quarta-feira, 3 de agosto de 2011

BICHO FEROZ - Rogério Camargo



A solidão e o desespero dela,
a coisa triste, pobre, miserável
onde a beleza morre, se esfarela
e o mundo acaba sendo responsável.

A solidão que aos poucos amarela
as páginas da vida confortável
e afunda como um barco a vela
sem vela, casco ou rumo navegável.

Bicho feroz com dentes afiados,
com garras venenosas e faminto,
sempre caçando os mais desavisados.

Quem não se tem não tem como ter fora
do pessoal, particular recinto
uma presença que já foi embora.

29.07.2011.

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