quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Quando do homem se fez a palavra - Danny Marks




Mostre-me o caminho que eu deveria seguir
para encontrar aquilo que me prometeu
Decida por mim as vestes que devo usar
para que possa ver os meus sentimentos e segredos
Resvale sobre a minha pele
todos os pecados do paraíso
para que eu possa sorrir junto a ti
e esquecer de tudo aquilo que perdi nas escolhas que fiz
Despeça-me da sua presença
para que eu conheça o vazio
e jamais tema a morte de novo
e em teus braços reencontre o conforto
Mostre-me onde a dor nasce
e diga-me porque ela existe
para que eu possa ser feliz apesar de tudo
Mostre-me a lágrima,
todas que provoquei,
para que eu possa suportar melhor a que deixou-me.
Pegue a minha mão e me conduz
por entre as linhas da vida e da sorte
para que no amor eu me torne forte
mesmo quando não estiveres mais aqui.

Show Me The Place - Leonard Cohen




 Show Me The Place - Leonard Cohen

Show me the place where you want your slave to go
Show me the place I've forgotten I don't know
Show me the place for my head is bending low
Show me the place where you want your slave to go

Show me the place help me roll away the stone
Show me the place I can't move this thing alone
Show me the place where the word became a man
Show me the place where the suffering began

The troubles came I saved what I could save
A thread of light a particle a wave
But there were chains so I hastened to behave
There were chains so I loved you like a slave

Show me the place where you want your slave to go
Show me the place I've forgotten I don't know
Show me the place for my head is bent and low
Show me the place where you want your slave to go

The troubles came I saved what I could save
A thread of light a particle a wave
But there were chains so I hastened to behave
There were chains so I loved you like a slave

Show me the place
Show me the place
Show me the place

Show me the place help me roll away the stone
Show me the place I can't move this thing alone
Show me the place where the word became a man
Show me the place where the suffering began
 Leonard Cohen

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Uma História de Verdade - Danny Marks

 Em um lugar qualquer de um tempo tão comum que nem precisa ser mencionado ocorreram os fatos que agora são narrados.
            Verdade vivia naquele lugar fértil onde cultivava com Trabalho, seu grande amigo, um pomar de deliciosos frutos.
            Fartura, prima distante de Verdade, passava os dias por lá aproveitando os frutos da Verdade.
            Onde estava Fartura sempre aparecia o Orgulho. Este adorava dar ordens e contar histórias grandiosas a respeito de si mesmo, mas não se entendia com o Trabalho.
            Nesse lugar também morava Necessidade, uma moça inteligente e esforçada que levava uma vida triste. Do breve romance que tivera com Destino, rapaz afoito e descuidado, resultara Vergonha, uma menina muito bonita e sapeca, cujo maior prazer era deixar desconfortáveis os desavisados. Era só alguém se distrair que logo vinha a Vergonha para incomodar ao revelar segredos.
            Quando Destino foi emboras em busca de aventuras, sem se importar a quem seus atos afetavam, Necessidade teve que sustentar a Vergonha sozinha.
            O fato é que eram poucos que suportavam a Vergonha, somente a Verdade era capaz de encarar a peralta garota e coloca-la no seu devido lugar. Quando a Verdade aparecia, a Vergonha ficava quieta, sem incomodar ninguém, quase nem se notava a sua presença. Porém, tão logo a Verdade se ausentava lá vinha a Vergonha incomodar a todos sem dó nem piedade.
            Ainda assim, aquele era um ótimo lugar para se viver e todos se sentiam felizes. Até que Inveja resolveu se estabelecer por lá.
Inveja tentava ser igual a todos, mas nunca se esforçava no que fazia e acabava com péssimos resultados. Seu maior desejo era se casar com Sucesso e com ele acabou tendo uma filha, Cobiça.
Mas tão logo a Cobiça começou a crescer, o Sucesso fugiu com a Fama em busca das maravilhas que Destino lhe dissera existir em outros lugares. Boato, primo de Inveja que sempre estava a correr e a se interessar por tudo que era dito, contou ter ouvido que a Verdade era a culpada do desaparecimento de Sucesso, pois toda vez que ela aparecia o Sucesso começava a agir de forma estranha. Provavelmente devia-se ao Sucesso os resultados bons que a Verdade alcançava. Boato alegara sempre os ver juntos e na certa tinham um caso.
            Cobiça de tanto ouvir a Inveja, culpar a Verdade pelo fracasso dos seus planos. Criou um ódio mortal pela Verdade, e jurou que um dia se vingaria.
            Inconformada com o abandono do Sucesso resolveu encontra-lo a qualquer custo e para tanto foi em busca do Destino, mas acabou por encontrar a Mentira.
            A Mentira era uma jovem atraente, sedutora, que a todos encantava a primeira vista, mas decepcionavam-se quando percebiam que ela possuía um poderoso veneno que destruía a quem atravessasse o seu caminho.
Boato dissera certa vez a Cobiça, que a Verdade possuía um segredo e quem o descobrisse seria muito, muito grande. Esse era o sonho secreto da Mentira: crescer, crescer muito, assim ninguém mais diria que ela tinha pernas curtas.
            Mas Mentira nunca encontrara a Verdade até que a Cobiça revelou essa importante informação. Imediatamente Mentira e Cobiça se juntaram em um plano terrível para roubar da Verdade todos os seus segredos e conquistarem o seu poder.
            Mentira não teve problemas em seduzir o Orgulho, que se dizia amigo de Verdade, e com sua ajuda atrair a moça inocente para uma armadilha.
            A Verdade, sem desconfiar da trama, caiu nas garras da turma sombria, que a envenenou e a escondeu no fundo de uma caverna, onde nenhuma luz entrava.
            Tão logo a Verdade ficou oculta as coisas naquele maravilhoso lugar começaram a definhar. Todos se tornaram desconfiados, agressivos, rancorosos, mesquinhos.
            Porém Vergonha logo percebeu que algo estava errado. Mesmo não gostando das broncas de Verdade, no fundo ela gostava de ter limites, pois isso a fazia ser melhor.
Desconfiada foi investigar para saber onde estava a Verdade, mas acabou levando uma tremenda de uma surra da Mentira que mandou a Vergonha para bem longe.
Vergonha toda machucada começou a gritar muito alto, até chamar a atenção da Necessidade que sempre estava por perto.
Necessidade sabia que somente a Verdade poderia acalmar a Vergonha e foi chamar a moça sem saber o que lhe havia ocorrido.
            Ao escutar a Necessidade chamando e a Vergonha gritando, a Fartura não aguentou e foi embora em busca do Sucesso.
            Vergonha tão logo viu o Orgulho que estava próximo do Trabalho, avançou sobre ele.
Orgulho, com medo da Vergonha que lhe caia em cima, confessou o que a Inveja, a Cobiça e a Mentira haviam-no obrigado a fazer.
            Trabalho imediatamente pegou o cavalo que o Destino deixara, e foi em busca da Verdade, e assim que a Vergonha e a Necessidade se acalmaram, o Orgulho aproveitou para fugir. Não queria dar o braço à torcer pela Vergonha.
            Quando a Inveja, a Cobiça e a Mentira viram o grande Trabalho que se aproximava deixaram tudo para traz e se mudaram dali para nunca mais voltar.
            Mas a Verdade ainda estava escondida, e ninguém sabia onde encontra-la.
            Vergonha então teve a brilhante ideia de pedir ajuda ao Amor. Somente ele, com sua imensa sabedoria, poderia perceber onde estava a Verdade, apesar de todas coisas que a Mentira pudesse ter feito.
            Com o Amor guiando seus passos, ficou fácil para o Trabalho achar a Verdade e trazê-la novamente à luz.
            Aos poucos a Verdade foi se restabelecendo, mas envenenada pela Mentira nunca mais foi a mesma. Por vezes ficava triste, em outras, sombria e fria.
Nesses momentos o Amor era chamado e cuidava dela até que se fortalecesse novamente.
            O Orgulho acabou pedindo desculpas por seus erros e fez as pazes com o Trabalho. Verdade diz que ainda poderão ser amigos, mas a Vergonha está de olho para garantir que tudo fique bem.
            Boato disse, que A Inveja, a Mentira e a Cobiça fugiram para o mundo dos Homens, e que vivem tentando encontrar Sucesso e Fama por lá.
            A Necessidade voltou a se encontrar com Destino e ninguém sabe o que vai acontecer.
            Moral, nosso professor, queria deixar-nos uma de suas lições, mas a Vergonha, aproveitando que a Verdade está descansando resolveu aparecer, então melhor terminarmos por aqui.
            E assim nos despedimos até que a Verdade volte a aparecer.

domingo, 26 de agosto de 2012

VARAL ESTENDIDO! - Jacqueline Aísenman

Convidamos as pessoas que gostam de escrever para falar da infância e o convite foi aceito por muitos! Então aqui estamos, falando não só da Nossa Infância, mas da infância de todos. Desde as infâncias felizes até a mais triste delas.

Lembrar da infância não é fácil para todo mundo, assim também é falar dela. O que para muitos é algo gostoso e que pode se repetir escrevendo o que vem da memória, para outros pode ser doloroso demais. Por isto agradecemos a tantos que vieram, atenderam o apelo e falaram da infância com alegria ou com tristeza.

Quando se pensa em criança é automático: pensamos em doces! Vida doce, festa, tudo doce! Então fomos buscar algumas receitas culinárias que visitassem nosso paladar infantil, aquele que, como um pequeno pecado, muitas vezes ainda provamos e adoramos!

Como vocês devem ter percebido nossas férias foram alegremente interrompidas pela edição de um especial, o Varal do Amor. Foram publicados cinquenta autores. Mas recebemos muitos, muitos mais. E a sugestão de fazer uma sequência. Quem sabe? Quem sabe não faremos em breve?

Atendemos com alegria, em meio a todas as histórias e poemas sobre a infância, o chamado da seriedade  de uma publicação científica e publicamos o artigo de André Valério Sales intitulado Particularidade, Universalidade e Singularidade: definindo conceitos fundamentais para a Metodologia da Pesquisa em Ciências Sociais e que por ele será apresentado na universidade que frequenta. Talvez um sonho de criança que se realiza!


Em meio a tantas alegrias, uma notícia triste vem fazer parte do Varal. Nossa Livraria, infelizmente, encerrou suas atividades. Não foi possível manter o sonho de comercializar nossa nova literatura, nossos novos autores aqui na Europa! Constatamos que pouquíssimos brasileiros aqui na Suíça buscam esta literatura. A grande maioria ainda se atém aos autores consagrados ou prefere apenas adquirir os livros diretamente no Brasil quando vai em visita. Desta forma, profundamente tristes, fechamos as portas desta livraria que tinha o sonho de ver seus autores brilhando por aqui! Mas nem tudo foi perdido, pois depois do sucesso que foi  nossa participação no 26o. Salão Internacional do Livro de Genebra, os livros, cedidos por grande parte dos escritores presentes na livraria, estão sendo doados a várias bibliotecas suíças que demonstraram imenso interesse nos exemplares. São os novos autores brasileiros cruzando fronteiras através do Varal do Brasil!

Estamos  com as inscrições abertas para a seleção de textos para o livro Varal Antológico 3. Surpresos com a variedade e quantidade de textos a ler, nossos examinadores estão felizes de observar a qualidade destes mesmos textos. E começamos a lamentar que as vagas sejam limitadas! Você ainda tem tempo para se inscrever e pode solicitar o regulamento através do nosso e-mail varaldobrasil@gmail.com . O livro Varal Antológico 3 terá revisão completa incluída e editoração pela Design Editora, símbolo de qualidade na edição de livros no Brasil.

Amigos do Varal, nos preparamos para, em novembro, festejar nossos três anos de revista. Traremos o tema livre, festejaremos juntos. Esperando você para a festa de novembro, deixamos aqui esta revista especial sobre a infância! Uma boa leitura!


Sua equipe do Varal

Leia ou baixe aqui a revista em seu computador:


Jacqueline Aisenman
Editora-Chefe
Varal do Brasil


Embaixadora Universal da Paz -Cercle des Ambassadeurs Univ.de la Paix-Genebra, Suiça,
Delegada da UBT (União Brasileira de Trovadores)
Membro Correspondente da Academia de Teófilo Otoni
Membro do Grupo de Escritores Lagunenses Carrossel das Letras

http://www.facebook.com/pages/VARAL-DO-BRASIL/107298649306743

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ah! O amor ... - Mario Quintana


http://www.sempreperfeito.com/wp-content/uploads/2012/01/Mario-Quintana-imagem-5.jpg


Para meus amigos que estão...SOLTEIROS.O amor é como uma borboleta.
Por mais que tente pegá-la, ela fugirá...
Mas quando menos esperar, ela está ali do seu lado.
O amor pode te fazer feliz, mas as vezes também pode te ferir. Mas o amor será especial e apenas quando você tiver o objetivo de se dar somente a um alguém que seja realmente valioso.
Por isso, aproveite o tempo livre para escolher.
Amor não é se envolver com a "pessoa perfeita", aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.


Para meus amigos que gostam de...PAQUERAR.Nunca diga "te amo" se não te interessa .. Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. Nunca toque numa vida, se não pretende romper um coração. Nunca olhe nos olhos de alguém, se não quiser vê-lo derramar em lágrimas por causa de ti. A coisa mais cruel que alguém pode fazer é
permitir que alguém se apaixone por você, quando você não pretende fazer o mesmo.


Para meus amigos...CASADOS.O amor não te faz dizer "a culpa é", mas te faz dizer "me perdoe".
Compreender o outro, tentar sentir a diferença, se colocar no seu lugar.
Diz o ditado que um casal feliz é aquele feito de dois bons perdoadores.
A verdadeira medida de compatibilidade não são os anos que passaram juntos; mas sim o quanto nesses anos vocês foram bons um para o outro.


Para meus amigos que têm um CORAÇÃO PARTIDO.Um coração assim dura o tempo que você deseje que ele dure, e ele lastimará o tempo que você permitir.
Um coração partido sente saudades, imagina como seria bom, mas não permita que ele chore para sempre.
Permita-se rir e conhecer outros corações.Aprenda a viver, aprenda a amar as pessoas com solidariedade, aprenda a fazer coisas boas, aprenda a ajudar os outros, aprenda a viver sua própria vida.
A dor de um coração partido é inevitável, mas o sofrimento é opcional.
E lembre-se: é melhor ver alguém que você ama feliz com outra pessoa, do que vê-la infeliz ao seu lado.


Para meus amigos que são...INOCENTES.
Ela(e) se apaixonou por ti, e você não teve culpa, é verdade.
Mas pense que poderia ter acontecido com você. Seja sincero, mas não seja duro; não alimente esperanças, mas não seja crítico; você não precisa ser namorado(a), mas pode descobrir que ela(e) é uma ótima pessoa e pode vir a se tornar uma(um) grande amiga(o).


Prá terminar. Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata....Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.
Vc não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela..... Um Dia nós percebemos que as mulheres tem instinto "caçador" e faz qualquer homem sofrer... Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples......
Um dia percebemos que o comum não nos atrai... Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom .. . Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em vc... Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...

Enfim...Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito...

O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida, ou lutar para realizar todas as nossas loucuras...

Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

Mario Quintana

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Nada de Novo no Paraiso? - Danny Marks




            Quando o Sr Silva deu por si estava em uma espécie de salão onde não se viam paredes, teto e nem mesmo o chão parecia real...
            — Sr Silva?! Acompanhe-me, por favor.
            Silva olhou para aquela entidade trajando um belo terno branco muito bem cortado. Assemelhava-se a um daqueles seguranças de cassino que o Silva..
            — Estou recebendo sua ficha Sr Silva. Bem extensa por certo. Vejamos, pequenos furtos na infância e na juventude, uso e venda de drogas, promiscuidade, violência. Ah, aqui está, virou líder comunitário para aumentar o seu poder de atuação, entrou para política, ficou milionário por meios escusos, uma carreira e tanto Sr Silva...
            Silva retesou-se todo, encarando o seu interlocutor que parecia estar em contato com alguém por algum tipo de mecanismo que ele não percebia qual era.
            — Quem é você? Recuso-me a falar sem a presença de meu advogado.
            — Calma, Sr Silva! Aqui não vai precisar de advogados. Eu sou o seu anfitrião, enquanto aguardarmos o resultado da analise do Setor Jurídico. Alias, eles já entraram em contato com o setor financeiro para verificar o seu debito conosco e determinar como será feita a cobrança.
            — Mas... mas... o que está acontecendo por aqui?
            — Ora, Sr Silva, o senhor veio para o lado de cá e é hora de acertar as contas, mas não se preocupe com isso, por enquanto, deixe que eu lhe mostre as dependências...
            O Anfitrião colocou a mão sobre o ombro do Sr Silva e logo estavam em outra lugar muito semelhante ao anterior, mas este era cheio de boxes com equipamentos de telecomunicação operados por uma infinidade de homens e mulheres, todos vestidos de branco.
            Silva estava tão estarrecido que nem conseguia raciocinar direito. Sentia-se como se estivesse em algum tipo estranho de pesadelo ou alucinando.
            — Que é isso? Telemarketing?
            — Este é o nosso Setor de Mensagens Divinas, daqui mandamos e recebemos mensagens para todo o universo. O nosso Patrão acredita em gestão por resultados. Você acredita que antigamente tudo isso era feito por um único mensageiro? Não admira que houvesse muita confusão. Quando o patrão viu esse sistema do outro lado aderiu e adaptou para o nosso uso. Agora podemos fazer muito mais...
            — Mensagem Divina? Então essas pessoas falam com os fiéis a partir daqui?
            — Não Sr Silva — riu-se o anfitrião — Que fiéis? Nós nos comunicamos com qualquer um que deseje entrar em contato e falar conosco à partir do outro lado.
            A mente fria de Silva lhe dizia para se agarrar a qualquer detalhe, descobrir o que estava acontecendo. Deviam ter-lhe dado alguma droga e estavam tentando arrancar-lhe os segredos. Melhor entrar no jogo e ver o que poderia descobrir sobre essa organização.
            — Então é uma espécie de atendimento ao cliente?
            — É, quase isso, só que a musica de espera é celestial, e os atendentes realmente desejam ajudar quem entra em contato conosco.
            — Inacreditável..
            — Foi o que o Patrão disse do sistema de vocês, mas vamos...
            Novo toque e logo estavam em um outro lugar, onde milhares de pessoas se sentavam em frente a terminais de computador, todas muito ocupadas com seu trabalho.
            O Anfitrião deixou escapar um tom de orgulho na voz.
            — Este é o nosso Setor Contábil, aqui são computados os débitos e os créditos de todos do outro lado. Não queremos que ninguém saia com menos do que merece.
            — Isso ai nas mesas? São computadores?
            — Digamos que esta é a versão celestial daquilo que vocês têm do outro lado. Estes são rápidos, eficientes, não travam nunca e realmente facilitam o trabalho. Mas vamos, deixe-me mostrar o Setor de Planejamento.
            Logo estavam em outra sala. No centro havia uma imensa mesa onde inúmeras pessoas trocavam papeis, faziam anotações e discutiam entre si.
            — Esta é a melhor parte! Aqui todos se dedicam a criar estratégias para melhorar o universo.
            — Eles parecem muito ocupados, mas quem decide qual a melhor estratégia?
            — Ora, o Patrão decide tudo sozinho. Na verdade nunca adota as sugestões que esses fazem, mas não lhes diga isso.
            — Mas, então, por que eles estão aqui?
            — Porque querem! Alguns até acreditam que estão conseguindo mudar alguma coisa, e no fim ninguém se machuca. “Deixe-os se divertirem”, é o que o Patrão diz.
            Outro toque, outro lugar, agora cheio de pessoas que se banqueteavam com inúmeras iguarias servidas em fartas bandejas.
            — Aqui é o nosso refeitório, tudo o que imaginar e até o que jamais imaginou em termos de delícias gastronômicas está aqui, é só se servir até ficar satisfeito.
            O Sr Silva ia aceitar a sugestão, mas percebeu que já estava em outro lugar, nem sentiu o toque desta vez.
            Imensos ambientes com todos os tipos de jogos e brincadeiras atendiam a um numero sem fim de pessoas.
            — Este é o nosso Salão de Jogos, o Patrão adora jogos! Soube que ele vive jogando com o Pai. Alias acho que herdou essa característica dele..
            — E eu que pensei que seria proibido jogar no paraíso.
            — Proibido? Paraíso? Senhor Silva, onde acha que está? No Paraíso ninguém trabalha. Lá a festa e diversão ocorrem o tempo todo. Sempre tem muita musica, muita alegria e...
            — Mas, você disse que estamos do outro lado e se isto não é o Paraíso, o que é?
            — Ora Sr Silva, aqui é onde se trabalha! Alguém precisa manter o Paraíso funcionando. Mas até que não é tão mal assim, ainda mais que, quando alguém se cansa, pode tirar umas férias lá, por conta da casa.
            — Mas o paraíso não é abastecido pela “Graça Divina de Deus”?
            — O Pai? Onde você andou pelos últimos milênios, Sr Silva? Acredita realmente que nada mudou no Paraíso durante esse tempo? Entenda, o Pai está cuidando de um projeto particular dele, enquanto isso o irmão Gabriel cuida do Paraíso e o outro irmão cuida daqui. Mas aqui entre nós, não chame ele de irmão que ele não gosta. Nós o chamamos de Patrão. Para ser sincero a ideia veio de vocês, do outro lado.
            — Então o seu Patrão é o ... Caído?
            — Ah, senhor Silva, não fale assim. Ele até que esta bem em forma apesar da idade.. — e o anfitrião riu da própria piada, mas logo ficou sério, concentrado — Um minuto, já levantaram a sua ficha. Ok! Vamos embora...
            O Sr Silva se viu em um imenso terminal de passageiros onde pessoas apressadas se encaminhavam para seus destinos.
            — Sr Silva, chegamos ao fim de sua jornada..
            — Mas onde estamos?
            — Na estação de embarque, queria lhe mostrar tudo, mas o pessoal do jurídico está cada vez mais rápido e eficiente. Já foi dada a sua sentença.
            — Como assim, e o julgamento, meu advogado?
            — Eu já lhe disse, Senhor Silva, não precisamos de advogados por aqui, embora os tenhamos aos milhões. O sistema é muito eficiente e justo, acredite.
            — E o que vai acontecer comigo?
            — Mas não é obvio? O senhor tem muitas dividas e precisa pagá-las todas. O Patrão é muito rigoroso nesse ponto, nada de perdoar as dividas. Se pelo menos a sua ficha fosse um pouco melhor poderíamos entrar com um pedido de apelação junto a Gabriel — e riu-se de novo —  mas no seu caso...
            — Espere, pelo que entendi o seu “Patrão” é o diabo e aqui é o Inferno. É aqui que tenho que ficar pela eternidade. Foi isso que me disseram do outro lado, você não pode me mandar embora...
            — Pois é, Senhor Silva, aquilo que já te falei dos mensageiros. — O anfitrião ficou com uma cara consternada — Deixe explicar, as coisas por aqui mudaram nos últimos milênios, o Patrão conseguiu um acordo com o Pai e passamos a prestar serviços para o Universo e ainda cuidamos da manutenção do Paraíso.
            — Mas e os castigos eternos? E a danação eterna? Sem falar da redenção dos justos? Onde fica tudo isso agora? Eu tenho que ficar aqui no inferno pra sempre! Vocês não podem simplesmente me por para fora assim, eu pertenço a este lugar!!!!
            — Isso é passado, Sr Silva — respondeu o Anfitrião sério, um tanto irritado — Ninguém tem paciência de ficar fazendo a mesma coisa pela eternidade. Aqui o pessoal que foi autorizado a ficar vai se revezando nos trabalhos e no lazer e todo mundo fica satisfeito, sem encrenca. Tudo muito justo.
            — Deus! Então o inferno não existe mais? Isso não é possível...
            — Esse é o problema. Por aqui só podem ficar aqueles que tem condições de justificar a permanência ou pelo menos uma temporada, o resto a gente manda para lá.
            — Para o inferno?
            O anfitrião voltou a sorrir de uma forma estranha.
            — O senhor é divertido, Sr Silva. Gostaria de que ficasse um pouco mais, mas temos que manda-lo para o seu lugar e este não fica do lado de cá, fica do outro lado. Melhor sorte da próxima vez, Sr Silva, aproveite a estadia, aqui está o seu bilhete. Adeus...
            O Sr Silva ainda teve tempo de ver o que estava escrito no seu bilhete de embarque:
 
Expresso Inferno: Classe Econômica.
Destino: Terceiro Planeta do Sistema Solar – Terra.

E todos sorriram na maternidade São Tomé quando ouviram o choro daquele que acabava de nascer...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Três Reinos - Danny Marks



 Reza a Lenda que um rei chamado Lucidus, buscando um bom marido para sua filha e um bom sucessor para seu reino, dispôs-se a testar os pretendentes de diversas formas até conseguir três candidatos, fortes, corajosos e inteligentes, ao cargo.
            Para decidir qual dos três ficaria com o cargo de regente deu-lhes um ultimo teste.
            Cada um deles deveria governar por um período de cinco anos, províncias afastadas do reino que tinham sérios problemas. Nenhum deles saberia dos progressos dos outros concorrentes, e somente uma vez por ano teriam comunicação do reino. Findos os cinco anos o que melhor se saísse seria aclamado como o novo regente.
            O Rei, em sua generosidade, determinou que fossem concedidos durante os cinco anos de regência, dinheiro, suprimentos e materiais em partes iguais para cada um dos pretendentes, de forma que estes pudessem suprir as necessidades da comunidade. Mas, secretamente decidira que, para cada ano de fartura um ano de penúria se seguiria até que se completassem os cinco anos. E assim foi feito.
            A província de Abidos seria governada por All Sam que, assim que chegou, distribuiu as dádivas do rei entre todos, sendo imediatamente aclamado pelo povo.
            A província de Bembidos  seria governada por Bam Sam, o prudente, que determinou que nada fosse entregue ao povo, mas guardado no palácio para quando se fizesse necessário. O povo o recebeu com desconfiança.
            A província de Causum seria governada por Calcos, que depois de andar pela localidade ordenou que parte dos donativos fosse entregue à população mais carente e que o restante fosse guardado no castelo.
            Veio o segundo ano que, como determinado,  nada seria doado pelo rei.
            All Sam de Abidos revelou ao povo que os suprimentos doados pelo rei não haviam sido entregues mas que ele buscaria resolver a situação e novamente foi aclamado.
            Bam Sam de Bembidos temendo a revolta, cada vez maior, do povo decidiu distribuir o estoque do palácio e acabou sendo aclamado.
            Calcos de Causum convocou o povo e revelou o seu estudo para corrigir os graves problemas da província e declarou que haveriam mutirões para reconstrução das estradas, irrigação das colheitas, criação de áreas de lazer e centros de estudos. Os voluntários receberiam como pagamento parte dos suprimentos estocados no palácio. O povo atendeu, mas houve os que levantaram a voz dizendo que era obrigação do rei cuidar de seu povo sem jogar esse ônus para seus empobrecidos súditos.
            No terceiro ano os suprimentos chegaram.
            All Sam apressou-se a distribuir os donativos para acalmar o povo que não acreditava mais em seus discursos de prosperidade vindoura quando fosse eleito novo rei. Quando os suprimentos chegaram às suas mãos todos o aclamaram novamente...
            Bam Sam revoltado com a população que, em sua opinião, eram um bando de preguiçosos que só queriam bem-aventuranças e nada de trabalho, decidiu devolver os donativos do rei; assim este o julgaria o melhor dos candidatos por sequer precisar do auxilio do rei e o povo teria que se trabalhar se quisesse sobreviver, senão que morressem de fome...
            O povo julgou que o regente havia ficado louco ou que o rei havia lhe retirado seu apoio, atacaram a comitiva que retornava e roubaram os suprimentos.
            Em Calcos, com a ajuda do povo, novos trabalhos foram executados para ampliar o que já havia sido feito. Os poucos que antes reclamavam foram silenciados pelos resultados que fazia a comunidade prosperar.
            Novamente as provisões do rei foram parte para o povo, parte para as reservas do palácio.
            Eis que o quarto ano chegou e nada foi entregue.
            All Sam procurou acalmar o povo revelando um suposto plano do rei de casa-lo com a filha e prometeu que iria garantir que no ano seguinte tudo iria melhorar.
            Bam Sam vendo o povo cada vez mais faminto e revoltado, ordenou às suas tropas que reprimissem toda e qualquer manifestação contraria ao seu governo, em troca teriam todos os donativos do rei distribuídos entre si.
            E o povo foi fustigado e reprimido com violência, ficando mais revoltado.
            Em Causum, Calcos agradeceu ao povo a colaboração nos mutirões de reconstrução e destinou parte dos estoques para promover festas para todos, e o povo feliz por não ver mais necessitados entre eles, e ao ver sua província próspera, aclamou-o e jurou-lhe fidelidade.
            Quinto ano, nenhum donativo chegou, apenas um mensageiro com uma enigmática mensagem
            “Nada mais poderá ser dado pelo Rei, nada será tomado enquanto o Rei Viver...”
            All Sam ao ver a mensagem, saltou em um cavalo e fugiu, antes que o povo descobrisse a sua desgraça. Jamais foi visto novamente...
            Bam Sam não teve tamanha sorte, o mensageiro já se comunicara com as tropas revelando que nada seria entregue, e estas acabaram por se juntar ao povo, que no auge de sua revolta invadiu o palácio e destruiu tudo e todos que lá se encontravam.
            Calcos julgando que o soberano estava com dificuldades convocou o povo pedindo voluntários. E novamente o povo o atendeu ao seu chamado. Um exército foi formado e, levando consigo grandes quantidades de suprimentos, rumou para a capital do reino.
            Qual não foi a surpresa ao encontrarem nos limites da cidade o rei e sua comitiva que cavalgavam ao seu encontro.
            Calcos aproximou-se de Lucidus e dirigiu-lhe a palavra.
             Meu Rei, que mal lhe aflige? Nada nos revelaste em tua missiva, mas teu povo aqui está para livrar-te da penúria e de teus inimigos, somos teus servos para o que precisares...
            — Não meu caro Calcos, como descobriste por teu próprio mérito, o governante é o servo de seu povo. Aquele que buscar governar para si nada terá e aquele que para todos governar por todos será atendido.
            O Único mal que pode destruir uma nação é a incompetência de seus governantes, pois assim como teu corpo, por mais forte e sadio que seja, sem uma cabeça para conduzi-lo perecerá; também a tua cabeça sem um corpo para executar teus planos, impotente fica. É desta forma que tem que ser um rei e seu reino.
            Hoje, dou-te minha filha por esposa e meu reino para que o sirvas, levai os frutos de tua sabedoria, que destinavas a mim, para Abidos e Bembidos, restabelece a paz em teu reino. Tu és Rei e este é teu Povo
            E Calcos foi aclamado por todos e com sua direção a paz e a prosperidade voltaram àquelas terras.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Dias Confusos - Danny Marks

Os dias andam confusos?
Bem, acho que entendo isso.
Passei boa parte da vida fugindo de datas comemorativas, simplesmente porque elas me deixam...confuso.

Em aniversários devemos ficar felizes?
No natal devemos juntar todos que gostamos?
No ano novo devemos renovar as esperanças?
Em formaturas devemos estar orgulhosos?
Em batizados devemos sentir a glória da vida se renovando?
Em casamentos devemos sentir a segurança da responsabilidade e do início de uma nova etapa?
Em funerais devemos sentir a perda?

São tantas dívidas e tão pouco com o que pagar, tantas necessidades dos outros e quase nenhum respeito ao que realmente necessitamos. Às vezes, apenas ficar sozinhos e... deixar as coisas acontecerem; até porque elas acontecem mesmo quando não as queremos, ou mesmo quando as desejamos de outra forma.

Com quase cinquenta anos de vida, aposentado, retornando à sala de aula como professor, engatinhando como escritor, com tantas contas pagas ao longo dos tempos e tantas outra a pagar; eu me pergunto: E daí?

Com tantas promessas que se perderam, tantas ilusões que foram desacreditadas, tantas esperanças que germinaram em outras formas que não as que plantei. E daí?

Sem saber quanto tempo ainda resta viver, quais caminhos a seguir, qual a verdade e qual a mentira que se esconde e das quais eu me escondo. E daí?

E daí se o sol continua a nascer, dia após dia. Se a dor precede e segue a alegria, se o dia dos pais é uma data a mais que não torna o dia tão diferente assim?

E daí se amanhã posso não acordar cedo, ou se acordar tenho um longo dia pela frente. Se estudar muito só leva a estudar mais, e alguns ganham mais que outros, mesmo sem merecer?

E daí se poderia ter feito escolhas melhores quando tinha tempo, mas se não fiz foi por falta de conhecimento que chegou após ter gasto muito tempo em escolhas erradas; que só se provaram erradas depois que as tinha feito?

E daí se há anjos, demônios, magias, ou se tudo não passa de imagens produzidas pelo cérebro em meio a uma massa gelatinosa e reações bioelétricas? 

O que eu sei é que a escolha que fiz foi de seguir em frente, e sigo. Enfrentando o medo e a tristeza, enfrentando a solidão e a multidão, encarando o sol, a lua e as paredes nuas do quarto. Não por ser a melhor escolha, ou a que trará melhores resultados para todos; apenas porque é assim que o rio faz, é assim que a árvore faz, é assim que a vida acontece.

E talvez como os rios que se alargam, como a árvore que dura séculos, como a vida que se renova, também eu acabe por compreender algum dia que há algum sentido nisso tudo e que, sentindo, segui em frente.

SESSENTA ANOS - Rogério Camargo


E hoje é o dia do meu aniversário. Estou fazendo isso pela 60º vez. Qualquer hora dessas canso e não faço mais... Entrando definitivamente na idade do condor: com dor aqui, com dor ali... Algumas é possível combater. Dor nas costas de ficar sentado muito tempo, por exemplo. É aumentar o número diário dos agachamentos, aquele exercício super útil de sentar nos calcanhares, levantar, sentar de novo. Uma série de dez, duas séries de dez, uma porção de séries de dez e a dor nas costas toma o rumo norte, desaparece. Outras dores, como as progressivas que venho sentindo nos dedos da mão esquerda, só a paciência para administrar. Há anos que venho sentindo que vou terminar artrítico. Mas como isso é coisa pra depois, vivamos o agora, quando ainda posso digitar feito um possesso e realmente me entrego a isso, por mais erros que cometa – em forma e conteúdo.

Sessenta anos. Pelo menos posso dizer que não posso dizer como Drummond, que abriu um poema assim: “Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer proposto”. Ah, não. Eu já tenho vários problemas resolvidos. Só me faltam respostas para a origem da vida e o tamanho do universo, como diria aquele cientista bobalhão. Só me falta a aplicação total, absoluta da única coisa que peço para mim: Que eu tenha calma e discernimento para lidar comigo mesmo. Com isso tenho tudo. Porque não interessa o que me façam – as pessoas, as coisas ou o mundo. O que interessa é o que eu faço com o que me fazem. O que interessa é a minha reação e não ficar discutindo com o estímulo. O inferno são os outros? Não. O inferno é o que fazemos com o inferno que os outros são. Os outros: as coisas, as pessoas, o mundo e, muitas vezes, até nós próprios, como agentes desencadeadores. Porque existe o estímulo externo e o estímulo interno... 

Sessenta anos e vários problemas resolvidos. Não, com certeza, o principal deles, que é não ter calma nem discernimento absolutos ao lidar comigo mesmo. Me descentro e descentrado me perco. Tudo bem que é possível voltar com cada vez mais facilidade. É possível reconhecer a queda e levantar com crescentes rapidez e segurança. Isto se chama parar em pé. Poder contar consigo mesmo. Ser forte diante da fraqueza. Como é pra frente que se anda, não adianta nada o problema resolvido diante do que ainda não tem solução prevista. Aliás, “solução prevista” é pura fantasia. Só se pode “prever” diante do que se tem no momento e quando o que se tem no momento é insuficiente, a “previsão” só pode ser um engano. Admitir que somos uma fábrica de enganos e ir em frente, pois. Um passo de cada vez. Um dia de cada vez. Tenha ele 24 horas ou 60 anos... 

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