"Era suave como uivar para a lua, rosnando para a vida. Feito riso irônico que apenas lobos podem entender”
Eu a encontrei em minhas andanças
pela campina, nua em pelo.
Senti um arrepio na alma quando
vi aquele vulto medonho se aproximando furtivamente dela. O cheiro acre e úmido
me atingiu como um soco.
Atingi o desgraçado em pleno
salto, forçando meus ombros em suas costelas, sorrindo com o som dos ossos se
partindo.
Garras rompendo pele, mordidas,
patadas, uma luta feroz que me excitava mais ainda por perceber que ela apenas
observava atentamente. Abri as mandíbulas do intruso até que não pudessem se
fechar mais.
Venci.
Meu prêmio se aproximou e desferiu
um violento tapa, que me excitou mais ainda.
Saltei sobre ela e fizemos amor
durante a noite toda. Era suave como uivar para a lua, rosnando para a vida.
Feito riso irônico que apenas lobos podem entender.
Amanheceu, o intruso voltou, seus
ossos reconstituídos e sem vontade de lutar.
Ela se foi com ele, era justo, somos livres para escolher.
Ela se foi com ele, era justo, somos livres para escolher.
Faltam duas noites de liberdade,
talvez encontre outra fêmea.
Somos poucos ultimamente. Quem se
importa? Somos livres como Lobisomens devem ser.
Isso basta.
5 comentários:
Gostei dessa parte.
"Saltei sobre ela e fizemos amor durante a noite toda."
Super texto.
Somos livres como os lobisomens devem ser. Adorei, é assim que as coisas deveriam ser...Deixou-a partir, mostrou-se desapegado, relax, tão livre quanto ela... Adorei a liberdade...
Obrigado, Meninas, o que tenha a dizer sobre essa liberdade com intensidade é que...é algo para poucos, não é uma coisa fácil de se conquistar. Os lobos sabem ;)
Hum...Interessante. Mas há lobas pelo quais se luta uma vez mais e outra e outra...rs.
A questão, Anna é que ele respeito a decisão dela de escolher fica com o outro.
Ele poderia lutar contra tudo, menos contra a escolha que ela fez.
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