 1 de junho de 2011

Feitiço das mágoas - Ana Cristina Souto



Aquele homem
Cujos pilares gregos
transitava meu caminho
e fitavam-me
os olhos
abrigo de luas,
se foi!

O bambual chorou,
palavras fraturaram almas.
Enegrecido o sol
dos pomares...

Meu senhor,
meio seio secou!

O rio da saudade
rio/ enchente/ fel
amargou a imagem dos narcisos.

Urdia o tempo
e nuvens,
vestígios do meu pranto rarefeito
prenunciavam cantos das trombetas.

Enfeitiçada pela dor;
estátua de ilusões
por onde tantos passavam,
os passarinhos se aninhavam às mãos.

Meu senhor,
em desassossego
entre sais, ventos e sóis
trago-te a mim,
aclamando
ao tomento meu
de morta viva.


Ana Cristina Souto

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