Uma bota borrada de vesgo musgo,
Aquecia os pés da louca donzela de anis,
Com suas melenas de cobras esverdeadas,
E olhar profundo de poço abandonado...
Ela vivia só num casebre de três lados esquerdos,
Sem janelas nem portas...
Vivia cantarolando Mozart,
E dançava com seus amantes imaginários,
A cada dia com um diferente,
Eram tantos...
Poetas...gostava dos poetas,
De seus sussurros em rima doce e suave...
Tinham os marujos...
Rudes cheirando a maresia...
Havia um misterioso,
Não sabia de onde vinha,
Nem o que fazia...
Sempre chegava no silêncio das lágrimas,
Fazia-lhe sorrir e partia...
Assim vivia a louca de anis,
Solitária em seu mundo,
Repleto de adoráveis imaginações...
Baumann (noiTe)
Um comentário:
Nem sempre a solidão afeta apenas o mundo imaginário, mas o real também. E o mistério, sempre é mais essencial, do que a certeza pelo certo.
Beijos
Ótimo poema
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