Havia
treze à mesa.
Um
deles traídor, um deles mentor, um deles distraído, um deles perdido, um deles
solução, um deles rico, um deles mulher, um deles pobre, um deles trabalhador,
um deles irmão, um deles escravo, outro apenas um deles.
Treze
séculos ou mais se passaram à mesa posta, à ceia farta, a verdade revelada ou
encoberta. Outros treze se reuniram, tantas vezes quantas vezes se fez
necessário, mas nada resolvia o mistério de quem ocuparia o papel destinado,
revelado posteriormente no que fosse escrito por algum interessado que não se
fizera presente.
Decidiram
guerra, decidiram paz, decidiram se entregar, decidiram mais do que lhes
caberia, decidiram quem deveria morrer, decidiram esquecer, decidiram se
dividir, decidiram esconder, decidiram revelar, decidiram agir, decidiram
olhar, decidiram sua vida, decidiram que não haveria nada a decidir.
No
final, tudo virou história contada e recontada, de tantas formas que não
significava mais nada.
Eram
apenas treze vidas paralelas que um dia se sentaram à mesa.
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