Escute, princesa distante,
o som que vem do meu coração ...
e diga-me histórias que me
façam dormir.
Acolhe em teu regaço os
meus pensamentos e os cobre
com a neve dos teus
olhos para acalmar a febre que me queima.
Sorria para mim as tuas
mais belas mentiras e mostra a beleza
dos campos congelados dos
sonhos que perdi.
Estáticos estarão pela
eternidade ilusória das lendas
contadas no entorno das
fogueiras do tempo.
Acaricia os meus cabelos
com o som dos teus desejos
que, talvez, se tornem
meus também
e canta para mim a surda
canção dos séculos
que carregas com tanta
majestade,
que te atribuiria mil
sabedorias e verdades.
Dançamos no fim dos dias e
essa lembrança
tem me acompanhado como o
balsamo amargo
do que foi criado
irrealizável.
Ainda me agarro aos momentos
que impossivelmente teremos
no medo de perder o que
não possuo
ao te buscar em meus
delírios desiludidos.
Não me desejes piedade
a menos que tuas penas me
deem asas de liberdade
que só conquistei ao
perder tudo de mais precioso
que carregava como lastro
e que jamais me
permitiriam alçar do chão as raízes
que me acorrentaram em
solo fértil.
Deita-te ao meu lado para
que possa sentir novamente
o toque evanescente da tua
pele sobre a minha
sugando-me as energias de
que não preciso,
para viver um ultimo
momento de lucidez e loucura.
E quando o dia voltar e me
encontrar desnudo
que possa fingir que as
águas que me banham
são o teu suor, o teu
corpo desfeito e retornado no vento norte...
E não as lágrimas da tua
ausência em mim.
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