O termo romance origina-se do latim romanice: "em língua
românica” e pode referir-se a dois gêneros literários. O primeiro deles é uma
composição poética popular, histórica ou lírica, transmitida pela tradição oral,
sendo geralmente de autor anônimo; corresponde aproximadamente à Balada
Medieval que era representada nas cortes e contava fatos e lendas de outras
terras para diversão dos nobres. Como forma literária moderna, o termo designa
uma composição em prosa de caráter narrativo (semelhante a novela e ao conto).
A diferença entre romance e novela não é
clara, mas costuma-se definir que no romance há um paralelo de várias ações,
enquanto na novela há uma concatenação de ações individualizadas. No romance,
uma personagem pode surgir em meio a história e desaparecer depois de cumprir
sua função. Outra distinção importante é que no romance o final é um
enfraquecimento de uma combinação e ligação de elementos heterogêneos, não o clímax
que normalmente se dá pouco antes.
No Romantismo, esse gênero
narrativo assumiu as características da época e foram produzidas obras épicas,
envolvendo os principais heróis do período, os cavaleiros medievais, que
encarnavam os ideais de nobreza de caráter e espírito, lutando contra as forças
do mal com lealdade e justiça.
No século XX houve uma retomada
desse estilo literário através do enlace com o gênero de Ficção Cientifica e
Fantasia.
Arthur Clark, um dos maiores
autores de FC, contribuiu para esse enlace com a criação da famosa “Terceira
Lei de Clark” ao dizer que “Qualquer tecnologia suficientemente avançada é
indistinguível da Magia”.
A junção de alta tecnologia,
indistinguível da magia, com as características inerentes a impérios,
medievalismos e afins, gerou obras monumentais que enriqueceram o universo
literário com possibilidades praticamente infinitas de cenários e extrapolações
emocionais e intelectuais.
Pode-se citar sagas riquíssimas
como a saga “Fundação” de Isaac Asimov (o “pai” da Robótica); “Darkover”, de
Marion Bradley Zimmer (autora da famosa série Brumas de Avalon); “Duna”, de
Frank Herbert; e até mesmo a saga filmográfica de “Guerra nas Estrelas” de Stephen
Spielberg.
Criar um romance é um trabalho árduo,
complexo, envolve a necessidade de se criar tramas fortes que sustentem a
narrativa, tramas paralelas que auxiliem a trama central e que apresentem os
cenários e as personalidades dos personagens envolvidos, para isso é necessário
que haja muita pesquisa não apenas histórica como também sociológica de forma a
gerar a verossimilhança necessária a uma boa narrativa.
Quando se “cria” um mundo ou
mesmo um universo paralelo para ambientação de uma saga é preciso levar em
conta os fatores da verossimilhança que estão embasados nas regras de coerência
e coesão que regem as narrativas complexas.
Para alguns pode parecer muito
mais fácil lidar com Ficção Cientifica e Fantasia justamente por poder-se
trabalhar além dos limites do que está estabelecido cientificamente, porém,
para o autor muitas vezes isso acaba gerando um problema muito complexo. É
preciso descrever os mundos e o universo
imaginário de forma que o leitor consiga reconstruí-los na sua mente, bem como
traçar as complexas tramas que vão dar sustentação a narrativa.
Esse foi o desafio que Michel
Fonseca se propôs a vencer ao criar a saga dos Sete Cavaleiros de Algord.
Trabalhando com uma linguagem
acessível, com toda a ginga e flexibilidade dos autores brasileiros,
utilizando-se de recursos emprestados do RPG (Role-Playing Game) e de técnicas
narrativas, Michel Fonseca dispôs-se a contar a história de sete amigos que são
transportados para uma galáxia distante (Irione) onde terão que enfrentar uma
nova realidade que se vincula a uma vida anterior para impedir que a liberdade
e justiça sejam banidas do Universo.
Esse projeto começa, na própria
fala de Michel Fonseca, com o primeiro livro da Saga “Os Sete Cavaleiros de
Algord” e conta a historia de Mick Fronsac e seus seis amigos que são abduzidos
para Galáxia Irione, mais precisamente para o planeta Tood-Sil’s, assim que
chega Mick conhece a jovem Celina D’Kiet, mas logo são separados pelo Capitão
Silk Aydu que leva Mick para o palácio Sil’s. Lá ele reencontra seus amigos e
conhece o General Ivaniv Koor, que conta que eles são a reencarnação de sete
cavaleiros que viveram em um planeta chamado Algord e que a misteriosa morte
deles deu origem ao Império Sarac que domina a galáxia há mais de vinte anos
sob a liderança do Imperador Telvarius Sarac. Koor pede para eles se aliarem ao
RAS “Revolução AntiSaracsista” que tem como seu principal objetivo derrubar o
Império Sarac e devolver a liberdade para a galáxia, os sete jovens aceitam e
se aliam ao movimento, começando assim um intenso treinamento de combate e de
adaptação ao seu novo mundo.
Os Sete Cavaleiros de Algord
iniciam uma guerra para reconquistarem a Torre de onde partem os Mops
galácticos que cruzam o universo e que podem levá-los de volta para casa, mas
ela foi dominada pelo império, que deseja utilizar os mops para expandir seu
domínio pelo universo.
Ficam os
questionamentos que se formam a partir daí:
Conseguirão os Sete
Cavaleiros de Algord atingirem o seu objetivo e superarem todas as adversidades
que surgirem em seus caminhos, lutando por suas vidas e por ideais maiores,
apesar de terem sido lançados nesse caminho sem qualquer aviso prévio?
Conseguirá Michel
Fonseca vencer o desafio de escrever uma saga moderna de Ficção e Fantasia
demonstrando toda a capacidade dos autores brasileiros, usando as “cores”
locais como ponto de partida e se igualar aos gigantes internacionais estimados
pelo público?
Estas são respostas
que os livros da saga, já no segundo volume, e o tempo dirão, e estaremos
acompanhando cada passo desse percurso com o entusiasmo de um fã e a visão
aguçada de um crítico, até que os desejados resultados sejam alcançados e
possamos descansar satisfeitos de nossa jornada junto com os Sete Cavaleiros de
Algord.
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