Aqui não é o paraíso.
No mundo onde vivo
isso só existe para aqueles que acreditam que viver é um inferno. Não sou um
desses.
No mundo onde vivo
não há desculpas, não existe espaço para arrependimentos, não há tempo para
lamentações, não se pede perdão. Aceita-se a culpa.
As regras são assim.
Você faz as escolhas e aguenta as consequências. Não dá pra dizer que não
sabia, não há volta, o caminho te empurra para frente e segue, com ou sem
você.
Não dá para esperar ter
certezas, elas vêm com os fatos, ou nunca.
De vez em quando alguém
tenta quebrar as regras, mudar tudo. Às vezes consegue, por algum tempo. Mas as
regras são feitas para que todos tenham as mesmas chances de escolher, e quando
há escolhas as coisas cobram.
Não há escolhidos,
protegidos, privilegiados. O que um tem a mais é o que o outro mais deseja, e
se puder vai tomar sem pedir.
Guerra não há porque aqui
ninguém pode ser conquistado. Mesmo quando completamente derrotado. O vencedor
só poderia levar os destroços, inúteis, do que foi livre.
A liberdade não é
apenas uma palavra, não é um sentimento. É um estado de ser, o sentido de existir,
o motivo que não se busca por não estar em nenhum outro lugar senão onde lhe
é propicio.
Isto não é um jogo.
Talvez um acordo não escrito que você não assina e não percebe que entrou, mas
não pode sair.
No mundo onde vivo não existe crueldade; até a
ira mais profunda é fria como a certeza de que nem todos vão conseguir o que
desejam e desses, poucos vão ficar satisfeitos, por pouco tempo.
Não há um sentido
oculto por trás disso. Nenhuma verdade inalcançável guardada por legiões
obscuras de seguidores do absoluto nada.
No mundo onde vivo,
sentido é o que você empresta aos seus atos, os resultados são os seus tesouros
e as respostas o seu poder.
É quando percebe
que está no mundo há muito tempo, percebe que já foi longe demais e que aquele
que o seguia vai passar por você e levar apenas a lembrança do seu rosto.
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