domingo, 28 de agosto de 2011

Sem Título - Baumann


Uma bota borrada de vesgo musgo,
Aquecia os pés da louca donzela de anis,

Com suas melenas de cobras esverdeadas,

E olhar profundo de poço abandonado...

Ela vivia só num casebre de três lados esquerdos,

Sem janelas nem portas...

Vivia cantarolando Mozart,

E dançava com seus amantes imaginários,

A cada dia com um diferente,

Eram tantos...

Poetas...gostava dos poetas,
De seus sussurros em rima doce e suave...
Tinham os marujos...

Rudes cheirando a maresia...

Havia um misterioso,

Não sabia de onde vinha,

Nem o que fazia...

Sempre chegava no silêncio das lágrimas,

Fazia-lhe sorrir e partia...

Assim vivia a louca de anis,

Solitária em seu mundo,

Repleto de adoráveis imaginações...

Baumann (noiTe)

Um comentário:

Sabryna Gonçalves disse...

Nem sempre a solidão afeta apenas o mundo imaginário, mas o real também. E o mistério, sempre é mais essencial, do que a certeza pelo certo.
Beijos
Ótimo poema

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