Impressionista
Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.
Adélia Prado
Flor dos Dias (adaptação transcritiva para
linguagem teatral) – Danny Marks
(Entra a
menina cabisbaixa com as pétalas de uma rosa presas em seu punho. O talo da
flor enconstado na pele do braço desnudo)
— Meu pai descobriu-se doente quando já era irremediável qualquer possibilidade de cura. Contrariando a si mesmo, deu para rir mais. Contrariando o médico, não repousou jamais. Pintou de amarelo brilhante, quase alaranjado, o semblante de nossa casa, como a rir do seu.
(Pausa)
(A menina ergue o olhar para o público e lentamente ergue os braços em um abraço, abrindo as mãos.)
— Por algum tempo moramos em uma casa onde, constantemente, amanheciamos.
(A rosa alaranjada cai ao chão e a menina fecha o abraço sobre si mesma definhando de joelhos)
Fim
— Meu pai descobriu-se doente quando já era irremediável qualquer possibilidade de cura. Contrariando a si mesmo, deu para rir mais. Contrariando o médico, não repousou jamais. Pintou de amarelo brilhante, quase alaranjado, o semblante de nossa casa, como a rir do seu.
(Pausa)
(A menina ergue o olhar para o público e lentamente ergue os braços em um abraço, abrindo as mãos.)
— Por algum tempo moramos em uma casa onde, constantemente, amanheciamos.
(A rosa alaranjada cai ao chão e a menina fecha o abraço sobre si mesma definhando de joelhos)
Fim
6 comentários:
Querida amiga
O que dizer
diante de tanta
beleza?
Somos as cores
que acreditamos...
Que sempre existam mãos
para "carinhar" o teu dia
Querido amigo Aluisio,
Bom saber que encontrou o trabalho do Danny Marks. Vc perceberá com o decorrer do tempo uma diversidade na escrita: estilos, temas, que revela o grande escritor que ele é.
Apenas errou, pq é nosso querido amigo rs.
Beijos para você e para nosso querido escritor
Anna Amorim
Fala Aluisio, tudo bem com você?
Que bom que apreciou uma das minhas rusticas incursões no universo da poesia. Não sou tão bom poeta quanto a minha Anna, mas eu até que tento rsrs.
Esta leitura da Adélia foi um desafio que me fizeram e como eu não gosto de fugir a desafios, encarei.
Fico feliz que o resultado tenha agradado, embora me pareça que ficou mais ao estilo de Clarice do que Adélia, embora elas conversem bastante em seus textos.
Abraços fortes, meu querido.
Oi, Anna, minha Deusa Inspiradora,
ninguém melhor que você para revelar a minha diversidade.
Beijos Suaves nos seus doces lábios.
Oi, Anna!
Não vi atualização lá no teu blog que eu acompanho, então vim te procurar aqui.
=)
Adoro essa passagem da Adélia.
Um beijo, flor.
Oi, Luna,
A Anna anda bastante atribulada ultimamente, coisas da vida. Mas eu egoisticamente agradeço por isso, afinal pude receber a sua visita por aqui rs
Seja Bem Vinda.
Beijos Mágicos
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