(Esta é
uma obra de ficção, um exercício imaginativo, e tem o interesse exclusivo de
ser divertido. Nenhuma das informações aqui apresentadas representa um fato
real ou se refere a pessoas reais e suas reais intenções. O ministério da saúde
mental adverte, não leia bobagens deste tipo, mesmo que vindas de sites
estrangeiros).
— Olá
amigos do Coluna D2, o único lugar onde a boca é livre. Diante dos fatos
recentes na política nacional, surgiram inúmeras teorias de conspiração e a Coluna
de Dois não podia ficar de fora desse importante evento. Então chamamos um especialista
nessa área para garantir um padrão mínimo de qualidade nos relatos, e
descobrimos coisas interessantes. Dr Soum Homem, então dizendo que não foi um
atentado, que a faca não era de verdade e que não havia sangue em lugar nenhum,
o que o senhor tem a dizer sobre isso?
—
Obrigado à Coluna D2 pela oportunidade de demonstrar minhas habilidades como
Antropófago Social, Sexoanalógico e Analista Conspiratório. Essa versão
apresentada é fraca porque há uma equipe médica publica que fez a cirurgia e
ficaria difícil esconder os fatos no longo prazo. Mas é possível melhorar esse
relato acrescentando alguns detalhes, por exemplo: A facada foi de mentira,
tudo simulação, mas HOUVE uma facada POSTERIOR, dada por um especialista em
esfaqueamento, dentro do carro em que a vítima estava sendo transportada, de
forma a prevenir que a vida do candidato não estivesse realmente ameaçada.
— E
por que isso seria feito, Doutor?
— Ora,
os motivos são óbvios. Quando o candidato atingiu o teto das intenções de voto
nas pesquisas, com um índice de rejeição que chega a quase 50%, o que
obviamente o faria perder o segundo turno, que todos sabem que haverá, contra qualquer
candidato opositor. Foi necessário criar uma sintonia com a população através
de um engajamento emocional. O brasileiro é um povo passional, se solidariza com
vítimas desde que não tenha que ter que cuidar delas. Haja vista os crimes
políticos recentes e o acidente com aquele time de futebol. As pessoas querem
ajudar, e isso pode ser usado em um complô conspiratório facilmente.
—
Então o senhor acredita que o candidato estava conivente com o fato.
—
Absolutamente! Como bom brasileiro o candidato não gosta de se envolver
diretamente, ele prefere fazer discursos para que outros façam alguma coisa, se
colocar em risco é algo que não condiz com a conduta prévia. Haja vista que
apesar de apoiar o uso de armas para as pessoas se defenderem, quando foi assaltado,
estando armado, preferiu entregar a arma a arriscar a vida, o que está
corretíssimo.
—
Então o doutor concorda com a tese de que o atentado foi real e promovido por
opositores políticos...
— Essa
tese é melhor que a do falso atentado. Ele realmente teria acontecido e
planejado por uma oposição incompetente e desesperada, que ignorando todos os
especialistas de que qualquer um poderia vencer o candidato em um segundo
turno, em uma crise de ansiedade, teria cometido o erro de ajudar o partido do
opositor assassinando o candidato e tornando-o um mártir. Mas isso é ridículo,
porque todos sabem que os políticos brasileiros podem ser tudo, menos idiotas,
poderiam fornecer apoio por baixo dos panos e depois de eleito cobrar favores,
como vem sendo feito há décadas.
—
Estou confuso, doutor Soum. Então qual seria a motivação, houve ou não um atentado?
— É
claro que houve! Isso é incontestável. Eu gosto mais da teoria que diz que foi
planejado a despeito do candidato, sem a sua ciência, pelo próprio partido.
Assim, se livrariam de um candidato fraco e elevariam o vice a uma posição
privilegiada, angariando os votos anteriores e a simpatia da população, o que
seria fácil para um general comandar com alguma habilidade. Note que estrategicamente,
isso é mais coerente, de uma tacada ganhariam uma projeção nacional que não
teriam com o reduzido tempo de campanha, eliminariam a estratégia dos
adversários de atacar o candidato pelos seus discursos, e ainda teriam a
simpatia de parte da população. Um verdadeiro judô Sun Tzu, conhece o teu
adversário e a si mesmo e vai controlar o terrítório. O que deu errado, nesse
caso, foi o pretenso assassino ser incompetente e não ter feito o serviço
direito.
— Nossa,
então o senhor acredita que o próprio partido queria dar fim ao candidato para vencer
a eleição com o vice? Isso é que é teoria da conspiração!! Nunca imaginaria a
possibilidade de um vice querer derrubar a pessoa que apoiava para tomar o seu lugar.
O doutor tem certeza disso? Não é surreal demais?
— Eu
falei que gosto dessa tese, mas é claro que isso é um absurdo. Seria necessário
encontrar alguém que estivesse disposto a cometer o ato, alguém com características
de um lobo solitário, garimpado nas redes sociais, que seria induzido por uma
metodologia terrorista a cometer um ato criminoso por ideologia política. Seria
necessário que houvesse um planejamento prévio, como
um plano B para o caso da estratégia de campanha fracassar e envolveria uma grande
capacidade de planejamento.
— Mas
os fatos demonstram que o pretenso assassino estava planejando isso há tempos.
Chegou a frequentar a academia de tiro que os filhos do candidato usavam, viajou
por vários lugares do país.
— Sim,
e tem quatro advogados mesmo não tendo renda suficiente e estar desempregado.
Mas isso é só uma coincidência. Como disse antes, brasileiros gostam de ajudar,
provavelmente alguém tentou ajudar o coitado e achou que seria interessante o
homem procurar emprego em outros lugares, quem sabe até fazer um curso de
segurança, daí a academia de tiro. Mas o cara não conseguia segurar uma arma, e
a prova disso é que acabou usando uma faca, quando um tiro a queima roupa seria
mais eficiente. Os advogados foram contratados pelos verdadeiros conspiradores
para encobrir os fatos.
— E
isso não depõe a favor dessa teoria de que o próprio partido idealizou o
ataque? Algo que o próprio candidato já tentou fazer anteriormente ao simular
um atentado a bomba que deu errado...
—
Exato! Esse é o ponto. O brasileiro não tem a tecnologia de conspiração para
fazer algo do tipo funcionar corretamente, nunca conseguiram antes, daria tudo errado,
deixaria muitos buracos que uma investigação eficiente denunciaria facilmente...
— Mas
então, me desculpe perguntar, qual é a sua teoria?
— Ora,
mas é obvio, meu caro repórter D2. Trata-se de mais um complô dos reptilianos
que estão mancomunados com a URSAL para derrubar a democracia brasileira e
torna-la um paraíso para os lagartos jogando a culpa sobre outras instituições.
Há anos eles vêm trabalhando com a politica brasileira para transformar a Amazônia
em um deserto, devastar as lavouras, acabar com a população geral.
— Como
assim, doutor Soum Homem?
—
Lagartos adoram desertos, necessitam do sol para aquecer o sangue. Tornar o
país em um deserto seria favorável a existência deles, o resto do mundo
perderia o interesse. Que outra teoria reúne os fatos de forma coerente? Veja a
crise hídrica recente, a liberação de defensivos agrícolas que irá devastar as
colheitas e impedir que a maioria dos países comprem produtos brasileiros,
gerando ainda mais recessão que alimentará uma revolução civil e criminalidade.
Com os humanos armados e revoltados, todos vão se matar ou fugir para outros países.
Então o deserto brasileiro será totalmente controlado pelos lagartos que
poderão dominar o mundo. A corrupção generalizada que está afundando o país, as
decisões judiciais impossíveis de explicar, tudo obra de reptilianos
infiltrados nos poderes. Abram o olho, nós já fomos invadidos e os reptilianos substituíram
pessoas públicas para acirrar ainda mais os ânimos. Eles estão usando outras
entidades particulares para ampliar ainda mais os efeitos, mas o objetivo é
tornar o Brasil um grande e vasto deserto aquecido de ponta a ponta. O início
do aquecimento global que daria o poder completo aos reptilianos. Esse atentado
é apenas mais um passo ousado nessa direção. E tenho dito!
— Meu...
Com essa pérola conspiratória encerramos esta entrevista com o iminente Doutor
Soum Homem, que nos apresentou suas teorias. Acredite se quiser.... Cortou? Ok,
mais uma vez obrigado doutor, mas posso fazer uma pergunta particular?
— Claro,
se isso não for ao ar, não vejo problemas.
— Diga-me,
doutor. O senhor é um reptiliano?
—
Ora...
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