Havia nove virgens, sempre à minha espera.
Olhei para a primeira (disse:) venha minha donzela!
Ela riu na minha cara, não gostou da manivela.
Pra segunda perguntei – “qual é o nome dela?”
Cuspiu na minha cara tripa de porco e moela.
Corri para a terceira - o véu cobria a cara
fui dar-lhe um beijo - vi que era banguela...
Veio a quarta - caindo de magra, a velha imunda
Bruxa, saia de mim, de ti nada se aproveita,
Seca assim não quero nem a bunda.
Ah! Meu rei não me faça essa desfeita.
A quinta era nova, quase uma novilha,
quando viu o instrumento, correu de medo,
só me deu dor na virilha
É o que dá (querer) ser mulher logo cedo.
A sexta parecia sereia, mas deixou-me desolado
É o que dá (querer) ser mulher logo cedo.
A sexta parecia sereia, mas deixou-me desolado
Quando me aproximei, foi metade pra cada lado
A sétima dançava que era uma beleza
Tão bêbada estava, vomitou a sobremesa
A oitava já quase me fez desistir,
Apressada, não espera nem o filho parir
Só a nona que me satisfez
Deu-me o que queria...
e pra outro passou a vez.
e pra outro passou a vez.
---------------------------------------
Versão parcial publicada em "El Diablo" - Universo Subterrâneo (Danny Marks)
5 comentários:
Nunca é bom "voltar" bruxo amado...os frutos das sementes boas que plantamos alguém colheu e comeu...nossa juventude e beleza, dentro do paniculo adiposo de escondeu....e as coisas nas quais mais acreditamos, virou pó, desapareceu!!!
Teu texto me emocionou...
Lariel
A Canção do Marujo tenta aliviar a dor dos que, submetidos a todos os tipos de intempéries, usam da ironia para tratar as feridas do corpo e da alma.
Sua rudeza esconde a sensibilidade de uma alma que sofre e que sabe que não se pode parar no meio da vida, ou se segue adiante enfrentando o que vier e tirando o melhor que se puder conquistar, ou então o descanso é eterno.
Sua sensibilidade fez contato com esse conteúdo mais profundo, que possa extrair da música e da alegria de estar vivo a força necessária para não desistir jamais, como uma boa guerreira que sempre foi.
Beijos Mágicos
A décima era de papel,
talvez fosse a mais linda,
mas não quis me comprometer,
só sei que se chamava Rachel.
Muito espirituoso saindo do que vc costuma apresentar.
Gostei bastante.
A décima era de papel,
talvez fosse a mais linda,
mas não quis me comprometer,
só sei que se chamava Rachel.
Adorei o seu estilo cheio de graça. Não conhecia.
Rachel,
Rsrs, você pegou o ritmo da brincadeira. Seja bem vinda Maruja rsrs
Eu gosto de diversificar os meus estilos, deixar os meus leitores curiosos sobre como será o próximo texto. Estou tentando desenvolver uma forma mais lúdica de lidar com questões difíceis do dia a dia para poder dar oportunidade dos jovens que buscam uma literatura mais leve, porém com conteúdo, conhecerem um pouco do meu trabalho.
Um escritor tem sempre que estar se reinventando para descobrir mundos.
Beijos Mágicos
Postar um comentário