Cadáveres adiados sussurravam seus risos
distanciando-se das lápides exuberantes que se enfileiravam desafiadoras frente
ao mar.
Verdadeiros exércitos de condenados fugindo de suas
batalhas diárias em um encontro com o útero primordial, estendidos em objetos
de culto, semidesnudos corpos protegidos por escudos invisíveis contra laminas
douradas que despencam dardejantes, sem clemência.
Em meio ao tumulto caórdico, que tomava como sua a
pátria emprestada, sorrisos duvidosos forneciam suprimentos mitigadores da ausência
autoimposta com prazeres artificiais, alimentando ilusões de alegria.
Os sons aglomerados em meio ao silêncio se contrapondo
ao ritmar dos ventos que açoitavam águas indiferentes, engolindo detritos,
mastigando-os lentamente e os devolvendo como o regurgitar das grandes feras em
seu sono.
Há tanto a se perder quando nada falta que a escassez
se torna valor abstrato de negociações impensáveis em outro lugar que não o
campo de batalha, na trégua torpe, no andar pálido, no arrastar indelicado dos
momentos.
Ao longe, como que indiferente às eras que distanciavam
este de outros lugares semelhantes, pequenas criaturas empilhavam as úmidas areias
do limiar entre mundos compondo enormes poesias aos seus olhos. Edificações que
lembravam a quem quisesse ouvir que os grilhões das masmorras aguardavam, mas,
enquanto a paz de ouro se fizesse presente, as dores seriam esquecidas.
Até mim chegavam apenas sussurros de força incomum,
seu grito imemorial suplicando uma ordem impossível de decifrar completamente.
— Vii...vaaaa... viiiiii...vaa... viii...vaaaaaa....
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