domingo, 22 de maio de 2016

Rhapsody in Blue - Danny Marks



Mamãe, pode me perdoar?
Hoje, acho que, matei um homem
Olhei dentro dos olhos dele, tão fundo
Como pode ser tão profundo o olhar?
Quase não consigo voltar desse lugar, que me olhava
Então matei, acho que sim, pode me perdoar?
Homens são monstros, mamãe, eu sei
Eles me assustam tanto, tantas vezes
Eles se destroem e voltam, a se destruir
Eu tirei deles algo precioso, antes que morressem,
Tirei-lhes a esperança, mamãe. Pode me perdoar?

Deve haver um lugar em que se vive para sempre
E não há esperanças nesse lugar
Deve se chamar inferno um lugar 
onde se vive para sempre, sem esperanças
Quem poderia querer viver assim? Para sempre?
Homens, mamãe, querem viver no inferno.
Homens são cruéis sem esperança.
A humanidade está morrendo, mamãe, pode me perdoar?
Estão morrendo aos montes porque alguém lhes tirou a esperança
E o olhar ficou profundo e alcançou o monstro que olha do abismo
Eu não sei, mas acho que matei a humanidade, mamãe.
Acho que deixei escapar a esperança do homem,
quando me olhou. Pode me perdoar?

Um homem morreu, quem se importa?
Milhares de homens-criança morreram, quem se importa?
Mulheres-filhas morrem constantemente, quem vai ver isso?
O planeta todo, as plantas, os animais estão desaparecendo
Só do abismo vem o olhar. Quem há de se importar?

Está tão frio agora, mamãe. E o sol está queimando.
Estou com tanto medo, mamãe. Pode me perdoar?
Eu juro que tentei fazer diferente, 
mas não sei, acho que matei um homem.
Ele morreu nos meus braços, me abraçando.
Ele me deu a esperança dele, e não devolvi.
Será que alguém pode perdoar isso? Alguém se importa?

Não estou mais com medo, mamãe.
Aqui, veja, em meus braços enfraquecidos
Ainda há calor para deter o frio que me congela
Ainda há sombra para proteger do sol que queima minha febre
Ela está protegida no meu peito, a Esperança
Eu sei que ela vai me perdoar de ter partido
um coração.



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