Dezembro dói,ai como dezembro dói:
Dói na saudade da infância,
Na certeza de que o tempo não volta.
Na agonia da esperança,
Na silenciosa revolta!
Dezembro dói,ai como dezembro dói:
Na criança de rua faminta,
No velho mijado na cama,
Na mão estendida ao relento,
Que por um pouco de amor clama!
Dezembro dói, ai como dezembro dói:
Nas sobras de comida jogadas
Numa caçamba fedida,
Nos pacotes repletos de nadas,
Na incoerência de vida.
Dói nos falsos risos trocados,
Nos abraços traiçoeiros,
Nas enxurradas de fel carregando
Vidas dentro dos bueiros!
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